segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Chegada: A família, os amigos, e... Até a próxima!

Acordamos 8 hs, tomamos o café, e nos aprontamos para sair de Dourados às 10:30 hs. Acabamos saindo de lá às 10:45 hs, sob uma leve garoa, que logo parou. Escoltados pelos confrades que foram até lá nos receber, estávamos no total em 7 motos e dois carros. O coração e a mente em conflito, pois em uma viagem deste tamanho, você se acostuma, e uma parte de mim queria continuar, e outra chegar em casa! Eu seguia hora na frente, hora para trás, tentando organizar a minha cabeça, e ainda fazer algumas tomadas e filmar o pessoal na estrada. Não paramos nenhuma vez, já que seriam apenas cerca de 150 km até o restaurante Ingazeiro, do meu primo Willian, no distrito de Anhanduí, a 50 km de Campo Grande. Chegamos lá exatamente ao meio dia e quinze, a emoção à flor da pele, acho que haviam cerca de 40 pessoas lá nos esperando, muitas motos, as famílias, todos estavam lá! Desci meio que atordoado da moto, abraçando a quem vinha à frente, muito feliz por toda aquela recepção e festa! Rever a família, a esposa e filhos, e até o meu pai estava lá, é muito emocionante, e não deu pra segurar! Vcs não tem noção! Almoçamos a ótima comida de lá, muita fartura, depois tiramos a foto oficial com todo mundo, e saímos para acabar de chegar em casa, minha querida casa, meu lar. Cheguei na porta de casa exatamente às 14:55 hs do dia 21/janeiro/2010, sábado! No odômetro total da minha moto, marcava 23.546 km. Quando saí de casa, dia 26/12, marcava 10.979. Total absoluto de 12.567 km percorridos em toda a viagem! Agora era só descarregar as coisas, tirar todo aquele peso da coitada da minha moto, e dar a ela o merecido descanso, por uns dias pelo menos!

Gostaria de agradecer a todos vcs, meus amigos, que foram nos receber no final desta grande viagem, feita por nós, a dupla Marcio & Capitinga!

O pessoal da Confraria, de Campo Grande, que foi até Dourados: Jardim, Rezek, Ronald, Sisti & Maria Eugênia, Guilherme, Ravedutti, Marcão, Xuxu e Osmar. Muito Obrigado meus companheiros!
Vcs "quebraram" um pouco o excesso de emoção da chegada, se fosse apenas em Anhanduí, e foi muito legal tê-los nos "escoltando" até a chegada.
Os amigos e motociclistas de Dourados Jairo, Arnaldo e Rogério, que tbm foram lá nos encontrar, valeu mesmo! Rogério e Arnaldo, agora vcs tem que fazer esta viagem também! Rsrsrsrs!

A todos que nos acompanharam pelo blog, de outras cidades, e estiveram todos os dias aqui, viajando conosco, enviando comentários, recarregando as nossas baterias morais e psicológicas, o meu sincero muito obrigado! Como eu já disse antes, cada comentário era como uma nova injeção de ânimo!
Ao amigo à distância Eduardo Wermelinger "Rotaway" que muito me ajudou antes da viagem, com as suas dicas e apoio, na troca e reforma do banco novo da moto, e no final ainda divulgou a nossa viagem no seu site, a nível nacional! Meu muito obrigado, meu camarada! Valeu demais, e ainda vamos andar de moto e conversar muito pessoalmente! Vc é uma grande pessoa!
Ao tbm amigo à distância Ricardo Atacama, liguei várias vezes para ele, pedindo dicas, e ele sempre pacientemente me ajudando! Valeu, Ricardo!
Ao nosso novo amigo argentino Diego, que foi nosso anfitrião em Bariloche, de maneira muito gentil e simpática, muito obrigado! Valeu galéééra!
Ao agora amigo real Renato Lopez, de Santa Maria/RS, obrigado por nos receber tão bem por lá! Foi nos encontrar na rodovia, comprou a medicação tão importante do Capitinga, e à noite ainda nos carregou pela cidade no seu carro, nos apresentando os colegas do MC Gaudérios do Asfalto, pessoal 100%, irmãos motociclistas, grandes estradeiros e exemplos de pessoas!

Para todos que estavam no restaurante em Anhanduí, não dá nem pra citar os nomes, de tanta gente, foi EPETACULAR como diziam os argentinos por lá!
Foi emocionante rever a família, os amigos, muitos amigos, alguns não puderam ir, eu sei, mas estavam lá de coração.
Só tenho a agradecer a todos vcs. Não esperávamos tudo aquilo, nem precisava, mas foi bom DEMAIS!

Depois de praticamente 4 semanas viajando de moto, por 4 países, quase 13 mil km rodados, passando por diferentes e maravilhosos locais, sentindo todas as sensações que somente uma viagem de moto pode proporcionar, o retorno para casa torna-se também uma grande emoção, e faz parte da viagem, uma parte muito importante.

Sentimos o calor e o frio, o vento e a calmaria. Passamos por estradas de ótimo asfalto e do perigoso e emocionante rípio. Sentimos a chuva e a seca. Conhecemos pessoas, muitas pessoas, de várias nacionalidades e culturas diferentes. Vimos muitas paisagens maravilhosas, de tirar o fôlego. Montanhas com picos nevados, passamos por dentro de vales, no início da cordilheira dos andes, com rios de águas cor de esmeralda, do degelo da neve, cheios de trutas e salmões. Atravessamos de balsa sobre lagos, sobre a ligação entre os oceanos Pacífico e Atlântico, o Canal de Magalhães, até chegarmos ao fim do mundo, literalmente, a cidade de Ushuaia, aonde ainda passeamos no canal de Beagle. Conhecemos pessoalmente, ao vivo e a cores, muito do sul da nossa América do Sul e da sua geografia, fauna e flora.

Fazer uma viagem de moto desta magnitude, requer muita força de vontade. Tem que querer, querer muito, e qualquer pessoa, em qualquer meio de transporte, pode fazer, até de bicicleta! Sem dúvida é muito interessante, e a recompensa vem depois, com as lembranças e sentimentos, e a certeza de que VALEU A PENA CADA SEGUNDO VIVIDO!

Quero aqui agradecer acima de tudo a Deus, e tenho a plena certeza, que fomos abençoados e acompanhados de perto por um ser superior e muito acima da nossa compreensão, durante toda a nossa viagem.
Pois tivemos tanta sorte, que só Ele mesmo para interceder a nosso favor, desta maneira. Ouvi de outras pessoas muitas histórias, de fatos e acidentes, e outras ocorrências, chuva por exemplo naquele frio, que nós não tivemos. Sempre tudo estava a nosso favor.

