sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Final da primeira fase!

Dia 24: Ormond Beach/FL a Key West/FL- 684 km
Acordei mais tarde um pouco, 6:30 hs, pois está amanhecendo mais tarde, às 7:00 hs, e ainda um pouco frio em Daytona, cerca de 13 graus de manhã, mas com expectativa de esquentar durante o dia, ainda mais se for descer, como eu. Arrumei tudo, a moto, e nem coloquei segunda pele nem nada. Saí do hotel já eram 8:00 hs. O Casagrande havia me ligado que estava em Orlando, e que se desse passaria lá. Mas não vai dar, não é rota, e o meu objetivo hoje é chegar em Key West, já é a terceira vez que vou em Miami e vai ser desta vez que eu vou conhecer a tal da Key West! E por isso resolvi tocar direto, com apenas uma parada no meio, antes de Miami. Mas antes parei um pouco em Daytona Beach, passei naquela famosa rua (Main Street), do encontro de Daytona, que fica cheia de motos, depois na concessionária da BMW, que ainda estava fechada (Abre às 9:00 hs), e depois, claro, no autódromo (Speedway), aonde tirei umas fotos. Segui então rumo ao sul, pela pista dupla, pra variar... 113/115 km/h, com algum vento, a moto fazendo 17 km/litro, deve ser o vento, claro!
Parei pra abastecer perto de Fort Lauderdale, comi só um Hot Dog e tomei um café, e segui viagem. Depois que passa Miami, ainda anda uns 100 km sobre o continente, e depois começam as ilhas, uma atrás da outra (todas com "Key" no nome). Clima de praia, lojas, restaurantes, barcos, pranchas, carros, tudo focado só em praias. A estrada é um show a parte, tem que andar devagar, tem horas que não pode ultrapassar, e tocar a 72 km/h (45 milhas), algumas a 97 km/h. O oceano, fica azul-esverdeado, pois já é o mar do Caribe. Muito legal! Rodei assim, o tempo meio encoberto, com mar dos dois lados, e várias pontes, algumas com mais de 12 km, por 160 km mais ou menos, até chegar no final, que é Key West. Cheguei eram 17:00 hs. Antes um pouco parei pra comer um lanche, e aproveitei e reservei um hotel pelo Booking (Seascape Inn US$185,00/apto duplo). Hotel caro, mais de R$ 600,00/diária, mas bem no centro da cidade, na verdade uma Guest House, muito bem arrumada, uma casa antiga. Fica a 50 metros da Duval Street, a principal rua da cidade. Fiz o check-in, subi pro quarto, estacionei a moto na frente do hotel, pois não tinha estacionamento fechado. Engraçado são as galinhas/galos que tem na cidade! É cheio de galinha no meio da rua! kkkk! Depois fiquei sabendo que é uma tradição do tempo dos cubanos que viviam lá, e deixaram de propósito. Achei muito legal! Só tomei um banho e já saí pra rua, pois queria comprar algumas coisas, e jantar, comer bem, depois de 2 dias comendo só lanches! Fui em um restaurante chamado "Martins" e comi uma bela de uma lagosta, acompanhada por uma cerveja que nunca havia visto antes, nem lembro o nome agora. Depois dei umas voltas na rua, comprei uns charutos (tem de monte lá, pois fica muito perto de Cuba), e fui de volta pro hotel dormir. A cidade de Key West à noite é um show a parte! Tem que ir lá pra dormir e curtir a cidade, pois tem um monte de bares, restaurantes, muita gente na rua. Muito legal mesmo!









