domingo, 3 de outubro de 2021

Norte do Brasil, MS, MT, RO, AM, PA, BR319, Manaus e BR163 de Santarém a Campo Grande!

 Dia 1 – 01/09/2021 – Quarta-feira – Campo Grande/MS a Rondonopolis/MT – 500 km

A mente, como se fosse uma outra entidade dentro da mesma pessoa, pensa por si só, e não temos controle algum sobre ela... Ou seja, como no livro O PODER DO AGORA, a mente não é o que somos, e temos que separar as duas coisas. Acordo cedo pensando em tudo, preocupado com as coisas, com a mente muito agitada, só que, as 9 da manhã, já penso diferente! Seria normal isso? Ou seria apenas questão do aumento do cortisol ou a endorfina do exercício físico fazendo efeito?? Vai saber... Só sei que, depois de pensar e repensar em fazer ou não esta viagem, de ir e não ir mais de 20 vezes, resolvi na terça que iria sim, mas sairia na quarta, uns 3 dias antes da turma, visitando alguns amigos que tenho pelo caminho, no MT e Rondônia, para atualizar as conversas, o que eu gosto muito, por se tratar de, além de grandes amigos, de pessoas que fazem a diferença na pecuária.

Na quarta acordei cedo, antes das 5 hs da manhã, ainda fui na academia, e no retorno, trabalhei até as 9:00 hs mais ou menos. Comecei a arrumar a moto, colocando as malas laterais, que fazia muito tempo que não usava. Lembrando que esta moto eu troquei agora em maio/2021, e já é a versão Rallye da GS1250, na cor branca, e está com apenas 3.300 km rodados, ou seja, ainda amaciando. Acabei arrumando tudo até a hora do almoço. Almocei com a família (Eu, Luiza, Izadora e João Pedro). O Marquinhos está morando em São Carlos, e deve se formar no final deste ano, daqui uns meses. Após o almoço, arrumei a minha mala, e as 14 hs desci pra colocar a roupa e sai as 14:30 mais ou menos. Sai tranquilo, rodando sozinho, pela BR163, tocada de sempre 120/130. Parei em Coxim pra abastecer, que é a metade do caminho, e cheguei em Rondonopolis as 19:30 hs. Peguei um hotel pelo Booking que já tinha reservado em Coxim (Piratininga), e fui pra lá. O amigo Arlindo, que mora lá, tinha um compromisso, e ficamos de encontrar no outro dia cedo. Pedi um omelete no quarto, tomei um banho e dormi.

Dia 2 – 02/09/2021 – Quinta-feira – Rondonopolis/MT a Tapurah/MT – 680 km

Acordei cedo, 5:30 hs, desci na moto, tomei o tradicional café (Só café sem açucar), e lá pelas 6:30 hs estava pronto esperando o Arlindo. Ele acabou chegando quase 8 da manhã, e conversamos por 1 hora ali mesmo na recepção do hotel. Papo muito bom, falamos de tudo, família, saúde, e principalmente negócios. Pra quem não sabe, o Arlindo foi o responsável por eu ter aberto a minha empresa, em 1994, logo após me casar, passei uns dias com ele aqui em Rondonopolis, e em 1995 acabei fundando a Zoomix, com a ajuda e dicas deste grande amigo! Ou seja, já é uma amizade de mais de 30 anos, conheci o Arlindo na Embrapa em julho de 1990, estávamos fazendo estágio pela faculdade. Bom demais!