As orações de todos os amigos, mas principalmente das famílias, mães, irmãos, esposas e filhos certamente fizeram a diferença.
Lá em casa sei que as velas ficaram acesas por todo o tempo! O meu crucifixo e a santinha que o Ribas nos deu na saída, estiveram todo o tempo conosco tbm, na moto.
Um grande abraço a todos que nos acompanharam durante estes 27 dias, e espero fazer outras viagens de moto, sempre que puder, e a saúde e Deus assim permitirem! Espero vcs!
BH, Nordeste, Salar de Uyuni, MachuPichu, Alaska, USA, Canadá... Opções não faltam... Quem sabe quando?!

Marcio A. Roberto
Campo Grande/MS
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*Logo que puder, vou fazer um post final, com um resumo e observações para quem deseja fazer esta viagem um dia, falando das distâncias das partes de rípio, pontos críticos, equipamentos e preparo da moto. Abçs!

A última etapa da viagem!

Os queridos companheiros junto conosco!


Chegada no Ingazeiro, em Anhanduí

Os amigos nos escoltando

A emoção do encontro!

A foto oficial...

No dia da saída, da porta de casa...

E no dia da chegada: Total de 12.567 km rodados!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cascavel & Dourados

Saímos de Santa Maria tarde, quase 10 da manhã. Encontramos o Dr. Remy no posto quando estávamos abastecendo, e ele nos levou até a saída da cidade, rumo a Cruz Alta. Tocamos por mais de 240 km sem parar, e paramos para abastecer e almoçar em uma pequena cidade, antes de São Miguel D'Oeste/SC uns 130 km, perto de Frederico Westfallen. Depois desta parada, a estrada ficou bem mais "emocionante" e difícil, cheia de curvas, e começamos a pegar muitos caminhões. Passamos por dentro de várias cidades pequenas e vilarejos, e a viagem não rendeu mais. Tomei um pouco de chuva, e tive que colocar capa. Foi uma pilotagem difícil e tensa, bastante agressiva, até chegarmos em Cascavel, perto das 18 hs. Paramos em um posto, e nos indicaram um bom hotel, chamado Copas Verdes. Nem chegamos a sair, e jantamos lá mesmo no hotel. De Sta Maria até Cascavel foram 675 km.

Em Sta Maria, na sede dos Gaudérios, com o Renato Lopes

No Garage, em Santa Maria/RS

Dr. Remi, 68 anos, piloto de motovelocidade até hoje!
Hoje tínhamos apenas 410 km pra fazer até Dourados, e por isso saímos do hotel em Cascavel tbm tarde, às 10 e meia da manhã. Fomos por Guaíra mesmo, apesar de termos anunciado que iríamos por Umuarama. Paramos em Guaíra, o Capitinga abasteceu e seguimos para entrar no MS. Estão recapeando muitos trechos da BR-163, e tivemos que esperar por diversas vezes na rodovia, com o sol escaldante, fazia 35-36 graus.
Esperando no sol quente...
Paramos em Juty para o almoço, um restaurante muito bom de comida mineira, coisa de primeira, indico para qualquer viajante almoçar ali. Tem até ar condicionado. Saímos de lá 14 hs horário do MS, para percorrer os 85 km restantes até Dourados, tempo ameaçava chuva. Chegamos em Dourados exatamente às 15 hs, e fomos direto para o hotel Dourados Center Hotel, na Weimar Torres. Já fomos tomar um banho e nos organizar, para esperar os amigos que viriam nos encontrar, para amanhã irmos juntos até Campo Grande, ou melhor o distrito de Anhanduí, aonde almoçaremos. Às 18 hs começaram a chegar, primeiro o Sisti com Dna Maria Eugênia, Rezek e Ronald, que estavam em P.Porã de carro. Logo depois chegaram os que vieram de moto direto de Campo Grande, o Raveduti, Xuxu, Osmar e Marcão. A surpresa foi o Guilherme, filho do Capitinga, ter vindo tbm, de carro. Foi legal!
Foi aquela festa, muitos abraços e fotos, todos querendo saber tudo ao mesmo tempo, muita conversa. O amigo Jairo, que mora em Dourados, já havia reservado mesa em um lugar tradicional, para a confraternização. Fomos para lá, à pé mesmo, pois é pertinho do hotel. Foram tbm os amigos Arnaldo e Rogério, que já foram para o Atacama em 2010, fizeram a mesma viagem que eu havia feito, e parece que agora devem ir para Ushuaia... Ficamos no Kikão até quase meia noite, muita conversa, muitas estórias pra contar, foi muito legal. Agora amanhã é chegar em casa, a emoção da chegada foi amenizada em parte devido a este encontro com o pessoal hoje, mas amanhã vou encontrar a família, e sempre é muito bom, quando se fica longe de casa por algum tempo, reencontrar os entes queridos e mais amigos! É o começo da chegada! Continuem conosco!
O encontro com os amigos em Dourados!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ontem & Hoje: Punta del Este & Brasil!!

