sábado, 7 de março de 2009

Ponta Porã - Campo Grande: A chegada em casa!








Acordamos às 7 hs, e fomos tomar o ótimo café da manhã do hotel Barcelona, em Ponta Porã. Como é diferente dos "desayunos" da Argentina e Chile! Lá, com raras exceções, não tem frutas, nem queijo, nem presunto. É apenas um café solúvel fraco (Nescafé), e um pequeno croissant doce, que eles chamam de "meia lua". Às vezes tem leite, se vc pedir.O Hilton já estava lá comendo. E nada do Gaudencio. Tomei o café, o Hilton saiu antes, e no final apareceu o Gaudencio, já quase 8 horas da manhã. Como eu tinha combinado com o pessoal de almoçar na Agua Rica às 12 hs, tínhamos que sair pelo menos até às 9 da manhã, pois são quase 300 km até lá. Subimos pra arrumar as coisas, descemos, e o Gaudencio deu uma enrolada. Por fim, ele desceu, e fomos abastecer pra sair, num posto ali mesmo perto do hotel, no Brasil. Enchemos os tanques com a velha conhecida gasolina "comum" custando R$ 2,70/litro e seguimos para a saida da cidade. Fui puxando a tocada um pouquinho mais forte, pois já eram 9:20 quando saímos da cidade, e estávamos um pouco atrasados. O Hilton e o Gaudencio não iriam almoçar na Agua Rica, pois as familias deles estariam esperando em casa, e cada um tinha um compromisso diferente. O calor estava muito forte, e quando chegamos em Dourados (110 km), o termômetro da moto já marcava 38 graus! Estava muito quente! Seguimos até Rio Brilhante, aonde abastecemos novamente, no posto após a Policia Rodoviária, já tendo rodado 160 km. Paramos um pouco, tomamos uma água, e seguimos viagem. Logo na saída do posto, tocou o meu telefone celular no bluetooth do capacete, e era o Capitinga perguntando aonde estávamos. Deu tempo apenas de dizer que estávamos chegando em Nova Alvorada do Sul, e acabou a bateria do meu celular! Dali já avistei uma nuvem negra próximo a Nova Alvorada, indicando uma chuva de verão. Assim que lá chegamos (45 km) já parei pra fechar a jaqueta, pois a chuva já começava a pingar. Uma chuva destas com o calor que estava, era uma benção de Deus! Como é bom! A temperatura cai para 22 graus rapidamente, e é como ligar o ar condicionado! A chuva veio muito forte, com vento lateral quase me levando para a outra pista. Reduzi a velocidade para 80 km/h, e firmei o guidão da moto. O que tenho medo é uma aquaplanagem. Quase não dava pra ver a pista, em alguns momentos, e cheguei a pensar em parar a moto. Mas depois melhorou, e acionei o alerta da moto. Não andamos uns 5 km a chuva já parou, e ficou só uma garoa bem leve. Mas melhorou demais a temperatura. Logo a roupa já estava seca. Chegamos na Agua Rica, a 50 km de Campo Grande, um restaurante antigo e tradicional do meu amigo Joaquim (Quinzinho) e sua família, que serve uma ótima comida caseira, exatamente ao meio dia de domingo, dia 01/03/2009. Lá estavam nos esperando a minha família (Esposa e filhos), e vários amigos da Confraria, totalizando quase 20 pessoas ao todo. Vários casais, inclusive. Jardim e esposa, Ravedutti e esposa, Xororó e esposa, Capitinga e esposa, Gilson e esposa, Jorginho, Julio Cabelo, Casagrande, Gabriel, Osmar, etc... Me desculpem se me esqueci de mais alguém! Chegamos, e fomos saudados por todos, com muitos abraços, risos, e fotos. Cheguei a ficar emocionado, e realmente é muito bom rever todos os amigos, e principalmente a familia, assim logo na chegada! Sabíamos do clima de tristeza que havia entre todos, devido à tragédia ocorrida, e realmente não esperávamos nada de festas. Mas o pessoal nos surpreendeu, e nos recebeu com grande alegria e satisfação. Almoçamos todos juntos, descansamos um pouco, e lá pelas 14 hs seguimos para Campo Grande, pois a chuva já estava ameaçando novamente! Antes de sair, deixei as malas laterais da moto no carro da Luiza, e segui junto com os companheiros da Confraria, de moto. A moto sem as malas laterais é bem mais leve e fácil de tocar, e o pessoal das Kawasaki Concurs estavam "animados" e tocando bem forte. Logo a chuva nos alcançou, e fomos assim até Campo Grande. Lá perto, ela veio forte pra valer, e molhou todo mundo. Como eu estava com a roupa da viagem, e preparado pra chuva, nem me importei. Até gostei! Cheguei em casa, sempre tomando cuidado, pois às vezes é na chegada em casa que acontecem os acidentes, às 15 hs mais ou menos. Guardei a moto, e fui tirando as coisas dela, devagar. A roupa de cordura, que estava ensopada de suor, e ainda molhou na chuva, chegou em um estado lamentável, e dá vontade de jogar tudo fora! Mas nada que uma boa lavanderia não conserte! As minhas velhas botas da Zebra, também aguentaram firmes, e ainda dá pra usar muito! No mais, chegamos todos em casa sãos e salvos, e tudo correu bem, graças a DEUS, que nos iluminou por toda a nossa viagem, não deixando que nada de mal nos acontecesse. Ainda vou fazer um resumo geral da viagem, e espero que o meu blog possa um dia servir de guia para algum colega que queira fazer a mesma viagem! Um grande abraço a todos!
Fotos:
-Minha família e os amigos da Confraria, que foram nos receber no restaurante Água Rica, em Anhanduí.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Resistencia - Ponta Porã: no Brasil!




Acordamos em Resistencia no sábado às 9 hs da manhã, do horário local! Estávamos muito cansados do dia anterior, pois havíamos andado mais de 1000 km, além do horário de Resistencia ser uma hora a mais do que Córdoba. Descemos, tomamos o café, e eu fui atrás de uma casa de cambio para trocar dólar por peso, já que a multa tinha furado o meu caixa, e não iria dar para abastecer mais duas vezes. A vantagem é que em todo lugar por lá tem casa de cambio, e pertinho do hotel tinha uma. Um dólar estava valendo $ 3,55 pesos argentinos. Foi o que me pagaram. Peguei os pesos, voltei para o hotel, nos arrumamos, e saímos com destino a Ponta Porã, já às 11 hs da manhã de lá, o equivalente a 9 hs da manhã daqui do MS. Ainda abastecemos, e saímos para pegar a RN11, que vem subindo de Santa Fé, no mesmo trevo que vai para Salta, só que à direita. Fomos indo por aquela estrada, aonde só tem fazendas de gado, em pleno chaco argentino, e a temperatura batendo nos 37 graus. Paramos para abastecer em Formosa, a 160 km de Resistencia. Depois continuamos, e depois de 100 km chegamos em Clorinda, na divisa com o Paraguay. Já eram 14 hs, e paramos para encher os tanques e os estomagos também. Comemos um lanche, e o GPS mandava a gente entrar logo à direita na primeira entrada, e passar dentro de Asuncion, para depois seguir pela estrada que vem de Cidad del Leste. Até Ponta Porã dava 550 km. Como eu já tinha ido para Asuncion no ano passado, e sabia do outro caminho, inclusive o Marco Tulio já tinha falado deste atalho, desprezei o GPS, perguntei para o pessoal do posto, e eles mandaram seguir em frente uns 9 km, que teria placa para Asuncion, e não precisaria passar por dentro da cidade. Às vezes o GPS erra, e por isto temos que rever os mapas, e ver se o mapa dele está devidamente atualizado. Neste caso, o Paraguay deixa a desejar, pois não tem mapas atualizados para baixar na internet. Andamos os 9 km, e já começamos a ver as placas, e logo chegamos na aduana. Assim que apontamos a cara perto da aduana, já surgiu um monte de ajudantes, um tipo de despachante, oferecendo serviços de ajuda, nos serviços aduaneiros, carimbo de passaporte, etc... Logo um me achou, e me levou até um guichê, com o passaporte e o documento da moto, só isto. O Gaudencio e o Hilton ficaram cuidando as motos, que foram cercadas por curiosos, perguntando tudo sobre a nossa viagem e as motos. Cambistas, turistas, guardas, etc... fiquei meio desconfiado, pois o lugar é muito feio, e o pessoal com aquela cara nada amigável... Aproveitei para fazer o cambio de U$ 50 por guarani, para abastecer no Paraguay. No último guichê, já na emigração paraguaia, o guarda me pediu tudo o que nem no Chile pediram, pra entrar no Paraguay: seguro contra terceiros, e até a carteira de vacinação internacional. Mas em uns 15 minutos já estava liberado, e assim foi com o Gaudencio e com o Hilton. Dei uns 10 pesos para o despachante, o equivalente a uns R$ 7,00 que era o que tinha me sobrado de pesos argentinos, e ele ficou reclamando que queria mais. O Hilton ainda deu mais U$ 2 pra ele. Fiz de besta, montei na moto, e fomos embora. Antes perguntei qual a rota mais rápida para Pedro Juan Caballero, e um cara disse que era só passar a ponte sobre o rio Paraguay, e na próxima "rotunda", ou rotatória, pegar pra esquerda e ir embora, sempre em frente. Seguimos, e quando chegamos na tal rotunda, já reconheci que era o caminho que havíamos feito no ano passado, com o Marco Túlio, que dá 450 km até Ponta Porã, economizando 100 km. Pelo menos esta acertamos! Seguimos viagem naquele calor de 38 graus, pelo chaco paraguaio, até o trevo de San Estanislao, aonde o GPS me fez errar de novo, entrando na cidadezinha, ao invéz de pegar à esquerda em um atalho. Meio que nos perdemos, e apareceu um cara em uma suzuki GS750F velha, de cor vinho, sem placa, com uma cara amistosa, todo vestido de cordura. Pedi pra ele aonde era a saída para Yby Yau, e ele nos levou até a saída. Seguimos então até o trevo que deveríamos ter saído, e ali abastecemos as motos, e gastei uma parte dos guaranis que tinha comprado na aduana. Lá distribuímos adesivos da viagem, pois acabamos esquecendo de distribui-los. Todo mundo que parava lá queria um adesivo também! Seguimos em frente, na estrada cheia de gente tomando tereré, e muitas motos pequenas, igual uma biz, só que sem placa e sem farol, andando pela rodovia. Todos ficavam olhando a gente passar, parecia um desfile. Logo em frente passamos acho que um dos únicos perigos da viagem. O Gaudencio estava na frente, o Hilton estava no meio, e eu atrás. O Gaudencio passou, e surgiu um porco, já grande, de uns 40 kg ou mais, e entrou na frente da moto do Hilton, para atravessar a estrada. Ele se assustou, e freou de uma vez, alicatando. A moto deu uma rabeada, dançou na estrada, e queimou o pneu traseiro, e o porco acabou de atravessar. Se ele tivesse parado, teria batido e o Hilton iria cair. Eu vi o tombo acontecer! Ficamos assustados e nervosos, e o Gaudencio nem chegou a ver nada! A sorte é que estávamos a 100 km/h, justamente por causa dos perigos desta estrada, que já conhecíamos! Seguimos em frente, sempre na mesma estrada, e já perto do trevo de Yby Yau, uns 40 km antes, paramos em um posto bonito, um dos últimos, para a abastecida final, até chegar no Brasil. A gasolina paraguaia, igual a argentina, está custando uns $ 5000 guaranis, o que dá uns R$ 2,50. Ou seja, praticamente o mesmo preço do Brasil. Só que gasolina pura, com 95 oct. Andamos mais uns 40 km, e chegamos no trevo, pegando para a direita. Ali já estava praticamente escuro, já anoitecendo. O maior perigo que passamos foram as tais motos pequenas, iguais a uma Biz, que ficavam zanzando na estrada, sem farol! É um perigo! Fomos tocando devagar, sempre com o Gaudencio na frente, pois tem o melhor farol, os 110 km restantes até chegar em Ponta Porã, e tudo deu certo. Entramos no Brasil, por Ponta Porã, exatamente às 19:45 hs de sábado, dia 28/02/2009. Fomos direto para a aduana paraguaia, e carimbamos os passaportes. Ali já liguei o meu celular, liguei para a esposa, e passei uma mensagem avisando os amigos que tínhamos adiantado o roteiro, e iríamos almoçar domingo em Campo Grande. Logo me ligou o Jorginho, avisando que iriam nos esperar para almoçar na Água Rica, um monte de gente, etc... Muito bom a gente sentir os amigos felizes com o nosso retorno! Seguimos felizes da vida para o hotel Barcelona, olhando os carros com a placa do Brasil! O Hilton conseguiu um bom desconto pra nós na diária, para aquele banho, cada um com um quarto só pra ele, para o merecido descanso. O calor daquele dia foi o que mais nos cansou! Chegar no quarto, ligar o ar condicionado, e ver a TV brasileira, é muito bom! Tomamos um banho, e descemos para jantar, no hotel mesmo. Lá tomamos uma boa cerveja Original, gelada, e conversamos sobre a viagem, e prós e os contras, etc... Incrível, mas em toda a viagem, não chegamos a sentar para tomar uma cerveja hora nenhuma, pra valer. Ou a gente iria sair cedo no outro dia, ou alguém estava mal do estomago, etc... E assim foi, conversamos bastante, jantamos um bom filé com arroz, salada e fritas, e fomos dormir, para no outro dia chegarmos em casa.
Fotos:
-No trevo de San Estanislao, aonde abastecemos e distribuimos adesivos da viagem;
-Na aduana paraguaia em Pedro Juan Caballero, na chegada no Brasil.