Sai já quase 9 da manhã, com destino a Tapurah, uma cidadezinha que nunca tinha ouvido falar, perto de Lucas do Rio Verde, no norte do MT, a 400 km de Cuiabá. Resolvi ir pela Chapada dos Guimaraes, apesar de andar um pouco mais de km, mas não tem muito caminhão e tem curvas, e ainda passa na Chapada, que sempre é bom. Acabei acertando! Andar sozinho de moto é uma experiencia única, diferente de andar em grupo, as vezes é bom, você faz a sua viagem, sem pressão, para aonde quer, faz o que quer. Estou gostando da experiência... Depois de rodar uns 210 km, abasteci na Chapada, e toquei até Nobres, embaixo de um calor de 38 graus, sem comer nada, só no café preto, como sempre. Abasteci e almocei em um posto que tem lá, e segui agora pela BR163, e um trânsito infernal de caminhão, que eu nunca tinha visto, tanto movimento assim! Passei por uma situação de perigo de morte que fazia muito tempo que não passava, um carro abriu pra passar os caminhões e jogou em cima da minha moto, não tinha como ir pro acostamento, passamos os 3 na mesma pista, quase pegando na moto! Tem gente de todo tipo, sem nenhuma noção, e por milésimos de segundo a sua vida passa na sua cabeça! Parei um pouco pra tomar uma água e descansar, além das paradas pra conserto da estrada, pelo menos 2 vezes. Achei que ia chegar cedo em Tapurah, pra visitar o amigo e professor Daniel de Paula, meu consultor técnico da Zoomix já a muitos anos, e considero como amigo, conversa muito boa, sempre temos coisa pra falar. Acabei chegando lá as 17 hs, quase no final do dia. Abasteci, liguei pro Daniel e fui pro hotel esperar ele lá. Pra minha surpresa, tinha um chocolate na minha mala, e estourou, sujando um monte de roupa, tive que lavar tudo e deixar secando no quarto do hotel... Pensa... O Daniel acabou passando lá quase 20 hs, e fomos jantar na casa dele, com a esposa e os sogros dele. Muito gente boa, conversamos bastante, tomamos umas 4 ou 5 cervejas Louvada, top demais! A esposa do Daniel tinha feito uma picanha no forno, pensa na janta top, muito boa. Conversamos até depois das 22 hs, e o Daniel me levou de volta pro hotel. Ficamos combinados dele passar no outro dia as 6 da manhã pra irmos no confinamento na fazenda do sogro dele, ali perto da cidade, bem perto mesmo, tipo uns 10 km. Fui dormir cansado, sono bom demais, corpo cansado mas a mente limpa, estou gostando de viajar solo...

 

Dia 3 – 03/09/2021 – Sexta-feira – Tapurah/MT a Vilhena/RO – 730 km

Acordei as 5 e pouco da manhã, as roupas já estavam secas, tomei um café e fiquei esperando o Daniel na recepção do hotel. Ele passou lá e fomos ver o confinamento e a fazenda do sogro dele. Conversa muito boa, técnica e de fazenda, o Daniel sempre me dá boas idéias, e trocamos opiniões a respeito de tudo. Na volta, ele me falou que teria um atalho pra ir pra Vilhena, só que estrada de terra, muito boa que iria atalhar uns 100 km mais ou menos. E eu resolvi que iria por este atalho. Ele me explicou, desenhou até um mapa, e as 10 hs da manhã eu sai de Tapurah com destino a São José do Rio Claro, 120/130 km de off, a conselho do Daniel... Vai vendo... kkkkk Segui o mapa que ele havia desenhado, mas claro, estrada de terra, por dentro de fazendas, sempre tem umas bifurcações, que você pensa, será que estou certo ou errado? Acabei pegando a direita em uma placa de fazenda dos Vilela, e andei quase 20 km errado, ou seja 40 km ou 1 hora perdida! Neste caminho, peguei areia, talco, mas não cai e fui devagar, pois estou andando sozinho, e a moto carregada com mais de 300 kg não é fácil de levantar... Parei em uma fazenda, perguntei, depois parei em outra, e fui indo... Peguei mais areia, andei no meio da mata por uns desvios, e enfim achei a MT-010, que era a minha referência, pra chegar em SJRC. Chegando lá, uns km antes, ainda peguei mais areia, mas a estas alturas, já estava acostumado na pilotagem no off (minha pilotagem vai melhorando e aperfeiçoando conforme eu vou andando), e passei tranquilo, só acelerando e de pé na moto. Esse trecho de terra, foi muito bom pra mim. Primeiro que já quebrou o gelo em relação a andar no off, e ainda solo, e me desafiou de diversas formas, areia, talco, etc... Me preparando para o que vem ai na frente, na 319. Foi muito bom! Mas o que era pra ter sido feito em 2 horas, gastei 3 horas, por causa do erro no caminho. Mas o importante é que deu certo! Cheguei em São José as 13 hs, abasteci, tomei uma água, enchi o pneu na moto, e  resolvi não almoçar e tocar direto, sentido Campo Novo dos Parecis. Agora era tudo asfalto, e eu ainda tinha quase 600 km até Vilhena... Segui tranquilo, deu até uma resfriada na temperatura, 30 a 32 graus, e foi bom demais. Passei o pedágio da reserva indígena, logo após Campo Novo, aonde tinha abastecido. Neste pedágio, lembrei que havia passado ali a exatos 10 anos atrás, em 2011, eu, Nelsão de Jardim, Rogério e Jardim, voltando de Rondônia, aonde abortamos de fazer a BR230 pois tinha começado a chover e era tombo na certa. História que ficou! Logo passei por Sapezal e Campos de Júlio aonde parei de novo, e dali fui direto a Vilhena, chegando lá as 19 hs, andando um pouco a noite. Parei no primeiro posto bom que eu achei, abasteci e já jantei ali mesmo, quebrando um jejum de 22 horas muito bom que estava fazendo, com carne, claro! Dali segui para o hotel Portinari, que também havíamos ficado lá em 2011, e – pasmem – eles ainda tinham o meu cadastro! Kkkk Bom demais, banho e dormir que no sábado chego em Ji-Paraná!