ONTEM:
Saímos do Ibis 8 hs da manhã, ainda quase que esqueço o mascote da viagem, o meu pinguim... Fomos direto ao terminal do Buquebus, que fica no Porto Madero, bem pertinho do hotel. Entramos lá, deixamos as motos na fila atrás dos carros, e fomos pegar os tickets, e depois fazer a imigração, a saída da Argentina, e a entrada no Uruguay. A aduana fizemos na hora de subir para o navio, ou balsa, coisa rápida. Paramos as motos dentro do Buquebus, sem amarrar, e fomos para a parte de cima, aonde ficam as cadeiras, áreas de descanso, bares, freeshop, etc... O barco é muito grande. As cadeiras são como as de um avião, só que em muito maior quantidade. Na parte mais alta, tem uma área de descanso, aberta, e as pessoas ficam ali tomando sol, ouvindo música, fumando, e passando o tempo. Afinal pegamos o Buque mais lento, que demora 3 horas para atravessar os mais de 100 km entre Buenos Aires e Colônia del Sacramento, pela foz do rio da prata, no oceano Atlântico. A água é marrom, cor de barro. Chegamos no Uruguay às 13:30 hs hora local, que é uma hora a mais do que na Argentina. Saímos, a aduana parando todos os carros e pedindo pra abrir, as motos deixaram passar direto. Fui direto para a rua principal de Colônia, chamada Gral. Flores, aonde já tinha visto que tinha lojas de câmbio e restaurantes para almoçarmos. Fizemos um câmbio rápido, para apenas um dia no Uruguay, e fomos almoçar uma parrilla no El Porton, aonde fomos muito mal atendidos por um garçom mal educado, o Capitinga quase perdeu a esportiva com ele... Aliás os garçons em geral, na Argentina e no Uruguay, com raras exceções, foram muito mal educados, a maioria já são veteranos, mais velhos, e parecem que já perderam a graça pela profissão,  tratando mal os turistas! Isto é o fim! Saímos de Colônia, uma cidade até bonita, mas o nosso foco era irmos logo para Punta, às 15:00 hs. De lá até Montevidéo andamos 180 km de uma pista dupla, de concreto, estrada boa e tranquila, mas com algum vento, que chegava a incomodar. Passamos dentro de Montevidéo, abastecemos, e depois seguimos pela beira da praia, na Costanera, para enfim pegarmos a ruta01, duplicada, até Punta del Este. Chegamos em Punta às 18:30 hs. A primeira vista foi deslumbrante, do alto de um morro, dava pra ver a praia lotada, a água já mudou de cor, para um azul esverdeado. Fomos seguindo, e as paisagens cada vez mais lindas, dava pra ver um ou dois navios de cruzeiros estacionados perto da praia. Fomos seguindo, para a ponta da "Punta", que vai se afinando cada vez mais. Pessoas e carros, cada vez mais, indo e voltando da praia, tudo muito arrumado e limpo. Depois de passarmos na frente de alguns hotéis, paramos na frente do endereço que eu havia cadastrado no GPS, do Hotel Milano. Não tinha vaga. Dali mesmo avistei vários outros hotéis, e fui à pé mesmo, enquanto o Capitinga ficou esperando e cuidando das motos. No terceiro hotel que entrei, achei vaga (Hotel Alhambra), apartamento duplo, com ventilador, por US 135,00! Como já era quase 8 da noite, pegamos este mesmo, tomamos um banho e já saímos à pé, pra ver tudo por lá, enquanto ainda havia sol. Andamos pela praia, vimos os dedos na areia, que de acordo com um atendente de uma loja de lá, significa o resurgimento da economia do país, na América do Sul. É o mesmo artista que fez a mão do deserto, em Antofagasta, no Chile. Só que lá a mão está bem maior, o que significa que o Chile está bem mais à frente do que o Uruguay, em todos os sentidos. Andamos pela marina, muitas lanchas, muitos barcos, tinha até um lobo marinho lá. Punta é um balneário elitizado, vc pode ver pelos carros e as pessoas que por ali passam a toda hora. Pelas casas tbm, tudo de muito bom gosto e bonito. Paramos em um bar à beira mar, tomamos uns chops, e comemos umas porções. Depois fomos embora, sempre caminhando, e passamos por muitas lojas, o comércio todo aberto e à todo vapor, mesmo sendo já quase meia noite. Muita gente na rua. O ritmo e os horários daquele povo é outro...
Valeu a pena, conhecer esta cidade, e ainda quero voltar lá, se puder...
Fila pra comprar ingresso do Buquebus

As motos lá dentro



Vista de Buenos Aires

Parece um avião gigante

Tem até FreeShop!

Restaurante em Colônia

A ótima rodovia entre Colônia e Montevidéo

Punta del Este: maravilha!

O Capitinga tem até casa de câmbio lá!

A marina de Punta, muito grande, com muitos barcos

HOJE:
Acordamos cedo, arrumamos tudo, e quando fomos tomar o nosso último café fora do Brasil, ainda estava fechado... Só abria às 8 hs... Esperamos um pouco, as donas, algumas senhoras já de adiantada idade, resolveram abrir o café um pouco antes, e nos atender, "Los Motoqueros" que precisavam viajar! Saímos do hotel praticamente 8 hs da manhã, e deixamos pra trás aquela linda cidade, o sol nascendo, muito bonito mesmo! Ainda deu pra tirar uma foto dos dedos, sem ninguém pra incomodar, pois a cidade ainda dormia. A temperatura agradável, 24-25 graus, com um pouco de vento. Programei o GPS para ir até Rocha, a cidade que eu sabia que era no mesmo rumo que Chuy, aonde era o nosso destino, do lado Uruguaio, para sair do país. Andamos um pouco mais de 200 km, abastecemos no caminho, e chegamos na divisa. Passamos direto, procurando a aduana, e quando vimos já estávamos no Brasil! É só atravessar uma rua! Parei em um posto e perguntei, tivemos que voltar uns 2 km, para dar a saída do Uruguay, carimbar o passaporte, e oficializar a nossa partida. Enfim estávamos no Brasil, nosso querido país, depois de 25 dias fora. Entramos, passamos na aduana brasileira, mas não precisamos nem parar. Paramos apenas para perguntar. Andamos uns 60 km, e tinha um posto com um restaurante de comida caseira. Abastecemos, e fomos como loucos almoçar, comer aquele tão desejado arroz com feijão que tanto queríamos! Estava até engraçado! Pagamos R$ 12,00 pelo almoço mais gostoso dos últimos dias! O clima esquentou demais, e passava dos 33 graus a esta altura, e ainda ameaçava chover. Tirei a capa e deixei para fora, presa pelo elástico da moto, e troquei o cartão de memória do GPS, mudando agora para o mapa do Brasil. Seguimos por aquela estrada plana, quase só retas, com arrozais ao lado, e gado. Logo atravessamos a reserva do Taim, muitos bichos à vista, a maioria pássaros e capivaras, e chegamos em Rio Grande. O Capitinga abasteceu ali, e pegamos sentido Pelotas, para depois seguir para Santa Maria. Passamos bem por fora de Pelotas, para não correr risco algum, e no terceiro trevo, já aparece o nome de Santa Maria, à esquerda. Aquela estrada é única, e seguimos por ela até o nosso destino do dia, por quase 300 km. O asfalto no geral está muito bom aqui no RS, em todo o percurso de hoje, com alguns pedágios, mas moto não precisa pagar. Chegamos em Santa Maria às 18 hs, e o nosso amigo Renato Lopez foi nos encontrar na rodovia, uns 30 km antes. Passou por nós, eu já vi e reconheci a moto, e esperamos voltar. O Renato é uma grande pessoa, que eu só conhecia pelo telefone e internet. Grande e conhecido viajante de moto, já atravessou a América do Sul inteira, foi a Ushuaia 2 vezes, Austrália, etc... Já escreveu um livro (Nas Rutas do Cone Sul), o qual já li, e está finalizando o segundo livro, na viagem que fez por todos os países da América do Sul, em mais de dois meses. Além disto , pertence ao Moto Clube Gaudérios do Asfalto, daqui de Santa Maria. É o maior Moto Clube da região, tem sede própria muito bem estruturada, e organiza o encontro daqui, que é realizado em outubro, e que nós vamos vir, eu e o Capitinga pelo menos, com certeza! O Renato nos levou até a porta do hotel, e depois veio nos buscar para conhecermos a sede dos Gaudérios, pois na quarta eles também se reunem. Cada semana, um grupo de 5 integrantes é responsável pela comida, e pagam tudo. Este grupo só vai precisar fazer isto novamente no próximo semestre, e até lá come de graça. Todos participam ativamente, e ficamos impressionados com a animação do grupo deles! Conhecemos um senhor de 68 anos, que pilota motos racing, é piloto de moto esportiva, anda em autódromo até hoje! Conhecemos muitas pessoas ali, todos muito educados e gentis conosco, nos trataram muito bem. Assaram uma carne, e serviram com pão. A bebida cada um paga a sua, em um bar, dentro do local, e quem cuida tbm é integrante do clube. Saímos de lá e fomos conhecer um bar temático de motos, chamado MotoGarage, muito legal. Ficamos ali por umas duas horas, eu, Capitinga e o Renato, batendo papo e trocando idéias sobre motos, viagens, equipamentos, roteiros, etc... O Renato nos levou até o hotel, para o nosso merecido descanso, afinal hoje andamos mais de 800 km, e amanhã vamos seguir até Cascavel, ou Umuarama, no Paraná, a cerca de 700 km. Sigam conosco que está quase acabando!