domingo, 1 de março de 2009

Villa Carlos Paz - Resistencia:1030 km!




Bem amigos, depois de perder tudo o que tinha escrito ontem, não sei porque, vou acabar o blog, continuando do dia 27/02, sexta feira, saindo de Villa Carlos Paz e chegando até Resistencia. Este foi o trecho mais longo da nossa viagem, totalizando 1030 km de uma cidade a outra! Realmente não esperávamos tal distância, e tudo aconteceu naturalmente, por acaso do destino. Villa Carlos Paz não foi tudo o que eu esperava que fosse. É uma cidade de uns 100 mil habitantes, a meu ver, de veraneio, pois fica às margens de um grande lago, e a apenas 30 km de Córdoba, ligada por pista dupla (Autopista). Ou seja, em 15 minutos vc está em Córdoba. Na beira do lago, tem uma avenida, com vários bares, restaurantes, clubes de regata, etc... Que devem ferver nos finais de semana e feriados, pois Córdoba é a segunda maior cidade da Argentina, com 3 milhões de habitantes. Saímos do hotel às 8 da manhã, depois do café da manhã, que foi um dos melhores da viagem. O nosso amigo Claudio, o gerente do hotel e motociclista, tinha me ensinado como sair da cidade, muito fácil, e como contornar a cidade de Córdoba. Se bem que o GPS foi certinho, e fez tudo como devia. Saimos de lá, com uns 20 graus de temperatura. Perto de Córdoba, chegamos em um "Peaje" e após entramos à direita, percorrendo uma avenida ao lado da base aérea argentina. Depois pega-se novamente à direita, já em um macro anel rodoviário, e segue-se por ele, até chegar a saída para San Francisco, uma das últimas, a uns 15 km. Ali vi a placa para Buenos Aires, a apenas 700 km de distancia, ao sul. Entramos em uma pista simples, com destino a San Francisco e Santa Fé, e começaram as cidadezinhas, a cada 50 km mais ou menos. Sempre tem uma curva acentuada à esquerda e outra à direita, antes e depois de cada cidade, como que para frear a toada dos carros. Em Arroyito, já na saída da cidade, tinha um carro velho na nossa frente (e como tem carro velho na Argentina! Carros com 40 anos!), e Hilton ultrapassou pela direita, em uma avenida com terceira faixa. Eu fiquei atrás do carro, colado, pra ele abrir e eu ultrapassar também. Só que na Argentina eles não abrem pra vc passar, de jeito nenhum. Então eu resolvi passar assim mesmo, pela esquerda, é claro, mesmo com faixa contínua, já que o tal carro estava andando a 20 km/h. Quando acabei de passar, surgiu do nada dois guardinhas da policia de transito local, que estavam mocozados em uma sombra, e nos mandaram parar. Paramos, e o mais alto, fumando um cigarro, começou a me falar que eu estava errado, que não poderia passar em faixa dupla, etc... Falei que a pista tinha duas faixas, e que o carro não abria para ultrapassagem, e ele disse que eu poderia ter passado pela direita. Então pediu meu RG e CNH, e documento da moto, olhou, e disse que a multa seria $700 pesos argentinos (uns R$ 500,00!), e que eu teria que acompanha-lo até a delegacia, e pagar no ato. Eu me assustei, disse que não tinha tanto dinheiro, e na lata ele disse: me dê $100 que tá tudo certo! Olhei, pensei, e já que estava errado, paguei, e fomos embora. O Gaudencio e o Hilton nem viram ele me cobrar. Depois contei pra eles. Mais um episódio da corrupta policia argentina! Eu não sei se a multa seria isto mesmo, e depois fiquei pensando se poderia ter pago menos, mas na hora, achei que foi a melhor solução, e queria sair dali, pois estava um calor danado. A estrada entre Córdoba e Santa Fé, foi aonde realmente vi muita agricultura e pecuária, fazendas, e plantações de soja e milho. Abastecemos uma vez, e chegamos em Santa Fé às 13:30 hs, depois de andar 370 km em 5 horas de viagem! Paramos em um posto na entrada da cidade, abastecemos, e fizemos um lanche. A nossa idéia era atravessar o rio, por um túnel, que queríamos conhecer, e subir até Resistencia pelo outro lado do rio, mesmo sabendo que era um pouco mais longe. Calculei que seria uns 80 km a mais. Fomos, pegamos um anel viário, pois Santa Fé é grande, dizem que tem quase 2 milhões de habitantes. Não deu pra ver a cidade. Começamos a atravessar pontes e mais pontes, até chegar no tal túnel, que deve ter uns 1000 metros de comprimento. Antes de atravessar o túnel, tem um pedágio de $3 por carro ou moto. Atravessamos, eu parei a moto, e pedi ao GPS para fazer o roteiro até Resistencia. Ele me mandou voltar pelo túnel. Como a gente iria subir pelo outro lado, esqueci o GPS e começamos a ir pelas placas mesmo, rumo ao norte. Depois que andamos uns 80 km, pedi novamente pra ele calcular a rota até Resistencia, e ele calculou por aquele caminho. Só que disse que chegaríamos lá às 22 hs! Olhei na distancia, e deu 575 km! Parei a moto, e disse aos companheiros: vamos dar uma volta de quase 150 km, por causa do tal túnel! Já que não tinha mais jeito, continuamos, em um calor infernal, quase 38 graus, até chegarmos em uma barreira na estrada, que estava em reforma! Mais esta! Andamos acho que uns 5 km em terra batida, com um pouco de cascalho, e outra barreira. E assim foi por uns 60 km mais ou menos. Depois acabou, e tocamos mais uns 80 km para abastecer em La Paz. Andamos mais 200 km, e paramos de novo para abastecer em Goya. Dali até Resistencia eram 220 km. Saimos do posto em Goya, da rede ACA (Automóvel Clube Argentino), já escurecendo, passando das 8 da noite. Atropelei uma codorna, e ela ficou presa dentro da moto, até perto de Corrientes! Quando anoiteceu, o bom foi que refrescou bastante, com a temperatura caindo para 28 graus, e ficou melhor pra viajar. Coloquei o Gaudencio na frente, pois a moto dele tem o melhor farol, e fomos tocando devagar, a 110/120 km/h. Assim fomos tranquilos, e chegamos em Corrientes às 23 hs horário local, que é uma hora a mais do que Córdoba. Fomos direto para o hotel Covadonga, que tínhamos ficado na ida. Chegando lá, tinha um fdp de um cara, que não queria que a gente ficasse no hotel, pois não tinha estacionamento para as motos, era muito mais caro do que tinha cobrado na ida, e ainda para pagar com cartão de crédito ficava mais caro ainda! Fomos para outro hotel que o GPS mostrou, e lá tinha vaga, era mais barato, e tinha estacionamento. Ficamos lá mesmo. Ainda tomamos banho, e descemos pra comer, já passado de meia noite! Fomos dormir depois da 1 da manhã, totalmente esgotados, depois de rodarmos 1030 km! O hotel era velho, mas tinha ar condicionado e uma cama muito boa, acho que pelo cansaço! Apesar de rodarmos tanto, o engraçado é que estávamos animados, dando risada. O psicológico estava bom! Quase não tirei fotos desta etapa, pois a paisagem não tinha nada de especial. Nem do túnel, pois não dava pra parar na entrada dele. Abraços!
Fotos:
-Abastecimento em um posto de La Paz, entre Paraná e Corrientes.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mendoza - Villa Carlos Paz