 

Dias 4 e 5 – 04 e 05/09/2021 – Sábado e domingo – Vilhena/RO a Ji-Paraná/RO– 330 km

Acordei as 6 da manhã, tomei um café apenas, me arrumei e sai do hotel quase 8 horas. Trecho curto, rumo a Ji-Paraná, aonde vou passar o final de semana, com o meu compadre e amigo de longa data Hugo Santana, grande amigo! Resolvi tocar a 120 km/h cravado no modo de pilotagem ECO, que tem nessa moto, e não tinha nas outras, pra ver como fica o consumo, pois estou achando essa nova 1250 muito gastadeira, fazendo entre 13,8 e 14,0 km/litro. A 1200 fazia 15 na mesma tocada. No modo ECO, a 120, a moto fez quase 17 km/litro, achei até bom... Pode ser amaciamento, mas tbm achei que a 1250 gasta mais, como me disse um amigo uns dias atrás. Cheguei em Ji-Paraná quase meio dia, pois parei em Pimenta Bueno pra tomar um café e uma água. Fui direto para o hotel Maximus, aonde já tinha me hospedado uns anos atrás. Fiz o check-in, tomei um banho e fiquei esperando o Hugo para almoçarmos. Logo ele chegou e fomos almoçar, com a Daniela, esposa do Hugo e minha comadre (Eles batizaram o meu filho mais novo, o João Pedro), e a filha mais nova deles, a Melissa, uma figura, todos muito gente boa, pessoas da melhor qualidade. Sentamos pra almoçar, e depois de alguns chopps, caipirinha, e de comer uma moqueca de peixe maravilhosa, já era quase 4 da tarde, fomos pra casa do Hugo, aonde ficamos conversando até umas 4 da tarde, e depois fomos fazer compras para o churrasco de domingo, com o Hugo já me passando o bastão pra assar a carne... Responsabilidade! No mercado, vi o caminhão Unimog do amigo Sid, que ele tinha e falado. O Sid é um amigo que conheci durante a etapa do GS Trophy de 2019 em Pirenópolis, em Goiás, e que mora aqui em Rondonia. Gente boa demais! Também anda de moto, tem uma GS1200 e gosta de aventuras. Mas não estava por aqui. Depois do mercado, o Hugo me deixou no hotel, pra tomar um banho e depois saímos pra jantar, em um restaurante muito bom.