Vista hoje de manhã dos dedos, no nascer do sol!

A rodovia até Chuy

Voltamos!

Aqui tudo começa!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Buenos Aires na segunda-feira...

Hoje 8 hs da manhã nos encontramos no café da manhã do Ibis, para sair às 8:30 hs com destino a concessionária BMW KM40, que fica a quase 50 km do hotel, ao norte. Quando fui colocar no GPS, simplesmente não existia o endereço. Perguntei para o cara do estacionamento, aonde era, ele tentou me explicar, e disse que era bem longe, e demoraria uns 40 minutos. Na hora já desisti, e concordamos em apenas trocar o óleo das duas motos, e faria a revisão em Campo Grande mesmo, mesmo passando um pouco a quilometragem. Liguei na hora para o Tom, da Baviera, em Campo Grande, e ele me autorizou a mandar bala. Mudei então o endereço para irmos a MotoTouring, oficina especializada em motos BigTrail em geral, e tbm vende acessórios da Touratech, Wunderlich, Schuberth, etc... Ou seja, tudo o que eu queria ver! Era bem mais perto, no bairro de Olivos, uns 14 km do hotel, que fizemos em 15 minutos mais ou menos. Chegamos lá 9:30 hs e estava fechada. Ficamos ali esperando abrir, e eu tinha visto que naquela rua, na verdade uma baita de uma avenida, tinha um monte de lojas e concessionárias de motos. Fui andar um pouco ali em volta, e quando vi, a meia quadra da MotoTouring, uma concessionária BMW Motorrad, chamada Trepat! Entrei lá, perguntei se tinham vaga para revisão de uma moto para aquele momento, e eles disseram que sim! Nem acreditei, corri lá, peguei a moto e já entrei dentro da oficina dos caras. Pensa no tamanho da minha sorte! Já preenchi os papéis, e começaram a mexer na moto, me prometendo que devolviam até as 18 hs, ou no máximo amanhã de manhã. Pedi para hoje, pois tínhamos que ir embora. Fiquei ali um pouco, vendo as motos, etc... e quando saí lá pra fora, vi que já estavam abrindo a outra loja, a MotoTouring. Fui agora pra lá, e o Capitinga com a moto dele, pra fazer a troca de óleo, filtro, limpeza do filtro de ar, etc... Chegaram dois caras, um mais velho que parecia ser o dono e um mais novo, mecânico. Na verdade não era o dono, chamado Claudio Pesce, e sim o gerente da loja, o Gerald, muito simpático por sinal. Começamos a ver todos os acessórios que tinha ali, impressionante a diversidade, em uma lojinha muito pequena, quase um beco, muito estreito, e lá no fundo a oficina, com bancada, elevador, pneus, máquinas para trocar e balancear rodas, etc... Começaram a mexer na moto do Capitinga, e em cerca de umas 2 horas já tinham acabado. Precisava ver o estado do filtro de ar da moto dele, o tanto de sujeira e insetos que tinha! Me lembrei que estava com dúvidas das minhas rodas, se estavam balanceadas ou não, fui lá na BMW, e pedi pra tirarem a roda traseira, e levei lá pra balancear. Estava completamente desbalanceada, de acordo com o Rodrigo, o mecânico, que aliás trabalhou 8 anos na BMW antes de ir pra lá. Levei de volta a roda traseira, e fomos almoçar, pois já era passado do meio dia. Fomos até a beira do rio, a gigantesca baía, a foz do rio da Prata no Atlântico, tinha uma marina, e almoçamos um restaurante chamado El Mirante, com uma ótima vista do rio. Pra variar comemos carne, um assado de tiras, ótimo. Voltamos para a oficina, eu peguei a roda dianteira e levei pra balancear, e tbm estava com problemas. Eu já tinha escolhido alguns acessórios da Touratech pra minha moto, mas teria que esperar acabar a revisão. Quando foi 4 da tarde, fui na BMW e a minha moto já não estava mais lá, tinham saído pra testar. O mecânico, um senhor de cabelos brancos (bom sinal), que mexeu nela, somente ele, e que tinha saído. Logo ele voltou, vi que tinham lavado a moto (Eu não queria que tivessem lavado!), e já estava pronta. A moto não tinha absolutamente nada, nenhum problema, depois de 10 mil km rodados em 21 dias, sendo 1.200 km só de rípio, pedras e buracos. Apenas a revisão padrão, trocas de óleos, regulagens, etc... A VStrom do Capitinga tbm não deu nada nesta viagem, nada mesmo, nem afrouxou um parafuso sequer, nem calibrar pneu precisou. Aliás, ele vai fazer a viagem toda com apenas um par de pneus Michelin Anakee2, 13 mil km até Campo Grande. O único incoveniente da VStrom é ter que ficar lubrificando e limpando a corrente todos os dias, mas isto é normal tbm. Paguei a revisão (R$ 1.100,00 achei um pouco caro, mas tiveram que tirar um parafuso que tinha quebrado, do para barro traseiro), e levei a moto para a Mototouring, pra colocar os acessórios. Aproveitei e pedi ao mecânico de lá pra arrumar a chave do suporte do GPS, pois não entrava mais, e eu não posso retirá-lo desde Bariloche! Ainda bem que é à prova d'água! Ele arrumou logo, e já instalou os outros acessórios. Coloquei uns protetores, no cavalete, ao lado das pedaleiras, um prolongador do paralama dianteiro, e uma proteção para a mala de tanque não encostar na buzina e na ESA, algo que aconteceu algumas vezes nesta viagem, pois a minha mala de tanque além de ser muito grande, está cheia demais! Depois vi que eles tbm faziam a revisão padrão da BMW GS/Adventure, tudo, igual à concessionária, por U$ 300,00 cerca de R$ 1.200,00... Mas o duro disto, é vc não ter o carimbo da concessionária autorizada, na hora de vender a moto! Lá mesmo tbm já vimos a questão da travessia amanhã para o Uruguay, pelo Buquebus, o Gerald nos ajudou muito, ligou na hora pra lá, e já compramos os ingressos pelo telefone mesmo. Vamos sair às 9:30 da manhã, no barco mais lento, que demora 3 horas para atravessar. O mais rápido, atravessa em uma hora e meia, mais só sai ao meio dia, então dava na mesma, além de que o mais lento é mais barato. Pagamos cerca de $ 320 pesos cada um, com a moto inclusa. Voltamos para o hotel, o GPS nos guiando muito bem por uma avenida muito larga (Av. dos Libertadores), Buenos Aires no final da tarde, 28 graus, cidade linda, trânsito fluindo tranquilo, muito agradável de andar de moto! Esta cidade eu achava que seria um caos pra andar aqui, mas que nada, andamos muito bem! As ruas e avenidas limpas e bonitas, muitas praças, monumentos e bairros tranquilos, com seus cafés nas esquinas. Agora é preparar as malas, reorganizar as bagagens, e já deixar as motos prontas para esta última etapa de 5 dias, daqui até a nossa querida cidade de Campo Grande, rever os amigos, a família, esposa e filhos, comer aquele arroz com FEIJÃO, salada e bife, mas que saudade desta comida simples nossa de cada dia! Passaremos amanhã pelo Uruguay, e dormiremos lá. Na quarta nosso destino é Santa Maria, no RS, mas entraremos no Brasil pelo Chuí, para conhecer mesmo, passando pela reserva do Taim. Lá em Sta Maria nos encontraremos com o amigo João Renato Lopes, que nos espera. Depois... Bem depois eu falo... Abraços!
Um dos carros do Dakar que ainda estão aqui