Ontem, após muita conversa e reflexao após a tragédia que nos abateu, com o falecimento do amigo Ataíde, resolvemos nem sair para jantar, e acordar bem cedo hoje para fazer o trecho entre Mendoza e Villa Carlos Paz. Em Mendoza, fomos apenas visitar o parque San Martin, e o Zoológico que tem lá. Depois almocamos num restanrante conhecido, chamado Don Mario, e comemos um bife de Chorizo que é muito grande, um exagero. Nao fizemos mais nada. O trecho de hoje sao 600 km, e saimos do hotel às 7 hs da manha, ainda escuro por aqui. Fazia frio, uns 19 graus. Tocamos bem, tranquilos, sempre na toada de 120 km/h. O GPS novamente fez a diferenca, e nos levou direto para fora da cidade, para a rota correta, bem rápido. Digo isto, porque Mendoza é muito grande, tem mais de 1 milhao de habitantes, e nao é muito fácil de andar por lá! Haviam muitos vinhedos ao redor de Mendoza, e um grande numero de pessoas circulando pela estrada, de bicicleta, trator, à pé, etc... Depois vieram os animais soltos, como porcos, cabritos, carneiros, cavalos, etc... Ou seja, toda a atencao é pouca! Abastecemos duas vezes, sempre pagando em pesos, pois aqui praticamente nao aceitam cartao de crédito. O bom de sair cedo é que a viagem rende! Quando eram 11 hs da manha, já havíamos andado 400 km, e faltavam apenas 200 pra chegar. Aí chegamos na serra Cordobesa, muito bonita, por sinal. Comecamos a subir, e depois se anda sobre a serra, em cima dela, até chegar em Villa Carlos Paz. Esta pequena cidade, foi uma indicacao do Magrao, do pessoal da padaria, e é um tipo de balneário turístico, o Campos do Jordao da Argentina, mais ou menos. Acabamos de chegar e fomos almocar, já passando das 14 hs, e comemos uma parrillada, que estava mal feita, e muito cara! Programei o GPS pra achar hotel, e resolvi ir em um chamado Santa Cecília. Primeiro que este é o nome da minha querida sogrinha, e segundo que é em uma rua chamada 13 de fevereiro, que é o dia do meu aniversario! Chegamos, e gostei do hotel, mas me pareceu muito caro! Entrei, e bem na portaria tinha uma moto BMW GS1200 igual a minha, estacionada. Era do gerente do hotel! Olhei o quarto e gostei, mas o cara queria cobrar $200 cada quarto. Mas aí chegou o tal gerente, colega motociclista, e mandou fazer a metade do preco, ou seja, dois quartos pelo preco de um. Aceitei na hora, e ficamos aqui. Será o hotel mais barato da viagem! Desta vez demos mais sorte!
Enfim, fizemos uma ótima viagem, mas o pior ainda está por vir: dois trechos longos, um amanha e outro depois, de mais de 800 km cada um. No domingo chegamos em casa. Ricardo, obrigado pelas informacoes a respeito do ocorrido ontem, e continue me informando. Luiza, que bom que vc foi no enterro, dar uma forca para a Sirlei! Alfredo, obrigado pela forca! Precisamos dela, pois estamos na reta final, e nao é fácil! Estamos muito cansados! Abracos a todos!
Fotos:
-Eu e o Gaudêncio, no alto do Cerro de Mendoza, no parque San Martin;
-O "bife" de chorizo gigante do Don Mario, e o Gaudencio tentanto comê-lo;
-No caminho para Villa Carlos Paz, em um Mirante, subindo a serra Cordobesa.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

ESTAMOS DE LUTO!

Hoje, acabamos deixando as motos (minha e do Gaudencio), na BMW de Mendoza para trocar o óleo. Depois almoçamos, e quando chegamos no hotel, recebemos a triste notícia, pelo Hilton, que o nosso amigo e confrade, Luiz Carlos Ataíde, havia falecido. A esposa do Hilton viu o recado no blog, e deu um toque no celular. Tomamos um grande susto, e nos encaminhamos na hora para uma Lan House perto do hotel, para checar a notícia. Ainda tínhamos uma esperança de que fosse algo menos sério. Mas a triste noticia se confirmou! Amigos, nao temos palavras para descrever a nossa grande tristeza, e podem saber que neste momento gostaríamos muito de estar aí com vcs, para dar uma força a família. A nossa viagem já está perto do fim, e perdeu o sentido de antes. A volta deverá ser serena e tranquila, pois sabemos que o perigo também nos espreita a cada curva da estrada. Estamos chocados! Por favor, mandem lembranças a toda a familia.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Santiago a Mendoza: a Cordilheira outra vez!




Hoje acordamos cedo, às 6 hs horário local, tomamos o desayuno ainda escuro, às 7:15, quando começou, e saímos da cidade de Santiago exatamente às 8 hs da manha. Achei muito fácil de se andar em Santiago. Se bem que com a ajuda do GPS tudo fica melhor! Do hotel, pegamos a Av. Providencia, subimos pelo rio Mapocho, e depois pegamos a Av. Vespúcio, sentido norte, só que ao invez de pegar a mesma rodovia que viemos de La Serena, pegamos uma antes, para Los Andes, também de pista dupla. Pagamos dois pedágios, de R$ 2 cada um. Por falar em rodovias, como todos falam, as estradas do Chile sao muito boas mesmo. Mas chegamos a pegar alguns trechos esburacados em alguns pontos sim. E também as estradas de pista simples, na sua maioria nao tem acostamento algum. De La Serena até Santiago (470 km), é pista dupla, mas estreita, também quase sem acostamento, e passamos por uns 6 pedágios (moto paga). Nada que se compare a uma rodovia Bandeirantes, ou Anhanguera, em SP. Saindo de Santiago hoje cedo, estava frio, uns 17 graus, apesar da cidade ser bastante quente durante o dia. Nao sabiamos se teriamos que colocar roupa para muito frio, por causa da travessia dos Andes novamente, mas todos diziam que a travessia por aqui seria mais tranquila, e foi mesmo. Nem se compara com a travessia pelo norte! Colocamos apenas os forros nas jaquetas, e usamos balaclava e luvas para muito frio, até terminar a travessia. Depois que passamos Los Andes, a uns 100 km de Santiago, começou uma subida leve. Ali já parei e arrumei a filmadora sobre o baú traseiro, para desta vez nao deixar escapar nada. Prendi com a fita Silver Tape, e deu pra filmar legal. Logo chegamos nos "Caracoles" do lado chileno, realmente igual nas fotos, com curvas cotovelo uma atrás da outra, e lá em cima um monte nevado nos observando. Filmei toda a subida, que foi lenta, pois tinha uma pickup dos "Carabineiros del Chile" bem na nossa frente, durante quase toda a subida. Isto fora o fato de estarem reformando a estrada, e ficar com meia pista a toda hora. Chegamos a uns 3600 mts de altitude, na primeira parada obrigatória. O cara pediu um dos papéis que a aduana chilena nos deu na entrada, carimbou, e mandou seguir. Logo a frente outra parada. Ali eles nos deram um papelzinho carimbado, só pra constar que vc passou por ali. Um tipo de controle de passagem pela barreira. Só depois disto, e de subir mais ainda, e de passar por vários túneis, inclusive o famoso túnel Cristo Redentor, que é a divisa entre os dois países, é que chegamos na verdadeira aduana, e posto de saída do Chile e entrada na Argentina. Antes disto passamos pelo monte Aconcágua, e tiramos várias fotos. A Aduana fica dentro de um barracao coberto e enorme, de uns 100 x 200 metros, acho que por causa da neve e do frio do inverno, pois nos disseram que esta rodovia fica fechada 120 dias por ano, por causa da neve e do gelo na pista. Pegamos uma das filas, demos saída do Chile, e entrada na Argentina. Tudo nao demorou mais do que meia hora, para as tres motos. Foi tranquilo. Ali chilenos convivem com argentinos, e deu pra perceber um clima meio tenso, quando faltou um dos formulários, e um dos fiscais argentinos foi cobrar o chileno, e quase saiu pau! Depois foi só festa, descendo a cordilheira do lado Argentino, que é muito mais bonita do que o lado Chileno, apesar de nao ter caracoles nenhum. Mas o visual é estarrecedor, com aquelas montanhas enormes, cada uma de uma cor, e a estrada serpenteando no meio delas! Começamos a ver motos passando no sentido contrário, em grupos de 3, 4 ou 5. Vi VStroms, BMW GS, Hornet, Varadero, TDM900, etc... Acho que passamos por uns 15 ou 20 motociclistas. E continuamos a descer. Paramos uns 10 minutos na Ponte Inca, um ponto turístico famoso, na descida. É uma ponte natural, de pedra, que era um caminho dos incas, e depois virou um forte espanhol, depois se tornou um hotel, que foi destruido por uma avalanche de neve, e hoje é preservado como patrimonio. É muito bonito, e fica na beira da estrada. A agua do degelo dos Andes, desce o tempo todo, à nossa direita, rumo à Mendoza, começando como um pequeno riacho, e vai virando um rio. Já perto de Mendoza, eles o represaram, o usam a água para irrigaçao de toda a cidade e campos, vinhedos, etc...Paramos para almoçar em Uspallata, num posto de gasolina, e comemos apenas um lanche rápido. Já eram 14 hs! Ali já esquentou bastante, perto dos 36 graus, e tiramos os forros, e equipamentos para o frio. Chegamos em Mendoza às 15:30 hs, em um calor de rachar! Logo na entrada da cidade, passou por nós um senhor, chamado Henrique, em uma Harley, que nos cercou, e perguntou se precisávamos de alguma coisa. Eu disse que era de Campo Grande, e ele disse que conhecia o Joaquim Barbosa. Me indicou uma oficina para trocarmos o óleo das motos, e um hotel também. Fomos atrás de hotel, e logo um cara nos achou, daqueles que ficam te levando de hotel em hotel, e ganham comissao. Depois de irmos em 3 hotéis, resolvemos ficar em um Apart Hotel, bem no centrao da cidade. Mendoza é muito grande, deve ter uns 400 ou 500 mil habitantes, e tem um transito horrível! Tomamos um banho rápido, e fomos atrás de ver a troca de óleo das motos, pois as 3 precisam trocar o óleo, já que rodamos mais de 5 mil km até agora! Fomos na BMW, e fomos mal atendidos. Primeiro disseram que nao tinham vaga. Depois disseram que tinham para amanha, mas só devolveriam as motos à tarde. Enfim saímos de lá e passamos em uma loja grande da Honda, e resolvemos trocar o óleo lá mesmo, amanha de manha, pelo equivalente a R$ 100,00. Óleo mineral 20W50. De lá fomos tomar uma cervejinha, e acabamos encontrando dois dos caras que conhecemos lá em San Pedro, de SP. Ficaram um pouco com a gente, e foram atrás de hotel. O maior stress da viagem é sem dúvida ficar procurando hotel quando chega na cidade, cansado, com calor. É de matar! Mas de resto, tudo está correndo bem. Já estamos contando os dias pra chegar em casa, e faltam só 5 dias. Pessoal da Confraria, quem quiser, o Gaudencio deu uma sugestao, de ir até Ponta Pora, e no domingo, almoçarmos juntos e acabarmos de voltar até Campo Grande. Ou vc podem mandar alguma idéia melhor. Devemos dormir em Assunçao no sábado para domingo, almoçar em Ponta Pora às 12 hs, e chegar em Campo Grande às 17 hs mais ou menos. Um grande abraço a todos!
Fotos:
-Na divisa Chile/Argentina;
-Lago de aguas da cordilheira, do degelo, que abastece a cidade de Mendoza.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Dia Livre em Santiago!





