No domingo cedo, o Hugo passou no hotel era umas 7 e pouco da manhã, e fomos conhecer o confinamento dele, que fica a uns 40 km de Ji-Paraná. Muito bem organizado, ali ele faz uma recria intensiva a pasto, com fornecimento de ração na dose de 1% PV, para bezerros de compra, nelore e angus, e depois de recriados e com peso de 350 kg acima, esses bezerros, agora garrotes, seguem para o confinamento. O Hugo investiu pesado na estrutura, com bom equipamento, e tem bastante gado, o que é um ótimo investimento, com boa rentabilidade, além de fazer o que gosta e sabe. Rodamos em 2 fazendas, e por volta de meio dia chegamos na casa dele, pra mexer com o churrasco de domingo. Fui pra churrasqueira ajudar o meu amigo, e acabei tomando conta... rsrsrs Logo chegou mais gente, a Fabíola, irmã do Hugo e minha amiga também, gente boníssima, além do Henrique, irmão do Hugo, a filha e o namorado e o Pedro Ivo com a esposa, técnico que trabalha com o Hugo. Ficamos por ali, mexendo com a carne, assando uns legumes, tomando uma boa cachaça e logo já tinha carne pronta. Foi bom demais, rever os amigos, e ainda com churrasco! Só sei que ficamos até umas 4 da tarde comendo carne! Kkkk Logo vi que os amigos e companheiros de viagem já haviam chegado no hotel, pois tinham saído de Cáceres-MT de manhã. Lá pelas 17 hs o Hugo me levou pro hotel, aonde encontrei o pessoal, na piscina do hotel, aquela moagem danada, turma boa e animada, muito bom reencontrar a turma, que de agora em diante vamos seguir juntos, até Santarém/PA. Vieram o Giovani e o seu irmão Geandro, o Nerso Capitinga e o seu filho Guilherme e o amigo Euclides Binho, de Bodoquena. Agora somos 6 motoqueiros na estrada! Mais tarde fomos jantar no Caleche, aonde tinha almoçado com o Hugo no dia anterior, e comemos um filé de pirarucu muito bom. Agora todo dia é dia de peixe! Fomos dormir já passado das 22 hs, dando muita risada, marcado na segunda as 6 da manhã no café do hotel, pra sair as 7 no mais tardar.

Dia 6 – 06/09/2021 – Segunda-feira – Ji-Paraná/RO a Humaitá/AM – 570 km

Acordei uma 5 e pouco, e perto das 6 da manhã já fui deixar umas coisas na moto, e parte da turma já estava no café. O afobadinho do Nerso já estava pronto e com a moto em frente ao hotel, pra variar... rsrsrs Pensa num hômi apurado... bora, bora, boraaaaaaaaa... Mas como combinado, tomamos o café e saímos lá pelas 7 da manhã mesmo. O pessoal ainda foi abastecer as motos. Seguimos ao norte. Paramos em Ariquemes, abastecemos e tomamos uma água, e seguimos até Porto Velho, aonde almoçamos, e eu ainda fui trabalhar um pouco com o computador, fazer uns pagamentos e tal. Meio dia e pouco saímos pra Humaitá, faltando uns 210 km, embaixo de um calor de 38 graus, muito quente, além da umidade muito alta da região, o que aumenta ainda mais a sensação térmica. Passamos a ponte sobre o rio Madeira (Em 2011 era uma balsa) e entramos finalmente no estado do Amazonas! A altitude muito baixa (50 a 60 metros), umidade alta e calor absurdo, parece muito o Pantanal entre Miranda e Corumbá, só que a mata é muito maior e mais alta, com árvores gigantescas, as famosas castanheiras do Pará, e muitas outras. Tem poucas fazendas e pouco gado também, contrastando com Rondônia que tem muito gado e muitas fazendas. Paramos em um posto fiscal pra tomar uma água, e logo chegamos em Humaitá, já fui direto para o primeiro posto que tinha a esquerda. Lá tinham 2 motos (BMW GS850), com dois amigos de Rondônia que tinham acabado de fazer a BR319 entre Careiro e Humaitá, tinham saído de Careiro as 5 da manhã. Eram 15 horas e eles tinham feito tudo isso... Ou seja, isso me abriu a possibilidade e mostrou que seria plenamente possível a gente fazer também o trecho todo em um dia só, entre Humaitá e Manaus, se sairmos bem cedo e TUDO der certo, nenhum pneu furado, sem barro, etc... Bora fazer! Fomos pegar um hotel que já tinha ligado para o dono (Hotel Norte), e nos hospedamos lá mesmo, tudo muito simples, mas os aptos com ar condicionado, bom demais. Deixamos as coisas no quarto, e fomos conhecer a orla de Humaitá no rio Madeira. Ficamos um tempo por lá, e voltamos pro hotel, tomar banho e depois comer alguma coisa ali perto mesmo, fomos à pé. Combinamos de acordar as 5 e pouco pra sair do hotel até as 6 da manhã. Boraaaaaaaaaa