Na Motouring esperando abrir...

A loja é pequena mas tem de tudo!

Ao lado, a concessionária BMW

A marina pertinho de lá, no rio da Prata

A bonita Av. de Los Libertadores, muita loja de moto

domingo, 16 de janeiro de 2011

B. Blanca a Buenos Aires debaixo de chuva!

Hoje acordamos mais cedo, 6 e meia, e saímos do Apart Hotel Salvador de Bahia (AR$ 350/quarto doble), por volta das 8:15 hs. Tinha muito carro no estacionamento do hotel, nos fecharam, atrapalhando um pouco a saída. o GPS nos levou até a saída, pela ruta03. O tempo fechado, mas sem chuva, 22 graus, muito bom pra andar de moto. Em menos de 2 horas andamos os primeiros 210 km até Três Arroyos, e paramos para abastecer, numa tocada firme a 140 km/h, pela ruta03. Rendeu bem. O Capitinga abasteceu, mas eu não quis... A próxima parada seria em Azul, a 190 km dali. Assim que saímos do posto, e andamos uns 40 km, olhei a "range" (autonomia) da moto, e tinha despencado! Não ia dar pra chegar! Fiquei assustado, e pensei: devia ter abastecido! Andamos mais uns 80 km, e parei em um posto. Enchi o tanque, e ainda tinha 13 litros... Ou seja, este negócio não é assim 100% certo, e acho que a moto considerou a tocada mais forte um pouco para estimar a range. Só pode ser isto. Enfim, paramos ali, tomamos outro café com algumas medialunas, e o tempo agora fechou pra valer, e começou a garoar fino. Eu não quis colocar a capa, pois estou de cordura, e resolvi encarar a chuva, pensando que ficaria assim, fraca. Me dei mal... A roupa de cordura não segurou assim, a chuvinha fina virou uma tempestade sem tempo pra parar, e me molhei todo... Agora ficou bom... Depois de rodar uns 210 km debaixo de um toró, paramos em Las Flores, em um posto YPF, abastecemos, e fomos para outro posto Shell pois era o único que tinha cobertura para deixarmos as motos fora da chuva, e podermos nos recompor, e comer alguma coisa tranquilos. Comemos, tirei a jaqueta, estava "meio molhado", as mãos, parte do tronco, mas o pé ainda seco, e partes do corpo tbm. Resolvi colocar a minha super mega capa nova por cima da roupa de cordura, mesmo ela estando molhada, pois estava passando frio, o termômetro estava marcando 16 graus! Coloquei aquilo tudo, a roupa de cordura molhada, e a capa por cima, imagina o trabalho e o tamanho! Troquei a luva, por aquela que usei no frio, bem melhor e mais resistente. Saímos, e a água caiu sem dó. Acertei em colocar a capa, pois fiquei bem mais confortável, pelo menos não passei frio. Faltavam apenas 190 km até Buenos Aires. A pista é simples, sem acostamento, ou melhor, tem acostamento de grama, e eu não me cansava de lembrar do amigo Julio, de Londrina, que teve que parar naquele acostamento, a moto escorregou, caiu, e ele teve que abortar a viagem para Ushuaia tão sonhada e planejada (http://www.suldomundo.com.br). É uma graminha baixa, sobre uma argila branca, que quando se molha, é um sabão! Então parar no acostamento durante a chuva, nem pensar! A rodovia lotada de carros e caminhões, acho que muita gente voltando da praia, a pista tinha muita água, espirrava longe quando passavam os carros. E nós a 120 km/h, tocando bem, mas eu estava muito tenso, doía o pescoço, como na tocada no rípio. Acredito que moto não aquaplana, mas quando pegávamos aquele riozinho de água que ficava nos trilhos dos carros, dava um frio na espinha, a moto dava uma saida, e então tínhamos que ficar no meio dos trilhos, e nem sempre é bom, tem aqueles cocorutos, muito perigosos. Enfim entramos na grande Buenos Aires, o GPS me tirou da pista dupla, não sei por qual razão, mas fomos andando ao lado dela, por uns 15 km, até passar a cidade de Ezeiza, e entrarmos na Autopista Richeri de vez. Passamos por uns 6 ou 7 pedágios hoje, a maioria não cobra de motos, só os da autopista, nos cobrou $ 0,40 no primeiro e $ 2,00 no segundo. Chegamos então no hotel, que já havia reservado desde setembro do ano passado, o Ibis Obelisco, que fica na Av. Corrientes, bem no centro da cidade. Ao lado, é o Novotel, que foi ponto para algumas equipes do Dakar: Toyota, VolksWagen e Honda. O pessoal das equipes ainda estava lá, e tinha até uma moto em exposição, que havia participado do rally. Tirei toda a bagagem da moto, tudo mesmo, pois amanhã levo ela cedo na KM40, para a revisão de 20 mil km. Banho, e saímos pra jantar no Chiquilin, uma parrilla aqui perto, muito boa. Agora é descansar e amanhã fazer o dia acontecer. Na terça atravessaremos para o Uruguay.  Hoje totalizamos 10 mil km rodados na viagem toda, em 3 semanas. Abraços!
Da porta do hotel, se avista o Obelisco

O Novotel foi a casa de algumas equipes do Dakar

Uma Honda CR450 que participou do rallye. Olha o estado!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Puerto Madryn - Bahia Blanca: enfim uma chuva!