Hoje passamos o dia livre em Santiago, com a meta principal de descansarmos, pois o trecho de 920 km de La Serena nos cansou bastante! Ontem eu e o Gaudencio fomos à pé até uma lanchonete perto do hotel, e comemos somente uma salada como jantar. Nesta viagem, praticamente nao estamos bebendo bebida alcoolica. De vez em quando uma cerveja, ou um vinho. Acordamos tarde, lá pelas 8:30 da manha, tomamos o "desayuno" e resolvemos fazer um tour pela cidade, à pé mesmo, pois o hotel que estamos, na verdade uma pousada, chamado POSADA DEL SALVADOR, fica muito perto de tudo, bem no centro de Santiago, a uma quadra da Av. Providencia, uma das principais da cidade. O City Tour pela cidade, em ônibus especiais de dois andares, é muito caro ($18.000 pesos, algo como uns R$ 80,00 por pessoa!), e o nosso dinheiro chileno está meio que contado. Desta forma, pegamos o metrô perto do hotel, na estacao Salvador, e descemos na La Moneda, que fica em frente ao Palácio La Moneda, aonde fica a presidenta do Chile. Por sorte, ainda pegamos a troca da guarda do palácio, um evento muito bonito e solene, e uma atracao turística, que ocorre a cada 2 dias, e estava lotado de turistas, na maioria brasileiros. Tiramos algumas fotos, e seguimos para a Plaza de Armas, ponto central da cidade, aonde sempre tem uma igreja. A igreja, que é principal catedral da cidade, é absolutamente magnífica, imponente e lotada de pinturas, esculturas de santos, altares de prata e ouro, etc... Realmente as igrejas daqui sao muito bonitas. A de Salta também é maravilhosa! Dali fomos andando até o mercado central, que é pequeno, mas muito bonito e organizado. No meio, ficam os restaurantes, chiques e bem arrumados. Nos quatro cantos, ficam os vendedores, de pescados, carnes, frutas, artesanato, jóias semi-preciosas, etc... Eu e o Gaudencio queríamos comer um caranguejo gigante, chamado Centollo, que só tem aqui ou na costa do Alaska, e logo achamos. Mas o preco é impraticável, algo como R$ 200,00. Se tivéssemos em quatro pessoas, até que daria, pois o prato é grande, mas em dois, fica fora do nosso orcamento! O Gaudencio queria comprar uma camisa do Colo-Colo para o filho dele, e o próprio garcom do restaurante nos levou a uma loja, em um pequeno shopping ali perto, aonde achamos a tal camisa, a oficial. Voltamos, e resolvemos pedir somente uma entrada com a carne do tal caranguejo gigante, pra provar qual o sabor, e comer um prato normal mesmo, mais barato (Um salmaozinho, prato comum por aqui, fresquinho e uma delícia!). Realmente a carne do caranguejo é uma delicia, e vale a pena! Comemos, tomamos um bom café, e comecou a chegar brasileiro de tudo é que canto, pra almocar no mercado. Gente do Rio de Janeiro, Sao Paulo, Curitiba, etc... Parecia que só tinha turista brasileiro aqui! Fomos embora, para finalizar o nosso tour com o teleférico até o "Cerro de San Cristóban", a algumas quadras do mercado, acima do Rio Mapocho. Acabamos pegando um táxi, pois era um pouco longe, e logo chegamos ao ponto inicial, que eles chamam de "Funiculare". É um tipo de bondinho sobre trilhos, puxado morro acima por cabo de aco, com várias cabines, que te leva até lá em cima. Lá tem um belo mirante, aonde tiramos várias fotos da cidade, vista lá de cima. Tem também lanchonetes e lojinhas de artesanato. Aqui tem uma bebida, feita de pessego seco cozido em uma água doce, misturado com trigo em grao sem casca, gelada, que todo mundo toma. Mas nao tivemos coragem de tomar! De lá, pegamos o teleférico, que vai de um morro ao outro, desce, sobe de novo, até o morro principal, que é o San Cristóban, ou Sao Cristóvao. Este negócio de andar de teleférico já está me enjoando, e hoje nao achamos que valeu a pena, pois estava muito quente, e as cabines apertadas. Mas a vista compensou tudo! Descemos, novamente pelo "Funiculare", e vimos que estávamos bem perto do hotel, e fomos à pé mesmo! A grande Santiago parece uma pequena Sao Paulo, com 5 milhoes de habitantes, mas é muito mais limpa, bonita, com prédios antigos e novos, mas em bairros bem definidos. O bairro de Los Condes é o mais chique, mas aqui no centro é que ficam as melhores atracoes turisticas, e os prédios mais antigos, museus, etc... Enfim chegamos no hotel para descansar, tomar um banho, e nos prepararmos para amanha sairmos do Chile rumo à Argentina, atravessando novamente a Cordilheira, em Los Andes, com destino a Mendoza, a tao falada cidade argentina capital do vinho. Mas isto fica pra amanha! Abracos a todos! Jardim, se vc clicar sobre cada foto, ela se abrirá em tamanho bem maior, e ai vc poderá ler a mensagem motivacional que eu estou segurando, na foto da Mao do Deserto! Continuem viajando conosco! Para os que estao na praia, cuidado no retorno, com chuva na rodovia Tamoios. Para os que irao comer peixe em Aquidauana, cuidado com os bichos na estrada. E para os que irao apenas para o posto, cuidado com os bêbados na Av. Afonso Pena! hehehe!
Fotos:
-Palacio de La Moneda, aonde fica a presidente do Chile;
-A troca da guarda, ao fundo do palacio;
-Um dos altares da igreja matriz, da Plaza de Armas;
-Eu e um dono de restaurante, mostrando o caranguejo Centollo (este é um pequeno!);
-A subida do "Funiculare", ao pé do morro de Sao Cristovao;
-A vista da cidade lá de cima;
-A frente da pousada Salvador, aonde ficamos hospedados.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Antofagasta - La Serena: 920 km!





