Dia 7 – 07/09/2021 – Terça-feira – Humaitá/AM a Manaus/AM – 700 km – ENFIM A TÃO FALADA BR319!!

Acordamos bem cedo, escuro ainda, mesmo as 6 ainda estava escuro, arrumamos tudo, e nada de café, resolvemos tomar café em Realidade, a 100 km pra frente, que de acordo com os amigos falaram ontem, é parte asfalto, parte terra. E foi assim mesmo, temperatura muito agradável, 23/24 graus, pois era cedo. Paramos pra tirar umas fotos nas placas indicativas pra Lábrea, e seguimos os primeiros 50 km em um ótimo asfalto, que então terminou mas a estrada estava MUITO boa, dava pra rodar a 100 km/h tranquilo se quisesse. Logo chegamos em Realidade, fomos abastecer, e depois tomar café em uma padaria ali perto (Padaria União). Pedi uma dúzia de ovo frito com queijo e pão, e café sem açúcar pois quase ninguém toma o doce. E assim fizemos o nosso café da manhã na 319, uma meia hora e estava todo mundo pronto, agora pra seguir por 370 km de terra até Iguapó-Açu nosso objetivo para comer alguma coisa. A turma muito divertida, o Gygy sempre muito animado, Mano também, Nerso, Guilherme e Binho, cada um a seu jeito, a turma muito boa e corajosa pra enfrentarmos o que aparecer. O nosso maior receio seria o barro, se chover, pois a estrada fica muito lisa, e tem que parar um pouco pra esperar secar. Mas demos muita sorte, pois não havia barro algum! Só um pouco de poeira, que já tinha diminuído muito, pois já tinha começado a chover. Deus abençoou demais esta nossa viagem, tudo correu muito bem. Iamos parando de vez em quando pra tirar fotos, tomar uma água, em alguns pontos mais famosos, como a fazenda Catarinos, a antena da Embratel, ou em alguma ponte pelo caminho. Tinha muita patrola e trator pela estrada. Em alguns pontos, estavam mexendo, gradeando a pista, e quase que comprei um terreno, aliás teve um que comprou um lote até, mas não vou dedar... rsrsrs Mas nada grave, quase parado. E assim fomos, dava pra ver que a estrada brilhava igual um vidro, e que se chover meu amigo, ia ficar bem complicado! Enfim chegarmos em Iguapó-Açu já quase 14 hs, paramos as motos perto da margem do rio pra pegar a balsa, e fomos procurar alguma coisa pra comer, e o Guilherme e o Nerso foram abastecer as motos deles, que tem o tanque menor (20 litros). As Adventure foram de boa, tanque de 30 litros, a moto fazendo 20 km/litro andando a uma média real de 70 km/h quase que dava pra rodar até Manaus com um tanque, mas objetivo era abastecer em Careiro mesmo. Logo após o almoço, pegamos a balsa (R$10 por moto) e seguimos por uma estrada muito boa por mais uns 50 km até começar o asfalto, muito ruim, partes de terra, partes asfalto, mas já estão chegando lá. Tivemos outra sorte também, que neste trajeto da 319  quase não pegamos transito, pois era feriado nacional dia 07 de setembro, haviam algumas paralisações por causa do ambiente político muito ruim (Somos todos Bolsonaro!), e acabou que quase não tinha carro ou caminhão na pista, pouco movimento. Logo chegamos em Careiro, e paramos pra abastecer, para então percorrer