Hoje acordamos às 8 hs, depois de uma péssima noite, pelo menos pra mim. A gripe me pegou de jeito, muita tosse, peito cheio, e demorei pra dormir, mesmo depois de tomar 2 comprimidos de Resfenol, que dá um sono danado. Ontem à tarde, após atualizar o blog, saímos pra fazer câmbio, pois os pesos estavam acabando. Depois demos uma volta na rua, compramos mais algumas lembranças, e fomos ver a praia de Puerto Madryn. Como é que aquele povo fica na praia com aquele vento frio, acho que abaixo dos 20 graus?! E a praia lotada! Sentamos em um bar, na calçada, tomamos umas duas Quilmes de litro, eu com muita fome, pedimos uma tábua de frios ("picada"), e ficamos ali até 9 da noite. Depois fomos jantar, Capitinga faz questão, e comemos um peixe. Fomos dormir quase meia noite.
Tomamos o desayuno, muito bom do Hotel Píren, abastecemos, e saímos da cidade eram 9:30 da manhã, para fazer os 720 km até Bahia Blanca. O vento pegando forte, agora de frente, as motos não andavam, e ainda estavam gastando muito. Andamos uns 140 km, e paramos para abastecer, pois a ordem agora é abastecer aonde tiver posto, pra não ficar nem nafta. Tinha fila, mas pequena, e eu abasteci também. Ontem o Capitinga resolveu usar a gasolina do galão, e estava com ele vazio, mas não encheu de novo... Saímos, andamos mais 140 km, tinha um trevo, em San Antonio Oeste, aonde vc escolhe se vai pela ruta3 ou pela outra estrada. Tinha um posto ali, com uma fila muito grande, e outro, sem fila alguma. Fomos para o posto sem fila, e é claro que não tinha gasolina... Voltamos para o posto da fila grande, mas eu não precisava, pois a minha moto tinha autonomia pra chegar em Viedma tranquilo, a 170 km dali. Aí não teve jeito, o Capitinga foi pra fila... E o sol quente... Aliás o calor chegou com força hoje. Já cedo quando saímos estava 30 graus, e rapidinho foi para 35-36 e o sol a pino. Estacionei a moto, tirei os equipamentos, fui ao banheiro, lanchei, tomei um café, e quando olhei o Capitinga, ele estava no mesmo lugar na fila... E já fazia quase meia hora... Fui lá, conversei um pouco, lembrei que poderia pegar o galão, e pedir pra algum carro deixar eu entrar na frente, afinal eram só 10 litros... Pedi para 2 carros, mas não deixaram eu "furar" a fila, nem pra encher um galão... Voltei, e fiquei ali, perto das bombas. A moto virou a atração no posto, que estava lotado, e eu só que respondia perguntas: Estan vindo de onde? Quanto custa esta moto? A quanto andan? E por aí vai...
De repente, acabou-se a Super de uma das bombas, que é a gasolina intermediária, e que todo mundo usa, de 95 oct. Começaram a abastecer só com uma bomba, aquele mundo de carro, isto fora que era só um frentista pra atender todo mundo, precisava ver o atendimento precário! Só havia um detalhe, que eu não tinha me lembrado: tinha gasolina Premium sobrando! Corri lá e falei com o frentista: Acabou a Super? Ele disse que sim. E agora? Ele disse que iriam abastecer o tanque com o caminhão que havia acabado de chegar, e que demoraria uns 15 minutos pra fila voltar a andar. E eu: E a Premium, tem? Ele: Tem. Posso encher o galão com a Premium? Ele disse: Corre lá então e traz o galão... Peguei o galão mais que depressa, enchi, o Capitinga encheu o tanque e ainda sobrou um pouco. Detalhe: o galão de 10 litros dele coube 13 litros... Devem estar roubando na bomba, ou então este galão é maior do que pensávamos! Enfim, com esta história toda, ficamos por cerca de 2 horas ali naquele posto, e perdemos um tempo bom. Justo na hora que deveríamos estar com o galão... Sempre é assim, a famosa Lei de Murphy!  Ali a Adventure mostra o porque do seu tanque de 33 litros... É como se vc carregasse um galão... O Capitinga comeu rapidinho, e saímos rumo a Viedma, com um vento horrível, que incomodava demais, a pilotagem não fluía, a moto andando de lado, não rendia... Andamos uns 140 km e antes de Viedma uns 30 km, a paisagem começou a mudar, já mostrando que a Patagônia estava acabando. Começaram a aparecer umas lavouras, gado, fazendas, rolos de feno, etc... Logo atravessamos um rio, alguns canais de irrigação, e logo chegamos em Viedma, e paramos para abastecer em um posto Petrobrás. Comemos novamente algumas media lunas, e seguimos. Atravessamos um rio muito grande, acho que é o rio Colorado, cheio de gente tomando banho, como se fosse praia, afinal hoje é sábado. Faltava agora só 280 km até Bahia Blanca. De longe já vimos o tempo fechado na frente, indicando chuva. Até então só tempo bom, sol e vento. A estrada uma reta só, com campos e lavouras margeando. Passamos por uma pequena tempestade de areia, andamos uns 120 km, e tinha um posto pequeno. Paramos lá, o Capitinga abasteceu, e seguimos. O tempo agora fechou pra valer, e já começamos a ver os raios no horizonte. Vamos ver, pensei, talvez possamos escapar dela, se a estrada for pra direita. Mas que nada, fomos direto para o centro da tempestade. Parei, fechei a jaqueta, as mangas, arrumei pra tomar chuva, e nem eu nem o Capitinga colocamos capa. O calor era tanto, que queríamos nos molhar... Uns 50 km antes de Bahia Blanca, ela veio, mansa, depois muito forte, quase não dava pra ver nada na frente, mas logo parou, e ficou bom. As roupas seguraram legal, e não nos molhamos. Começou a clarear o tempo, quando paramos em um posto na entrada da cidade, já aproveitei para abastecer, e eu tbm queria ver nomes de hotéis, ver aonde ficaríamos hoje. O cara do restaurante do posto nos indicou um, dizendo que era bom, e não era tão caro: Apart Hotel Bahia. Procurei no GPS, e tinha, só que chamado Apart Hotel Salvador de Bahia. Não era possível ter dois com nomes tão parecidos! Saímos de lá, fizemos o zigue-zague de sempre que o GPS faz para atalhar... e achamos o tal apart hotel. Muito bom, por $ 300 quase um apartamento, com cozinha, quarto separado, e uma sala. Guardamos as motos no estacionamento, tudo molhado, as motos muito sujas, as malas, tudo muito sujo. Agora vi para que serve aquele Para-barro traseiro pequeno que tirei da moto... rsrsrs! Como eu já havia lanchado no posto na entrada da cidade, hoje não jantei. O Capitinga foi jantar, em um restaurante aqui pertinho, e eu fiquei aqui, na internet...
Amanhã chegamos a Buenos Aires, a 700 km daqui. Já fiz reserva no Ibis, e segunda vou levar a minha moto na concessionária BMW KM40, para a revisão dos 20 mil km. Havia feito uma reserva na Cordasco, a outra concessionária mais antiga de lá, mas liguei hoje, e disseram que não haveria como me devolver a moto na terça. Sendo assim, vou fazer na outra mesmo. Amanhã está marcando chuva o dia todo, e mais forte em Buenos Aires, no final da tarde... Então já viu, né?! Vamos molhar de novo! Abraços e continuem conosco!
A bonita praia de Puerto Madryn, mas o vento friiiooo...