Ontem fizemos o trecho mais longo da nossa viagem, totalizando 920 km rodados! Chegamos em La Serena às 20 hs, completamente esgotados! Fomos atrás de hotel, e acabamos ficando no Francisco de Aguirre, que com certeza é o melhor hotel que já ficamos até agora na viagem. E o preco é o mesmo do El Tattio, de Antofagasta, de U$ 50,00/pessoa!Sempre ficamos eu e o Hilton em um quarto, e o Gaudencio (Rei do Ronco), em outro sozinho, nem precisa falar porque né?!. Nem sai ontem, nem jantei, e fui dormir cedo de tao cansado! A viagem correu bem, somente tive um "desarranjo" intestinal, o qual estou até hoje! Mas estou medicado. Saimos de Antofagasta às 8:30 hs, meio tarde, e depois de 75 km paramos na estátua "Mao do Deserto" que fica a uns 500 mts do asfalto. Paramos, tiramos algumas fotos, e seguimos. A toada era lenta, pois estava com medo de falta de combustível. Mas que nada, depois de 236 km tem um postinho, com um restaurante ao lado, e foi tranquilo. Lá encontramos um senhor, com a esposa, em uma Yamaha DragStar1100 preta, indo para Santiago. Foi a única moto custon que vi, fora a Harley do cara de SP, até agora. Mas respondendo a sua pergunta, Ricardo, dá pra vir de Custon sim, sem dúvida. O problema da autonomia se resolve com o galaozinho de gasolina. As estradas sao muito boas. Só nao vai entrar no rípio, que em alguns passeios tem que andar 1000 metros pra entrar, mas isto se vc for de moto. Seguimos viagem, e logo chegamos no litoral, e andamos uns 150 km na beirinha do pacífico, com uma vista espetacular, mas um vento gelado e forte. Era meio dia, e a temperatura marcava 23-25 graus! Estava friozinho. Paramos pra abastecer e almocar em um restaurante à beira mar, em Chañarral, e lá vimos novamente vários leoes marinhos! Tínhamos visto alguns em Antofagasta, em um pequeno porto. O bicho é enorme, e fica ali esperando restos de peixe que os pescadores jogam. Almocamos, e fomos embora. Ali pela primeira vez teve gente fotografando as motos, e perguntando pra onde íamos, da onde víamos, etc... Pois até agora, no Chile, nao vimos moto alguma, nem pequena, e o povo parece nao gostar de moto, pois nem olha pro lado nos sinaleiros! A paisagem era completamente desertica de um lado, e o mar do outro. Estávamos em pleno Deserto do Atacama! Depois paramos em Copiapó, cidade mediana, aonde estava tendo um encontro de motos (Vimos algumas Virago nos postos de combustível, de um pessoal de Calama), depois Vallenar, para o ùltimo abastecimento. Em Copiapó, esquentou bastante, indo para 33 graus. Quando passamos Vallenar, esfriou de novo, e o vento fortíssimo, indicava que estávamos próximos ao mar novamente. Descemos uma serra, com curvas espetaculares, e comecamos a chegar em La Serena. Cidade linda, muito interessante, e que merecia uma estadia mais longa. Acordamos tarde, demos uma volta na praca da cidade, e resolvemos seguir viagem para Santiago. Como saimos tarde demais de La Serena, infelizmente resolvemos descer direto até Santiago, sem passar por Viña Del Mar. No caminho, acompanhando o litoral, o vento quase nos derrubando da moto, encontramos 3 colombianos, de Harley, que estao descendo de Medelin até Ushuaia, e depois irao até Buenos Aires. Tudo isto em 60 dias! Nos sentimos os Bundoes, depois desta! hehehe! Chegamos em Santiago às 17 hs, e fomos procurar hotel. Perambulamos quase 3 horas, a moto do Hilton esquentando, e finalmente achamos um barato, de U$ 100 para os tres! E ainda perto do centro e dos restaurantes, e dos passeios. Meia boca, mas serve! Abracos a todos! Acompanhem o Blog, que tá tudo aqui, pois isto é um diário de viagem, e nao um album de fotos! As fotos todas mostraremos quando chegarmos ai!
-Fotos:
-A moto dos "Carabineiros del Chile", a policia daqui, uma RT igual a do Gaudencio;
-A mao do deserto, e a singela mensagem de motivacao para o pessoal da Confraria...hehehe;
-O hotel de La Serena;
-Tio Gaudencio falando ao telefone com a digníssima, na praca de La Serena, hoje cedo;
-Eu e o mapa de La Serena;
-O por do sol em Antofagasta;
-O grupo de Colombianos, na rodovia.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Chegamos em Antofagasta!








































Finalmente estamos em Antofagasta, cidade portuária do Chile, com 280 mil habitantes, e temos o oceano pacífico à nossa frente! É a quinta maior cidade chilena, e é chamada de Pérola do Norte. Este era o ponto final da nossa rota inicial, e o plano era voltar daqui, pelo mesmo caminho. Mas á claro que vamos continuar e descer, pois nao tem sentido voltar pelo mesmo caminho. Aqui fechamos a primeira etapa da nossa viagem, com 3300 km rodados, pelo norte da Argentina e do Chile, e iniciamos a segunda e última etapa, rumo ao sul, com passagens por Santiago, Mendoza, Cordoba e Santa Fé, na Argentina. Ontem em San Pedro do Atacama, no final da tarde, fomos conhecer o famoso Vale de La Luna, ou Vale da Lua. Nós resolvemos passar o dia em San Pedro, para descansar, e acabamos nao fazendo o passeio do Geiser del Tatio, pois saia às 4 da manha, e estávamos exaustos da viagem e do frio, e teve tbm o episódio da perda do Gaudencio. Ou seja, ficamos nos arredores da cidade, e passeio mesmo, dos bons, ficou só este do Vale da Lua.
E valeu a pena! O Vale fica a uns 17 km de San Pedro, e fomos de moto mesmo, lá pelas 19 hs, pois o por do sol é às 20 hs, e esta é a hora H do passeio, que todo mundo espera pra ver o dia inteiro. Pegamos a estrada asfaltada para Calama, entramos à esquerda, e logo em frente tem uma placa indicando a entrada, com um portal. Tem que descer e pagar $1000,00 pesos chilenos, o equivalente a uns R$ 4,20 por pessoa. Vc ganha um folder do passeio, e eles nos ensinaram aonde parar as motos, quais os pontos mais interessantes, etc... Entramos em uma estrada de cascalho socado, quase como asfalto, e eu com o Gaudencio na garupa, pois ele nao quis ir com a moto dele, com medo do cascalho. Mas foi tranquilo. A trilha é longa, acho que dá uns 6 km, e vc entra naquela paisagem realmente lunar, com dunas, montanhas, formacoes rochosas, vales, etc... O primeiro ponto, e o mais famoso, é a subida de uma duna, de uns 300 metros de altura, de uma areia preta e fofa, lotado de gente, que mais parecia formiga, de tao alto qu estavam, lá em cima. Passamos direto, pois combinamos de ir até o final da trilha, pra depois voltar e parar neste ponto. Fomos andando, até quase o final, com um vento gelado. Ainda bem que todos pegaram casaco! Paramos em um ponto chamado de 3 Marias, ou dos Vigilantes, que sao 3 formacoes parecidas com dedos. Tiramos umas fotos, e resolvemos voltar, pois já era 19:30 e ainda tinhamos que subir a tal duna de areia fofa. O Gaudencio pegou a minha filmadora, e comecou a filmar da garupa. Ficou muito bom. Chegamos na duna, e já tinham algumas motos paradas lá, com placa do Brasil. Subimos, e chegamos no topo quase morrendo, com a língua pra fora. Além de ser alto, a areia fofa, todos despreparados, e ainda a 2500 metros de altitude, cansamos demais! Mas a vista compensa, e o clima místico daquele lugar contamina a todos. Acho que tinha ali umas 300 pessoas ao todo. Europeus, Australianos, Argentinos, Brasileiros, Americanos, etc... Todos com as cameras na mao, e tirando foto de tudo. Por do sol, dunas, etc... Este passeio é o melhor de San Pedro, além de barato e perto da cidade. Valeu a pena! Chegou um nativo e comecou a tocar um tipo de instrumento de percussao, e cantar em linguagem indigena, pra completar. O povo ficou doido! Fotos e mais fotos. Descemos a duna, pegamos as motos, e fomos direto para o hotel, chegando lá quase 21 hs da noite! Tomamos banho, e fomos jantar ali perto, no mesmo local do almoco. Jantamos uma sopa de galinha, e resolvemos nem ir até a rua principal, e sim arrumar as malas, pra acordar cedo e ir embora.
O hotel que ficamos, é de um cara muito simpático, chamado Jorge, que já tem um outro hotel maior e mais conhecido, e acabou de montar este outro, para o pessoal que chega lá e nao acha vaga. Nao tem nem letreiro nem nada, mas é novinho, camas muito boas e agua quente. É uma boa indicacao para amigos, pois San Pedro, pra quem nao reservou hotel antes, é sempre cheio e lotado de gente. Peguei o cartao dele, e se alguem um dia quiser, passo o endereco.
Acordamos 7 hs da manha, ainda escuro, e às 8 hs saimos do hotel, pra fazer o "desayuno" fora, já que lá nao tinha. Fizemos num moquifo a beira da estrada, na saida para Calama, mas estava até bom. Era só um sanduiche de queijo com café (Eles só tomam chafé, feito de Nescafé na hora). Montamos nas máquinas, e seguimos viagem para a primeira cidade, que á Calama, a 100 km de San Pedro. A estrada, desertica, no comeco passamos pelas montanhas, muito parecidas com o Vale da Lua, e depois comecou o Deserto do Atacama pra valer. Nao é areia, é um tipo de cascalho, com cores que variam de marrom para mais claro. Parece uma terra gradeada, até aonde o horizonte alcanca. Ali nao tem vida alguma. Nem bicho na viseira do capacete tem! Nao se vê pássaros, nem nada. Só que estava bastante frio! Saimos de San Pedro, às 8:30 hs da manha, com 13 graus! E até Calama, ficou oscilando entre 17 e 18 graus. Quase passei frio, mas tinha colocado a balaclava. Mas estava sem a segunda pele e sem o forro na jaqueta. Mas deu pra aguentar. Novamente o aquecimento da manopla ajudou. Firmamos a velocidade de 120 km/h, que era o combinado, e logo chegamos em Calama. Do lado de Calama, tem uma mina de cobre, chamada Chuquicamata, que é a maior minha de cobre do mundo, e a maior estatal chilena. Calama vive basicamente desta mina, e deve ter uns 50 a 70 mil habitantes, se tiver. Nao tinha um posto de gasolina na beira da rodovia. Ali pegamos a RN25, à esquerda, e rumamos para Carmen Alto, a 100 km dali, para abastecer. A estrada muito boa, com bastante tráfego, muito caminhao carregando cobre, e uma ferrovia sempre ao lado e atravessando o asfalto às vezes. Nesta regiao, a única atividade que se vê, além do turismo, sao estas minas. Vi mais umas 3 ou 4 ao lado da rodovia, mas nao sei do que é. Paramos em Carmen Alto para abastecer, e tomar água, ir no banheiro, etc... A gasolina super, com 95 octanas, está custando algo em torno de $ 500, ou seja uns R$ 2,20 o litro. Achei muito barato. E a minha moto, novamente, fez 19,5 km/litro! Em ordem de consumo, a mais economica é a do Gaudencio, que faz 19/20, depois vem a minha GS, que faz 17/19, e por ùltimo a VStrom do Hilton, que faz 14/16. Estamos com autonomia de 350 km, a cada tanque, o que é muito bom. Andamos mais 100 km, e logo chegamos na entrada de Antofagasta. De San Pedro a Antofagasta foram 300 km. Chegamos aqui às 12:00 hs. Parei, programei o GPS pra achar hotel, e fomos entrando na cidade atrás do primeiro hotel, o Radisson. Andamos até chegar na beira mar, e de cara já vimos o restaurante do tal brasileiro, um gaucho, que tem aqui. Paramos no Radisson, e estava muito caro. Paramos no restaurante do brasileiro, pra perguntar por hotel, ele nao estava lá, e ninguem sabia informar. Vi no GPS que tinha outro hotel perto, e fomos la. Acabamos ficando neste mesmo, chamado de El Tatio (Nome de um vulcao da regiao de San Pedro). É de frente para a praia, na Av. Grecia, e ficou bem mais barato do que o Radisson. Fizemos o checkin, e a mulher da recepcao pediu pra pagar adiantado! Tudo bem! Pagamos, guardamos as motos, e subimos pra tirar as roupas, tomar um banho e ir almocar. Almocamos no restaurante do brasileiro, comida self-service, parecida com a nossa (feijao preto, arroz, salada, etc...), por $4000 pesos cada um, o equivalente a uns R$18. O dono do restaurante chegou por lá já no final do almoco. O cara é um gaúcho baixinho e mala, cabeludo, com piercing, que fala pelos cotovelos e disse que está aqui faz uns 4 anos. Comecou a contar a história dele, falou e falou tanto, que resolvemos ir embora! Nao sabia nem indicar o caminho para os passeios da cidade, nem indicar um hotel bom e barato pra nós! Saimos pra visitar a principal atracao turistica da cidade, chamada de La Portada, que é uma formacao rochosa no mar, à beira da praia, a uns 10 km ao norte da cidade. É fácil de achar, e muito bonita. Lá tem um mirante, uma lanchonete, e uma trilha até a praia, que eu e o Gaudencio descemos, pra pelo menos molhar a mao na agua do pacífico, né?! Tiramos muitas fotos, filmei, etc... e voltamos, indo até umas ruinas de uma antiga fundicao de prata do século 18, mas estava fechada, em reforma (Estao construindo um museu), e voltamos para o hotel. Eu e o Hilton já paramos em um posto, abastecemos as motos, e deixamos prontinhas pra amanha sair cedo para La Serena, afinal serao 800 km! Todos queriam acessar a internet, e o Gaudencio já se apoderou do computador, por quase 2 horas. Fiquei no quarto, liguei o meu celular, e nele mesmo baixei os meus emails. Nisto me liga a minha mae, e foi muito bom, pois falei com ela, meu filho Marquinhos, que ontem fez uma pequena cirurgia, e também com a Luiza, de uma só vez. Matamos a saudades, e desci pra ir ver o por do sol no pacífico com o Gaudencio, pois nesta hora o Hilton estava "babando" em cima do computador, e pelo que vi, ia umas duas horas pelo menos. Fomos caminhando pela orla, quando apareceram uns 5 caras, todos em motos XT660, vindo tbm de San Pedro. Já eram umas 19:30 hs! Eram todos gaúchos, e queriam acampar, pelo que vi. Falei do nosso hotel pra eles, mas acharam caro, e foram embora atrás de Camping! Tem neguinho animado, heim! Vimos o por do sol, tiramos um monte de fotos, vimos artesanato, etc... e um monte de gente tomando banho no mar. Isto com um vento FRIO, e devia estar a uns 22 graus mais ou menos! Conhecemos um vendedor de artesanato brasileiro, da Bahia, que conhece todo o MS! Tomamos uma cerveja, e fomos comer no McDonalds, pois o atendimento aqui demora muito! Comemos, e já no final aparece o Hilton, que tbm comeu. Enfim voltamos para o hotel, pra tomar o banho, arrumar as coisas, pra amanha sair. Nao estou conseguindo postar fotos neste computador, pois ele nao reconhece a camera. Nao sei porque! Bem, amanha devemos pegar um trecho bem longo, de mais de 800 km, e volto a postar. Lembrancas a todos, uma boa viagem para o pessoal da Confraria que foi ou vai para a praia, a minha familia e amigos! Estamos no meio da viagem! Agora vem o sul, que é outra viagem! Até
Fotos:
-Lhamas mansas, na ida para Toconao;
-A Aduana de San Pedro de Atacama;
-Os 3 muskiteiros no Vale da Lua;
-Trevo em Calama, da RN5, para Antofagasta;
-O monumento La Portada, em Antofagasta;
-O restaurante do gaúcho, na foto ele com o Hilton;
-Uma familia de leoes marinhos, no porto de Antofagasta.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cordilheira & San Pedro do Atacama!






