mais 120 km até a balsa pra Manaus. Chegamos lá por volta das 17 hs, e a balsa já estava lá esperando. Pagamos as entradas (R$25,00/moto), tomamos umas águas, e ficamos esperando o pessoal chamar. Embarcamos, e 1 hora depois estávamos descendo no porto de Manaus. Peguei um hotel muito bom, Tropical Executive, que fica na Ponta Negra, ao lado do rio, excelente! Jantamos lá mesmo, pois tinha um restaurante muito bom. Vi que tinha uma agência de turismo lá, e um celular pra ligar em caso de urgência. Liguei, já era quase 22 horas, e atendeu na hora! Era o Seu Olimpio, o dono, e eu queria saber do barco que vai pra Santarém, qual o horário, preço, quando que teria disponibilidade, etc... Logo ele me falou que iria ver e que no outro dia cedo, as 7 horas, já teria uma resposta. Dito e feito, no outro dia cedo ele estava lá, e já tinha um barco saindo as 11 hs pra Santarém! Se a gente não pegasse esse barco, só teria outro no sábado (isso era quarta). A gente até queria passar 1 dia livre em Manaus, mas não teve jeito, tivemos que arrumar as coisas meio corrido, amarramos tudo na moto, demos uma volta na cidade, e fomos pro tal do porto, pra embarcar as motos. Manaus é uma cidade grande, mais de 1,2 milhões de habitantes, gostei demais, baita de uma cidade boa! Logo estávamos no porto, só deu tempo de passar em frente ao centro antigo e do mercado municipal, e já entramos no porto. Pagamos R$50,00/moto pra entrar e encostamos as motos ao lado do barco AMAZON STAR, que foi o indicado pelo Olimpio. Ele estava por lá, e nos ajudou com tudo, o mais esperado era o embarque das motos, que foi feito uma a uma, por uma equipe de uns 6 a 8 carregadores do barco, com muito cuidado e atenção da gente também pra não derrubar ou quebrar alguma coisa. Mas deu tudo certo! Eu ainda fui até um mercado ali perto pra comprar uma bebida e uns aperitivos pra tomar no barco, e voltei à pé mesmo. Calorão danado, entramos no barco, cada dupla pegou uma cabine com ar condicionado (R$700 cada cabine dupla e R$400 cada moto). O barco acabou saindo quase 2 da tarde, pois tinha que embarcar uns carros, e teve que mudar de lugar no porto, pois o rio estava muito baixo. E assim partimos, sentido Santarém, uma viagem de 33 horas, com previsão de chegada entre 16 a 17 horas do outro dia. No trajeto, passamos por várias cidades, com breves paradas para entrar e sair gente (Juritis, Parintins, Óbidos, etc...). Jantamos a noite no restaurante do barco, pagando R$15 a marmita. Hoje de manhã fiz um café com o kit que o meu amigo Stefano me presenteou, foi top demais. Agora, estamos aguardando a chegada e desembarque em Santarém, aonde passaremos o dia livre amanhã, em Alter do Chão, pra sábado iniciarmos o retorno para casa. Uma parte da turma vai voltar pela BR230, entre Miritituba e Humaitá, retornando por Porto Velho. Eu e o Binho vamos descer pela BR163 direto a Cuiabá e depois Campo Grande, pois temos compromissos profissionais. Continue nos acompanhando que teremos novidades em breve! Abraços a todos!