Olha a fila

Esta é pequena!

Que tal esta?

Capitinga comendo ameixa pra relaxar...

Muita gente esperando, por horas, no sol

A Premium é mais cara, mesmo assim barato pra nós!

No posto de Viedma, no final da tarde

Já estamos mais perto!

No posto, antes da chuva

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ontem & Hoje: Balsa, Frio e Ruta03

ONTEM:
Acordamos bem cedo em Cerro Sombrero, e às 7 da manhã já estávamos com tudo arrumado e prontos pra sair. Tomamos o desayuno do hotel, servido por um senhor, uma figura, ele cuida sozinho do restaurante do hotel, e faz tudo ele mesmo. Na noite anterior, jantamos lá, até porque não havia outro lugar... Pra começar, a "cena" (janta), é das 20 às 21 hs, e fim de papo! É ele quem manda aonde vc deve se sentar, e o menu não tem escolha: é sopa e depois frango com arroz. Tomou a sopa, lá vem ele à jato e tira o seu prato. Alguns segundos após, lá vem ele com o outro prato. Acabou, ele põe a sobremesa (Postres), um pudim de cebola com uma geléia em cima. Se quiser, come, senão, pode ir embora. O Capitinga, sempre fica escolhendo, quer uma "ensalada" e tal, não teve alternativa, teve que comer o que tinha! Pensa num garçom "sistemático" aquele! hehehe! E no café da manhã mesma coisa. Já sentamos, na mesma mesa é claro, ele nos serviu ovos mexidos, leite com café já na xícara, e um pão com manteiga e geléia. E fomos embora! Saímos do hotel tava um frio danado, a temperatura mais baixa que pegamos nesta viagem, estava marcando 7 graus na moto, e ventando! Mas estávamos bem preparados, com tudo o que tinha direito, duas luvas, balaclava, forros, segunda pele, etc... O aquecimento de manopla da GS nestas horas é muito bom! Andamos os 50 km até a balsa, em uma estrada de concreto, aliás nesta parte do Chile as estradas são quase todas feitas de concreto, acho que por causa da neve. Tinha uma fila grande de caminhões, só caminhões. Nada de carro pequeno, nem pessoas. Acho que a balsa tinha feito alguma viagem na noite anterior, e havia levado as pessoas e alguns carros menores. Paramos bem na frente da fila, os motoristas dos caminhões todos dormindo, afinal ainda era bem cedo. De longe vimos algo vindo, não dava pra ver bem o que era. Era a balsa mesmo, e quando encostou, imediatamente todos os caminhões deram partida nos motores, e começaram a se movimentar. Nem chegaram a amarrar a balsa nem nada, já foi entrando caminhão, achei que caberia uns 6 a 8 no máximo. Couberam 12! Por último, quando não cabia mais nenhum, entramos nós, e ficamos em um lugar separado, atrás. Como nem amarraram as motos, ficamos lá segurando-as, e não deu pra subir e ver o canal. A balsa balançou um pouco, e não deu 20 minutos já chegamos. Lá a travessia é muito rápida, pois é bem mais estreita a passagem, do que de Punta Arenas a Porvenir, que durou 2 horas. Logo chegamos na aduana Chilena, pra sair do Chile pela última vez nesta viagem. Quando estávamos chegando, vi um monte de moto vindo do outro lado, no sentido contrário. Eram acho que 13 motos, do pessoal dos GlobeBusters Motorcycle Expeditions (www.globebusters.com), empresa inglesa, que organiza viagens de moto pelo mundo todo. Já havia lido algo a respeito deles. Eram na maioria americanos, e me falaram que estavam dando a volta ao mundo, e fazendo agora a etapa da América do Sul. O fundador, Kevin Sanders, estava lá, falei com ele um pouco, trocamos adesivos, fotografei as motos, todas bigtrail e a maioria BMW, com uma van de apoio, mas que não leva a bagagem, só alguns pneus, e socorro caso necessário. Este pessoal é profissional, e muito organizado, e rodam o mundo todo, em várias expedições. Tem um cardápio de viagens, ao gosto do freguês, mas um pouco caro, é claro, para europeu pagar, em libras. Logo depois chegaram tbm dois brasileiros, andando de Falcon400, de Indaiatuba/SP, que tbm iam até Ushuaia. E o frio batendo nos 11-12 graus, com muito vento. Saímos, andamos uns 500 metros, e chegamos na aduana argentina, agora para entrar, foi mais rápido, e lá tbm tinha 2 americanos, que não tinham nada a ver com o pessoal dos Globebusters, apenas dois amigos, indo para Ushuaia, com uma Honda Transalp700 e uma GS650G. Conversamos um pouco tbm, me pediram o melhor caminho entre Cerro Sombrero e San Sebastian, e seguimos viagem. Logo chegamos em Rio Gallegos, sob uma garoa fria. É uma cidade muito boa, grande, e paramos em um posto Petrobrás, já na saída, para abastecer e almoçar, pois já era passado das 11 hs. Comemos um lanche, liguei para o meu querido pai, pois é o dia do aniversário dele, tomamos o tradicional café "chico", e saímos. O tempo deu uma limpada, mas ameaçando chuva. O Capitinga colocou capa, mas eu resolvi arriscar e não coloquei, pois era muita roupa para frio, e além disto já tinha "esquentado" um pouco, para 15 graus. Acertei, pois a chuva foi embora e só pegamos tempo bom. Na saída de Rio Gallegos, vc anda uns 30 km e tem o trevo para El Calafate. Antes, a polícia local nos parou, enrolou, pediu passaportes, anotou as placas das motos, e nos liberou. Pegamos a saída da direita, rumo ao norte, ruta03. Tocamos uns 230 km sem parar, até o primeiro posto, em uma cidade que não me lembro o nome agora. Lá tinha mais umas 5 motos paradas, de brasileiros, de Curitiba, acompanhados por um carro de apoio, do Alberto, que participa dos BMW Riders tbm, como eu, e não deu pra vir de moto. Abastecemos, e recebi uma saraivada de perguntas a respeito da estrada, balsa, rípio, greve, etc... Eles estavam seguindo para El Calafate, para depois descer por Puerto Natales, Punta Arenas e Ushuaia. Mas com esta greve, não sei como farão! Fiquei sabendo agora que tem 1.500 turistas "presos" em Puerto Natales, que não podem sair de lá, por causa da greve, e além disto, os piqueteiros não deixam nem os restaurantes servirem comida a eles! O negócio ficou feio! Saímos de lá na hora certa! Mais uma acertada!
Seguimos viagem, encontramos muitas motos descendo, um casal de Crisciúma em um posto voltando de Ushuaia, outro casal em outro posto, de São Paulo, descendo, e fomos tocando. Houve um acontecimento engraçado. Não sei bem que hora era, talvez umas 4 ou 5 da tarde, eu ia na frente, a estrada com manutenção, estão recapeando umas partes, e de repente, em uma lombada, uma placa: DESVIO, para a direita, em uma estrada de rípio, ao lado do asfalto. Mas parecia que o asfalto estava liberado. Não deu pra ver direito, era uma lombada, e na dúvida, entrei no tal desvio, e o Capitinga atrás. Andamos uns 500 metros, e já comecei a ver os carros passando no asfalto! hehehe! O Capitinga, brabo, voltou na hora, mas eu acho que gostei tanto do rípio, que continuei, pensando: isto deve acabar logo ali. Mas demorou. O Capitinga voltou, me passou pelo asfalto buzinando e acenando, e só depois de uns 1500 metros é que fui entrar de novo na estrada! Vai gostar assim de rípio pra lá, disse ele no posto! hehehe! No total andamos ontem 830 km, e resolvi dormir em Caleta Olívia, de tanto ouvir falar mal de Comodoro Rivadávia, hotéis caros, etc... Foi bom, ficamos no Hotel Robert, pagamos $ 340 pesos em um quarto duplo, hotel meia boca. Tomamos um banho e saímos, abastecemos as motos, calibrei os pneus, e fomos comer um bife de chorizo em um restaurante, acompanhado de uma Quilmes de litro, aliás fomos muito mal atendidos. Mas o bife estava ótimo! Voltamos para o hotel já era quase meia noite, e fomos dormir. Eu gripado, estou tomando o Resfenol, que dá muito sono, por isto só tomo à noite, antes de dormir, e apago, nem escuto o ronco do Capitinga! O clima já esquentou um pouco, mas estava friozinho à noite, 16-17 graus.
Na aduana, de novo...