Pessoal, ontem foi o grande dia! A subida da Cordilheira dos Andes! Vcs nao tem noçao do que seja isto! Estou em uma LanHouse, em San Pedro do Atacama.
Bem, mas vamos começar do começo, né?! Acordamos cedo em Salta, às 5:30 hs, arrumamos tudo, tomamos o "desayuno" e saímos da cidade às 7 hs da manha. Saimos preparados para pegar frio, com segunda pele, forro nas jaquetas e calças, balaclava no jeito, etc... E realmente estava um friozinho bom, 20 graus, e saimos por um atalho até San Salvador de Jujuy, por El Carmen, uma estradinha para apenas um carro por vez, muito estreita, que atravessa uma mata densa, no meio de uma serra. De Salta até Jujuy por esta estrada sao 90 km. Eu calculo que fizemos no mínimo umas 500 curvas nesta serra, pois a cada 50 metros tinha uma, beirando precipicios e margeando a serra. Tinha muito bicho solto na estrada, bem no meio dela, como vacas, bezerros e cavalos. Nao dava pra passar de 40 km/h, pois de vez em quando vinha carro no sentido contrário, e tinha que jogar pra direita, e por isto demoramos quase 2 horas pra chegar em Jujuy. Mas foi um passeio maravilhoso! Chegando em Jujuy, lá pelas 9 da manha, parei pra tirar umas fotos de montanhas com neve no pico, e tiramos tbm a segunda pele de cima, pois esquentou bastante! Passamos por Jujuy, pegamos à esquerda na RN9, e seguimos, com o objetivo de chegar em Purmamarca, para a primeira abastecida do dia (240 km). Bem, de Jujuy pra frente, começou a esfriar de novo, mas um friozinho gostoso, e começamos a nos embasbacar com a paisagem. Vales maravilhosos, no meio de montanhas enormes, cheios de pequenos riachos do degelo, e fomos tocando. Chegando em um povoado chamado Vulcones, paramos pra comprar mais água, pois tomamos o Diamox pra evitar o mal das alturas, e dá uma sede danada! Dali já começamos a ver que Deus existe mesmo, e fez coisas maravilhosas para nós! As montanhas começaram a mudar de cor! Era amarelo, verde, vermelho, marron, etc... Estávamos chegando perdo de Purmamarca! Paramos várias vezes no caminho pra tirar fotos, pois este era o combinado: fazer uma viagem lenta, parando pra tirar foto, sem pressa de chegar! A estrada maravilhosa, com um asfalto impecável! Chegamos em Purmamarca, para ver o "Cierro de Sete Colores". Vc chega, e parece uma cidade do velho oeste, que nao tem nada pra ver. Engano seu! Entramos na cidade, tiramos algumas fotos do morro colorido (Tem 7 cores mesmo!), e dali avistei uma pracinha e um monte de gente andando, com barracas de artesanato em volta. Fui à pé ver o que era, e resolvemos pegar as motos e ir até ali pra descansar um pouco. Tiramos as jaquetas, pois quando vc anda é frio, mas quando pára, esquenta bastante! Ficamos ali por meia hora, tomamos um café, fomos ao banheiro ("banho"), e resolvemos tocar pra frente. Tiramos várias fotos juntos, e perguntei para umas turistas aonde subiríamos a Cordilheira, e ela disse que depois de Susques. Queria colocar a minha filmadora em cima do baú traseiro, pra filmar a subida. Passamos Purmamarca, e recomeçou o espetáculo de montanhas, cada uma de um jeito, e vi que a estrada estava serpenteando bastante, e estávamos subindo! Já era a Condilheira, e nao deu tempo de colocar filmadora alguma, nem nada! Já eram 13 hs, e tínhamos andado até ali apenas 200 km em 6 horas de viagem! Ainda tínhamos 400 km pra pegar, até San Pedro do Atacama, com a Cordilheira no meio! O tempo começava a nos apertar! Fomos subindo cada vez mais, num asfalto maravilhoso, as lindas montanhas, desenhadas pela erosao de milhares de anos, os vales, algumas casinhas, cactos, muito cactos, enfim uma paisagem fora do comum. Parecia que estávamos em um outro planeta. É uma emoçao indescritível, subir aquilo de moto, sentindo o vento, as curvas gostosas de fazer, e quase sem movimento, apenas um ou outro carro de vez em quando. Notei que começava a me faltar ar, e bem lá em cima, numa curva, tinha um grupo de carros parado, tirando fotos, e alguns nativos vendendo artesanato. Paramos antes, para "tirar a água do joelho", e quando desci, estava bebado! Parecia que tinha bebido umas 3 garrafas de cerveja sozinho! E sentia falta de ar também. Mas nao senti dor alguma. O Diamox segurou legal a dor de cabeça e o mal estar, mas a falta de ar, nao tem jeito! Olhamos e vimos uma placa: 4200 metros acima do nível do mar! Já tínhamos subido a cordilheira, pelo menos uma boa parte dela! Tiramos umas fotos, e continuamos, com destino a Susques, aonde pelo que sabíamos, era o último ponto de abastecimento até San Pedro. Antes de chegar em Susques, chegamos na "Grande Salina", e vc passa dentro dela, na estrada. Paramos, andamos de moto em cima do sal, tiramos várias fotos, fiz um vídeou, e fomos embora. É muito bonito! Devia ser um lago, ou pequeno mar, que secou. Chegamos em Susques (horrível), parece uma favela! Nao deve ter mais do que 500 habitantes. Vc nem chega a entrar na "cidade", pois tem uma placa avisando que o posto é a 5 km adiante. Chegamos no posto, que tem um restaurante ao lado, por sinal muito bom, e lá estavam umas 15 motos paradas. Era o todo o pessoal de SP, mais uns argentinos. Praticamente só moto bigtrail, com exceçao da Goldwing e uma Bandit1250S. Muita VStrom (a maioria), e algumas TDM900. BMW só a minha e a do Gaudencio. Tem outra turma de SP que ficou pra trás em Salta, que tem 2 BMW GS1200. Entramos no estaurante, e apesar do mal estar, falta de ar, etc... Resolvemos almoçar um bife com ovo e "papas" fritas. Abastecemos as motos, num telhadinho ao lado do posto, o frentista pediu adesivos, dei uns pra ele, e lá colei na bomba, o adesivo da viagem e outro da Confraria! No restaurante tambem tinha um vidro cheio de adesivos, e colamos mais dois lá. Comemos, e saímos do posto às 15 hs! Estava com um pouco de medo do tempo, mas tocamos em frente. Começou a fechar o tempo, uma garoa bem fraquinha de vez em quando, e esfriou mais. Parei, peguei a minha luva pra neve, fechei a jaqueta até em cima, coloquei a balaclava, e falei: "Pode vir, frio"! Acho que ele me ouviu, e veio mesmo! As curvas acabaram, e começei a tocar mais forte, a 120/140. O frio aumentou, e devia estar uns 10 graus, quando chegamos em Passo de Jama, na divisa da Argentina com o Chile. Informaçao importante: Tem um posto novinho lá, da YPF, muito bom. Entao acabaram-se os problemas das motos de baixa autonomia, já que este era o ponto mais temido, que todos falavam para tomar cuidado. Eu mesmo tinha comprado um galao em Salta, e estava com ele cheio, no baú, pra qualquer emergência. Mas nao precisei usá-lo. Por falar nisto, a minha moto fez 20 km/litro!! Andamos devagar, mas subimos a cordilheira! Fiquei animado! A aduana Argentina foi muito tranquila, demos saída no passaporte, fizemos a aduana, e fomos embora, pois estava chegando todo mundo, os caras de SP, e nos nao tinhamos reservado hotel em San Pedro. Queria chegar lá antes das 18 hs. Recomeçamos a subir, e batemos a 5000 metros de altitude! E veio uma chuvinha fraca, e o frio muito forte! Olhei no termômetro da moto, e estava marcando 5 graus! Me separei do Gaudencio, que ficou pra trás com o pessoal, e peguei a frente, com outra VStrom atrás, junto com o Hilton, firmes a 120 km/h. Nao dava pra andar mais do que isto! A moto nao ia! Perdemos potencia, devido ao ar rarefeito, e começou a ventar muito, de lado! Tive que reduzir para quarta, e até terceira marcha, para manter a mesma velocidade! O outro cara da VStrom parou e ficou pra trás, por causa do frio, e logo alcancei o outro grupo, de 5 motos, que tinha saido na nossa frente uns 5 minutos. Passei todos, sempre mantendo 120 km/h. O tempo oscilava entre um solzinho fraco, e uma garoa fina, e muito vento. Quando abria o sol, a temperatura subia para 12 graus. Quando começava a garoar, caia para 4 a 5 graus! Liguei o aquecimento da manopla da moto no máximo (como isto é bom!), e continuei a minha tocada "mais forte" com o intuito de chegar na frente na aduana chilena, e também me livrar daquele frio intenso! Mesmo com toda a proteçao que estava vestindo, passei frio nas pernas, no pé, no pescoço e no rosto! Fui subindo, e comecei a ver umas manchas brancas nas montanhas. Era neve! Tinha neve na beira da estrada, e quando olhei de lado, tinha um pico nevado a uns 200 metros da estrada! A estrada, muito boa, estava perfeita, e sem problema de aderencia. Olhei no termometro, e marcava 4 graus. Mas com o vento, a sensaçao térmica devia ser de 0 graus ou até menos! Finalmente comecei a descer! E com a descida, a temperatura começou a aumentar rapidamente, e logo atingiu 20 graus. Isto em coisa de 5 minutos! Parei em uma barreira na estrada, que estava com meia pista, e do lado direito estava o vulcao Licancabur! Lá embaixo já dava pra ver o povoado de San Pedro de Atacama.
Chegamos na aduana em San Pedro às 18 hs, como planejado. Parei a moto, peguei uma pequena fila, preenchi dois formulários (Um de imigraçao, carimbando o passaporte de entrada, e outro da Aduana, aonde eles pedem o documento da moto, e perguntam se vc nao esta carregando fruta, carne, madeira, etc...). Achei rápida, e em uns 20 minutos estava liberado. Logo chegou todo o pessoal de SP, e juntou uns 20 para fazer a aduana também. Deixei o Hilton e o Gaudencio lá, e fui atrás de hotel. San Pedro é quase uma vila, com as estradas de chao batido, muito estreitas, tudo feito de adobe, marrom avermelhado. Tem ruas que nem pode entrar de moto nem de carro. É muito ruim de andar! Fui em uns 4 ou 5 e nada de vaga! Enfim achei um, chamado TACKA TACKA, e já reservei dois quartos. Consegui com muito custo que fizesse a U$ 120,00 os dois quartos, em um hotel muito ruim, mas até que os quartos eram bons, novos, mas estava sem água no momento! Voltei pra achar o Gaudencio e o Hilton, e cadê? Perdi os companheiros! Fui na aduana, rodei pela cidade por meia hora, e nada. Voltei pro hotel, e la encontrei um dos grupos de SP, que tbm nao tinham reservado hotel, e iam ficar lá tbm. Descarreguei a moto, deixei as coisas no quarto, e fui atrás dos companheiros novamente. Já estava escuro, e nada achei. Voltei pro hotel, e lá estava chegando o Hilton! Dei graças aDeus! Mas o Gaudencio tinha sumido, e acabamos dormindo lá só eu e o Hilton. O Gaudencio estava muito cansado, e dormiu em outro hotel. Tomamos um banho, e saímos para jantar. Jantamos no "La Estaka" e pagamos tipo uns R$ 40,00 cada um por um bom prato. Eu comi salmao e o Hilton, reclamando, comeu um Crepe! Tínhamos ido jantar em um dos restaurantes mais caros de San Pedro, e nao sabíamos! Mas td bem! Jantamos e fomos dormir. A única rua movimentada da cidade, chamada Caracoles, tem um monte de barzinho, restaurante, lojinhas, lanhouses, etc... Músicos tocando ao vivo na rua, gente andando, e bastante movimento. Acordamos tarde, là pelas 8 da manha, tomamos o "desayuno" no hotel, e fomos atrás do Tio Gaudencio. Andamos de moto uns 5 minutos e já o encontramos na rua, andando a pé. Foi aquela festa, e todos ficaram alegres! Dali pegamos fomos para o hotel dele, pra conhecer, e resolvemos nos mudar para lá tbm, pois era bem mais barato, além no nosso nao ter água pela manha! Só tinha água à noite, mas quando acordamos, nao tinha agua nem pra escovar os dentes. Tive que escovar com agua mineral! Pegamos as coisas, levamos para o hotel do Gaudencio, e fomos de moto até Toconao, a 37 km daqui, pra conhecer um tal de "Vale de Jerez". No caminho, pudemos ver o Licancabur, o vulcao que fica ao lado de San Pedro, imponente, a quase 6000 mts de altitude, e tiramos algumas fotos. Fomos atá o vale de Jerez, que é um Oasis no meio do deserto, tiramos foto e voltamos pra almoçar em San Pedro, pois já eram 15 hs! Mas o Hilton, nao quis ir até o vale e tinha voltado só para San Pedro. Eu e o Gaudencio almoçamos, desta vez bem mais barato (R$ 12,00 cada um), e saímos andando pela cidade, pra ver internet, e conhecer a cidade melhor. Enfim, consegui tempo pra abastecer o blog, fui na igreja, e agora vamos ao Vale de La Luna, ver o por do sol. Amanha conto o resto! Abraços a todos, e obrigado pelos comentários. Todo o pessoal da Zoomix, Izadora, Luiza, Joao Pedro e Marquinhos, lembranças a todos! Continuem acompanhando! A viagem nem chegou no meio, e eu já nem tenho memória pra lembrar de tudo! Ainda bem que tem o blog! Amanha saimos cedo para Antofagasta, a 300 km daqui, na beira do oceano pacífico, e vamos dormir por lá. Até amanha!
Fotos:
-Na estradinha no meio da serra, entre Salta e Jujuy;
-Na estrada perto de Purmamarca, ao fundo um morro colorido;
-No centro de Purmamarca, ao fundo o "Cierro de Siete Colores";
-Na grande Salina, perto de Susques. Olhem o que está escrito no papel!
-No restaurante "El Chico", depois de Susques, aonde almoçamos, a 4 mil metros de altitude!
-A Aduana em Passo de Jama, divisa da Argentina e Chile.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dia Livre em Salta.