Dias 9 e 10 – 09 a 10/09/2021 – Quinta e Sexta – Manaus-Santarém-Alter do Chão – viagem de barco Manaus a Santarém e dia livre em Alter do Chão!

Após uma viagem de quase 30 horas, finalmente o barco encostou em Santarém/PA, no final da tarde de quinta-feira, dia 09 de setembro. Após todo mundo sair, e tirarem os carros, tiramos as motos e saimos rodando para um hotel que peguei na hora lá (Assai Hotel). Sob um calorão danado, andamos pela orla de Santarém pra conhecer um pouco a cidade, que é um pouco suja e feia, até grande, e fomos logo para o hotel pra tomar um banho e depois sairmos pra jantar. O Giovany estava esperando um amigo de Campo Grande que mora em Santarém, pra entregar um documento, e que iria sair com a gente depois. Saimos pra comer um peixe, geralmente filé de pirarucu, ou tambaqui frito, ou tucunaré assado. Está ocorrendo uma doença em alguns peixes aqui no Norte, principalmente Tambaqui e Tucunaré, peixe de rio, a chamada doença da urina preta, que seria uma toxina que a pessoa contaminada começa a ter degeneração muscular, sem cura, e as pessoas estão com um pouco de medo disso... Então melhor comer carne de outros peixes que não tem a doença, ou peixe de cativeiro.

Na sexta-feira cedo, acordamos, tomamos café, e seguimos para uma pousada em Alter do Chão, uma vila que fica a uns 30 km de Santarém, que tem uma praia de água doce no rio Tapajós, muito famosa. Fomos direto na orla conhecer, e ficamos sabendo de um restaurante chamado CASA DE SAULO, que seria muito legal, e resolvermos ir almoçar lá. Deixamos as coisas, malas, etc... na pousada em Alter e fomos para o tal restaurante, por um atalho de terra batida. Ali comprei um terreninho praticamente parado, em uma areia... rsrsrs... Mas tranquilo. Chegamos no restaurante, realmente muito top, fomos tomar banho no rio, e depois fomos almoçar, peixe é claro! Uma parte da turma estava com piriri (famosa dor de barriga), e foram de leve, sem beber, aliás essa turma bebe demais! Praticamente todos os dias eles bebem, e não é pouco não... rsrsrs Voltamos para Alter do Chão, logo após o almoço, e fomos curtir a praia que tem logo em frente a orla principal da vila. Tem que pagar um barco pequeno pra atravessar até a ilha. Em época de rio baixo, dá pra atravessar à pé, nos disseram. O Binho, que não estava se sentindo bem (piriri) ficou na pousada descansando, a franga. Ficamos a tarde toda ali na praia, eu levei um Gin e fiquei tomando com o Gygy, Mano, Guilherme e o véio Nerso, que chegou depois. Bom demais! A água muito limpa do rio Tapajós, sem comparação com a água do Amazonas, que é suja. Lá tem iguanas na praia, que ficam comendo resto de comida, parece cachorro de manso... Muito legal o lugar! Tinha muito turista, de SP e da região mesmo. Vale demais a pena conhecer! No final da tarde, voltamos pra pousada, tomamos um banho e saimos pra jantar, sempre à pé, pois é tudo perto. As motos ficaram na pousada. Comemos um lanche (hamburgueria), e voltamos pra descansar, pois no outro dia (sábado), seria dia de pegar a estrada novamente pra rodar. Já faziam 3 dias que não pegávamos estrada com as motos! E bora rodar!