O rípio "bom" até Cerro Sombrero

A Hosteria em Cerro Sombrero

Olha a balsa lá, gente!

O Capitinga já fez um amigo na balsa!

O pessoal dos GlobeBusters

Olha uma Teneré660

Vimos muita gente de Falcon na estrada

Globebusters - são bem estruturados

HOJE:
Como o trecho de hoje era pequeno, só 520 km até Puerto Madryn, acordamos um pouco mais tarde, 7 e meia, arrumamos tudo, tomamos o café e saímos da cidade eram 9 hs. Após passarmos 70 km da pura patagônia, e várias bombas extratoras de petróleo, chegamos em Comodoro Rivadávia, uma cidade muito grande, me impressionou pelo tamanho, e achei muito bonita e arrumada. Mesmo tendo andado pouco, paramos para abastecer, pois o próximo posto era somente a 230 km à frente. Saímos, o clima começou a esquentar, no início estava até frio, 17 graus, depois subiu para 19-20 graus, mas com muito vento, vindo sempre do lado esquerdo, do oeste. Estávamos com forro nas roupas, e segunda pele, pois não queríamos arriscar a passar frio na estrada. Qualquer coisa tirávamos os forros no caminho. Este é o procedimento mais correto, ir "descascando" a roupa, é bem mais fácil do que colocar. Andamos 170 km pela ruta03, a paisagem a mesma, estepe patagônica, de vez em quando uns guanacos, e carneiros. Paramos em um posto YPF da rede ACA (Automóvel Club Argentino), e não tinha gasolina. Mas tinha acabado de chegar o caminhão, e ia demorar cerca de meia hora pra liberar, isto fora a fila de carro esperando. Seguimos, pois recebemos a informação que a mais 50 km havia outro posto. E havia mesmo. Paramos lá, havia um painel de vidro com um monte de adesivos de viajantes de moto, do Brasil inteiro. Vi adesivo de tudo é que clube, e lógico colei o nosso lá, da viagem e o da Confraria tbm. Aliás, sempre é bom levar adesivo nestas viagens, pois todos nos pedem, e vc sai marcando território por aonde passa! Os meus já estão quase acabando! Havia gasolina, mas limitado a somente 50 litros por carro, e somente a Premium, melhor e mais cara, a $ 3,96/litro menos de R$ 2,00! O Capitinga aproveitou e colocou os 10 litros que ele está carregando no galão deste Puerto Natales no tanque da moto dele, e completou. Eu não quis abastecer, novamente me aproveitando da enorme autonomia da minha moto, e ainda andando a 130-140 com o vento de vez em quando à favor, as motos estão fazendo 15 km/l. Saímos para fazer os 200 km restantes. Passamos por Trelew, aliás uma cidade muito boa, que fica somente a 55 km de Puerto Madryn. Me lembrei na hora do meu xará, o amigo e agora deputado estadual Marcio Monteiro, que disse que tem um cunhado que mora ali, e que já esteve ali algumas vezes. Inclusive estão duplicando a rodovia entre as duas cidades. Já estávamos pertinho do litoral, e já dava pra ver nos postos, o pessoal com roupa de praia, a moçadinha, e nós com frio! Chegamos em Puerto Madryn cerca de tres e meia da tarde, entramos na cidade, muito bonita e charmosa, fica na beira do oceano atlântico. Ia procurar hotel no GPS, mas fomos andando, e vi na beira mar um hotel que parecia interessante, chamado Pirén, e paramos ali mesmo. Tinha quarto, fizeram um pouco de charme quanto a vaga no estacionamento, mas no fim deu certo. Cobraram $ 400/quarto doble, cerca de R$ 200,00 mas o hotel vale a pena, e fica bem no centro, perto de tudo. Vai aqui mesmo. Agora deu pra atualizar o blog, aliás neste retorno vou atualizar a cada 2 dias, pois como todos sabem, a empolgação da ida é a melhor, e no retorno já não é a mesma coisa. Se bem que ainda temos mais 1 semana de viagem até chegar em casa. Está tudo indo muito bem. O clima hoje maravilhoso, sol aberto, nada de chuva até agora. As motos, impecáveis, só abastecer e nada mais. A saúde boa. A gripe que me pegou está sob controle. Enfim, como sempre, as orações de todos continuam nos ajudando, e Ele segue conosco! Um grande abraço, e sigam conosco!

As infindáveis retas da ruta03

Tamo chegando!

Ali tem alguns adesivos...

Capitinga e o galão chileno dele...


Estou levando um pinguim de carona, desde Punta Arenas...

Marcando território... Olha a Confraria ali!

Casal de Três Lagoas, estão indo de carro pra Ushuaia

Olha a vista do nosso hotel!

Quem sou eu

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
51 anos, casado, zootecnista, empresário, carnívoro convicto e motociclista.