Olá, pessoal! Hoje passamos o dia em Salta, descansando e conhecendo a cidade. Ontem achamos um hotel bem no centro da cidade, chamado Colonial, em frente a praça 9 de julho, umas das principais da cidade. Embaixo do hotel tem bares, restaurantes, lojas de artesanato, turismo, etc... Ou seja, ficamos perto de tudo, apesar o hotel ser velho. Ontem, depois do banho e postar as noticias do dia, saimos para dar uma volta e jantar. Aqui, como em Resistencia, as tomadas elétricas sao totalmente diferentes de todas que já vi. Parecem com aquelas de ar condicionado, com tres pinos, e nao se encaixa com nada do que estamos carregando (celular, maquina fotografica, filmadora, comunicador, etc...). Assim, fomos atrás de um adaptador, e achei em uma loja de material elétrico, umas tres quadras distante do hotel, em um calçadao. É impressionante o número de pessoas circulando pela rua à noite por aqui. Ontem era segunda feira, e quase nao dava pra andar de tanta gente! O horário do comércio é doido! Quase tudo abre às 10 da manha, fecha às 14 hs, depois reabre às 16 e fica aberto até às 22 hs. Depois de comprar o adaptador e colocar a minha máquina pra carregar, fomos jantar, e já estava com o nome do restaurante na cabeça, o DONA SALTA, que o Magrao, da padaria, tinha me falado que era muito bom. Por sorte, fica a uma quadra do hotel! O local é muito bonito e bem decorado, e lá experimentamos as famosas saltenhas, de SALTA, é claro, acompanhadas de um vinho branco da casa, uma maravilha de vinho. Aqui quase todos os bares e restaurantes servem um molho de tomate, levemente apimentado, com as saltenhas, que sao assadas na brasa, a massa muito leve, e tem vários recheios (carne, frango, queijo, etc...). Comemos umas 12 saltenhas, e fomos dormir, já passando das 23 hs, cansados da viagem.
Acordamos, tomamos café, e fomos nos seguintes pontos turísticos:
-Mercado municipal, aonde compramos algumas frutas, artesanato, e comemos mais algumas saltenhas;
-Teleférico, aonde subimos até o "Cerro de San Bernardo", tiramos varias fotos da cidade, e voltamos;
-Almoçamos novamente no DONA SALTA, e degustamos um maravilhoso bife de Chorizo argentino;
-Museu das 3 crianças incas, as múmias congeladas a quase 500 anos, presente dos incas aos deuses, e descobertas em 1999, no pico de um vulcao, a 360 km de Salta, a mais de 6 mil metros de altura. Impressiona a conservaçao das múmias!
-Povoado de San Lorenzo, que fica a 12 km do centro de Salta, e é um bairro de luxo, com mansoes, casas de campo, clubes, etc... Muito bonito e vale a pena conhecer.
Depois pegamos a moto do Hilton (tinha ficado em uma oficina pra apertar a lanterna traseira, que estava caindo), e fomos abastecer e deixar tudo pronto, que amanha vamos subir a cordilheira!
Amanha conto como foi!
Fotos:
-O Teleférico de Salta, com a vista de cidade;
-Almoço no Dona Salta, aonde provamos o bife de chorizo;
-O Hilton de sacanagem com o Gaudencio, indo engarupado até San Lorenzo, pois a moto dele estava arrumando! rsrsrs! Nao resisti e coloquei na net!
-Os tres musquiteiros em um mirante na entrada da cidade, com a condilheira ao fundo, no final de tarde de hoje.
Obs.: estava contando tudo com mais detalhes, quase acabando, quando deu nao sei o que no site e perdi tudo! Entao deixei assim mais resumido, pois já passa da meia noite, e tenho que dormir, que amanha acordamos cedo! Fazer o que!?
Abçs a todos!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Chegamos em Salta!