Dias 11, 12 e 13 – 11 a 13/09/2021 – Sábado, domingo e segunda-feira – Alter do Chão - Castelo dos Sonhos - Rondonópolis - Campo Grande - 2.510 km


Acordamos cedo no sábado (5 e pouco da manhã, ainda escuro, pois amanhece as 6 hs no Pará), e ali eu e o Binho nos separamos da turma, que iria fazer uma parte da BR230, entre Itaituba e Humaitá. Eu como tinha compromissos, já havia combinado com o Binho de voltarmos direto de Alter do Chão. As gozações de sempre, mimimi e tal, pois eles ainda iriam fazer mais de 1.000 km de offroad na BR230, e ai ficam enchendo né... rsrsrs... Mas cada um tem o seu tempo e faz o que pode e quer, realmente valeu a pena conhecer aquela região ali, o Brasil é muito grande, um gigante, e merece ser conhecido, por nós brasileiros, que muitas vezes conhecemos mais outros paises e não conhecemos o nosso!

Passamos em Santarém, eu queria encher o meu pneu, que estava um pouco murcho ainda desde Humaitá, e tocamos, no inicio, clima fresco de 22 a 25 graus, a mata densa e fechada, algumas pequenas lavouras na beira da rodovia, mas não se vê gado, até Rurópolis, aonde paramos pra abastecer. Tocamos então na parte que ainda resta de terra da BR163, entre Rurópolis e o trevo de Itaituba, são uns 30 km mais ou menos, com trechos asfaltados e trechos de terra batida, com muita poeira e caminhões. Paramos pra almoçar em Trairão, já no calor brabo de 37/38 graus... O meu colete que molha, ajuda demais, refresca bem uns 4 a 5 graus. Comemos um self-service ali e seguimos, com destino a Novo Progresso, ou se a coisa render, até Castelo dos Sonhos, no Pará. Depois de Rurópolis, começou a aparecer pasto formado e gado, e assim foi até a divisa com o MT no outro dia. Praticamente não tem lavoura nesse trecho ai. A BR163 tem bastante curvas, e está bem arrumada, sem buracos (muito pouco), alguns trechos em reforma, achei boa a rodovia, e com pouco movimento. Acabamos chegando em Castelo dos Sonhos ainda de dia, e dormimos lá, em uma pousada muito boa, chamada Paraiso Verde, de um casal de gaúchos.

No domingo cedo saimos escuro ainda, e a coisa rendeu muito bem! Paramos pra abastecer em Guarantã do Norte, a primeira cidade do MT, e estava faltando gasolina em alguns postos, por causa da paralisação dos caminhoneiros, em apoio ao presidente Bolsonaro, no dia 07 de setembro. Mas conseguimos abastecer. Depois fomos a Sinop, Nobres, Cuiabá e chegamos em Rondonópolis, sob uma chuva muito forte, que foi uma benção, devido ao calor que passamos em Cuiabá, nunca vi um lugar quente assim... Parece que Corumbá! Rodamos quase 1.200 km neste dia, que rendeu muito bem! Dormimos no mesmo hotel que fiquei na ida (Piratininga), saimos pra comer ali perto do hotel mesmo, a pé, e depois o amigo Arlindo passou no hotel pra me pegar e tomar alguma coisa, com a sua namorada, a Roberta, gente boa demais! Voltamos cedo, e na segunda, chegamos em casa antes do almoço, percorrendo os 500 km que faltavam! Valeu demais fazer essa viagem, em ótima companhia, tudo correu bem demais, os trecho de offroad estavam ótimos, não pegamos chuva, senão iria complicar um pouco com as motos pesadas, e o pessoal (Capitinga, Guilherme, Giovany e Mano), ainda completaram uma parte da 230, com sucesso, também sem chuva, estrada muito boa, fizeram em 2 dias os mais de 1.000 km de terra entre Itaituba e Humaita! Ou seja, deu tudo certo demais!

Após o final da trip, já fizemos até uma reunião do grupo Bora Bora pra distribuir as camisetas, bonés e adesivos novos, e aproveitamos pra mostrar as fotos e vídeos da viagem, na casa do Mano (Geandro), irmão do Gygy. Turma boa demais! Agradeço ao amigo Binho, de Bodoquena, pela companhia, paciência e amizade em me acompanhar nesta trip, e bora fazer outras! Grande abraço a todos!















Quem sou eu

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
51 anos, casado, zootecnista, empresário, carnívoro convicto e motociclista.