Bem amigos, gostaria primeiro de agradecer algumas pessoas. Em primeiro lugar a minha família (Esposa e filhos), que sempre me apoiaram, e estao torcendo por mim. Em segundo lugar os amigos, mas principalmente os meus companheiros de viagem Hilton e Gaudencio, pela força e apoio desde o início do projeto da viagem, em novembro. Acho que depois desta viagem juntos, a nossa amizade vai crescer muito e nunca mais esqueceremos tal experiencia. Sem viadagem, hem! Rsrs! Gostaria também de lembrar e agradecer os comentários do meu grande amigo Jardim, que só eu sei o quanto queria fazer esta viagem, mas infelizmente nao pode desta vez. Jardim, fica frio que nós ainda vamos fazer tudo de novo!
Bem, mas vamos ao que interessa, ao dia de hoje! Ontem à noite, em Resistencia, saímos pra comer alguma coisa, à pé mesmo, pois o hotel é em frente à praça principal, bem no centro da cidade. Fomos até uma "Hamburgeria" procurar um lanche, depois de tomar aquela cerveja Quilmes de litro, é claro! O Hilton já tinha tomado uma na frente do hotel, e achou caro ($10), e o cara do hotel disse que cobraram caro porque sabiam que era brasileiro! Na Hamburgeria estava $12! Sempre que falo em gastos aqui na Argentina, falo em pesos, sendo que um peso equivale a R$ 0,738. A cerveja tava muito cara! Quanto estávamos comendo, chegou o pessoal de SP, que vimos no restaurante em Posadas. Eles atrasaram, pois o cara da Buell Ulisses, ficou na mao. A moto parece que estourou a transmissao, e tiveram que contratar um caminhao de arroz no meio do Chaco, pra levar o cara e a moto de volta pra Posadas, e dali pro Brasil. Pra ele a viagem acabou ali. Mais uma decepcao com a Buell! Ficamos conversando até quase meia noite (22hs no MS), e fomos dormir, exaustos. Cheguei no hotel e dei falta do meu pendrive, aonde estavam todas as planilhas da viagem. Esqueci no computador do hotel, e roubaram! Fiquei um pouco chateado, pelo tempo perdido, mas td bem! No outro dia acordamos cedo, às 05:30 hs horário local (03:30 hs MS), pra pegar o trecho cedo, enquanto ainda é mais fresco. Afinal eram quase 900 km até Salta! Este fuso horário deles é maluco! Eram quase 8 hs da manha e ainda tava escuro! E o melhor: muito fresco, quase frio demais! Cheguei a fechar a minha jaqueta, que é quente, e ligar o aquecedor de manopla, até quase 9 hs da manha! Vai entender!
Saimos de Resistencia às 7 da manha, totalmente escuro, à noite mesmo!
O Hilton ficou louco e foi na frente, tocando firme, e a viagem rendeu bem. Quando fizemos a primeira parada, a 160 km (Pres. Roque Sainz Pena), eram 8:30 da manha. Hoje foi talvez o melhor dia da viagem até agora, contrariando a expectativa ruim que nós estávamos prevendo. Pois dali pra frente a viagem cresceu, sem calor pra incomodar, até a parada para o almoço (lanche), em Pozo Quemado, a 430 km de Resistencia. No GPS acusava que faltavam "apenas" 370 km até Salta, totalizando 800 km! A rota ficou mais curta! Aí relaxamos, e fomos comer. Comemos um baita lanche, e ficamos quase uma hora por lá. Quando chegamos, encontramos outra turma de SP, e o cara da Harley, juntos. Eram 3 VStrom, 1 Bandit, 1 TDM900 e a Harley do cara. Conversamos um pouco e eles já foram embora. Disseram que iriam dormir em Purmamarca. Saímos de lá, e aí a coisa esquentou, pois já eram quase 13 hs. O calor veio forte (39 graus na moto), eu guardei a minha jaqueta no bauleto e fui de camisa de manga comprida. Levamos duas "mordiditas" dos malditos guardas, que simplesmente te param, disfarçam um pouco com os documentos (CNH e documento da moto), e pedem uma "contribuiçao". Demos $4 eu e o Hilton, cada um, o que equivale a menos do que R$ 3,00. O Tio Gaudencio carteirou e nao quis contribuir! Tá certo ele! Mas vai pagar a cerveja hoje pra compensar! É revoltante a tranquilidade dos caras, e a cara de pau. Também, no meio do nada, fica difícil! De Resistencia até Joaquim V. Gonzales, sao mais de 600 km, em retas intermináveis, e cidadezinhas que nao tem nada, só posto de gasolina (ainda bem), e algumas casinhas. É feio, e muita pobreza. A estrada até que é boa, mas nao tem acostamento. Imagine a estrada de Miranda a Corumbá. É daquele jeito, só que melhor. Daria pra andar bem, o tempo todo, se nao tivesse muito bicho solto (Cabrito, cavalo e cachorro). Quase pegamos um cachorro, que correu atrás da minha moto, e sobrou para o Hilton e o Gaudencio, que vinham atras! Mas foi tudo bem. Depois disto o Hilton ainda aniquilou 2 pombas, que ficam aos bandos, na beira da estrada! A gasolina na Argentina custa em torno de $3 o que equivale a R$ 2,20/litro. Só que pura, sem álcool, com 95 octanas, igual a podium, chamada por aqui de Super. Tem ainda uma chamada Premium, que custa $3,50 e uma comum, mais barata, que cheguei a ver por $2,55 em alguns postos. É muito mais barata que no Brasil! A minha moto começou a fazer 17 a 18 km/litro, com esta gasolina, andando de 120 a 140 km/h. Assim a autonomia dela passa de 350 km tranquilo, e vai dar pra passar de Susques a San Pedro sem precisar levar gasolina reserva. Mas vamos ver ainda! Quando passou Taco Pozo, acaba o Chaco e começamos a enxergar lá no horizonte umas montanhas, bem longe. Coisa de mais de 100 km. Seria a mesma coisa de vc enxergar de Campo Grande uma montanha em Nova Alvorada! Ficamos pensando, mas ainda nao eram os Andes! Só uma grande montanha mesmo! Só por curiosidade, antes de JV Gonzales, na beira da estrada, tem um confinamento enorme, mais de 10 mil bois, que pertence a um político, da era Menen, e se chama Confinamento Juramento. Passamos também por muita plantaçao de soja. Assim, abastecemos, após uns 150 km de grande calor, e seguimos rumo a grande montanha. Me pareceu que daríamos a volta nela, e demos mesmo. Depois de 100 km chegamos na RN9, e pegamos à direita, para Salta. A estrada melhorou bastante, pista dupla, e seguimos uns 70 km até um trevo para Salta à esquerda, serpenteando por montanhas, fazendo umas curvas boas. Já estava cansado, mas paramos pra bater fotos das placas, é claro! Depois de 41 km de pista dupla SHOW, chegamos em Salta, às 16 hs horário local (o mesmo de Brasilia). Ou seja, chegamos cedo. Agora, enquanto digito no blog, já sao 20 hs e ainda está claro! Em um viaduto, chegando na cidade, deu pra ver atrás uma montanha monstruosa, com o pico cheio de neve! Agora sim, a Cordilheira dos Andes! Chegamos na cidade por um morro, aonde se ve toda a cidade, em uma vista espetacular, com os Andes atrás! Tem um teleférico, e várias atraçoes por aqui, pra ver amanha. Vai ser pouco tempo! Foi muito gratificante este dia, pelo final, e por termos pego pouco calor do Chaco. Paramos em um posto de gasolina excelente, e dali comecei a procurar hotel, pelo GPS e pela lista telefonica do posto. Liguei em uns 3 hoteis, todos com vaga sobrando, e fomos ver cada um, com o GPS nos levando. Que ferramenta o GPS! Está ajudando muito! Olhamos uns 3 hotéis, até achar um mais ou menos, com o preço de $100 por dia por pessoa, e perto da praça da cidade, bem no centro, e próximo de tudo, chamado de Colonial, em um prédio do século 18! Amanha vamos ter o dia livre, para descansar e passear pela cidade. Izadora, deixa que eu ligo pra casa, a cobrar, pois usar o celular aqui vai ficar muito caro! Abraços a todos, e até amanha!
Fotos:
-Encontro com o pessoal de SP, e o cara da Harley, em Pozo Quemado, a 420 km de Resistencia.
-Chegada em Salta, na estrada, com a placa ao fundo.

Quem sou eu

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
51 anos, casado, zootecnista, empresário, carnívoro convicto e motociclista.