Dia 25: Key West a Miami/FL- 245 km
Não sei porque mas dormi meio mal, acordei várias vezes durante a noite... Levantei as 6:30 e consegui sair do hotel quase 8 da manhã, e sem café da manhã! Dei uma volta de moto dentro da cidade, e fui até o marco que mostra o ponto mais ao Sul dos USA, tirar umas fotos. Depois segui o caminho de volta, o mesmo de ontem, só que hoje fez sol e o mar mais bonito. Parei algumas vezes pra tirar algumas fotos, e quase no final, já com fome, parei pra comer um sanduíche de peixe, que o anúncio falava que era o melhor do mundo! rsrsrs...
Estava muito bom mesmo! Engraçado que aqui nos USA, quase ninguém dá bola pra gente, não perguntam nada... Muito raro alguém perguntar da onde é e o que está fazendo... Hoje me perguntaram, e ontem também, mas é raro. Ficam muito admirados quando falo que vim até aqui rodando, de moto... kkkk!
Segui até o escritório da Cargo Quest, do amigo Celso, que é amigo do amigo do Celinho... rsrsrs... Em menos de meia hora, estava tudo organizado, os documentos... Bem diferente do Brasil, né?! Depois fui arrumar a moto, tirar GPS, guardar as coisas, abaixar a bolha, ver o que ia levar e o que ia ficar na moto. Me arrumei, troquei de roupa, chamei um Uber, e fui para o aeroporto alugar um carro. À tarde fui no Walmart comprar uma mala pra colocar as coisas dentro (mais uma mala em casa!), comprei umas comidas, reservei um hotel, dei uma passada no Best Buy, e agora estou aqui, me preparando para embarcar amanhã à tarde. Mas isto se der certo, pois me parece que deu um problema no vôo, remarcaram a minha passagem, sem eu saber, pois o pessoal de Jardim resolveu ficar até quarta-feira, e acabaram confundindo o meu nome com o do Xará (Marcio Monteiro)... Amanhã vou lá ver se consigo arrumar isto, e embarcar. Vamos ver! O Nelson, MM e Admilson estão chegando perto, já estão na Flórida, perto de Daytona. Devem chegar aqui amanhã final do dia.
Depois quero fazer as considerações finais da viagem, de cada etapa, de cada país, os prós e os contras, etc... Fiquem ligados, que ainda vai ter mais postagem! Hoje o amigo Glauco saiu de Campo Grande, sozinho, de Harley, pra vir até aqui nos USA... Corajoso! O blog vai servir de guia pra ele, com certeza! O bom é isso, conseguira ajudar os amigos nas viagens! Um abraço e continuem ligados!


Chegando em Key West ontem.


Cerveja que achei por lá, muito boa!


Centro de Key West

Ponto mais ao sul dos USA!

Olha a cor do mar!



Almoçando hoje...

Obra de um artista local, na beira da estrada...

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Enfrentando o inverno dos USA...

Dia 23: Pearl River/LA a Ormond Beach/FL - 930 km
Acordei as 6:00 hs, me arrumei, tomei o café, e fui mexer com o micro, pagar umas contas e responder uns e-mails... Lá fora marcando 3 graus de madrugada, e 6 quando amanheceu... Fui na moto pegar a segunda pele, vou ter que colocar! Me arrumei, com todas as peles possíveis, e saí. Rodei uns 250 km, e a temperatura não subia! Firmou nos 6-7 graus e não saia disso... Estava usando a segunda pele "power" que sempre segura bem, até perto de zero grau, mas não estava sendo suficiente. Tive que parar, na divisa com a Flórida, aproveitei para tomar um café e ir no banheiro, já havia rodado uns 250 km mais ou menos, estava perto de Pensacola/FL. Parece que o vento do inverno daqui é diferente, é cortante, um frio diferente... Coloquei a capa de chuva por cima da roupa, e melhorou bem. Agora sim! Rodei mais uns 100 km e parei para abastecer, com 350 km rodados. A moto gastando muito, fazendo 15 km/litro, bem acima do normal da viagem (média da viagem está em 19). Deve ser o vento, pois só estou colocando gasolina Premium, com 92 octanas ou até acima (US$2,95 a 3,00/galão com 3,78 litros). Tomei só um chocolate quente, banheiro, uma conversa com um motociclista que parou e me perguntou da viagem, e vazei! Fiz outra tocada de 350 km, e parei para abastecer e comer alguma coisa, pois bateu a fome. Aqui os postos todos sempre tem algum restaurante ao lado, tudo é integrado e funciona bem, é perfeito! Neste que eu parei tinha um Burguer King integrado com a loja do posto. Comi um lanche, tomei um café, e continuei para finalizar os últimos 200 km da viagem. O GPS havia recalculado (antes estava marcando 290 km), e me mandou para o interior, por estradas vicinais. Eu até gosto mais, rodei uma meia hora com sol, mas depois escureceu, e segui por aquelas estradas com mão dupla, cheia de carros, até chegar no meu destino... Foi legal, apesar de estar à noite, o asfalto é muito bom, e ando devagar, não ultrapasso 100 km/h. A temperatura chegou nos 15 graus, e depois voltou para 10 quando cheguei aqui em Daytona, ou melhor em Ormond Beach, que fica ao lado de Daytona. Na última parada reservei um hotel pela internet do posto, pelo Booking, achei um com preço bom e bem localizado, ao lado da praia, por R$250,00 o que é uma pexincha em se tratando daqui... Amanhã quero tirar umas fotos aqui em Daytona, a Meca dos encontros de motos, o maior do mundo, já vim aqui em 2008 com amigos, é realmente contagiante! Amanhã quero chegar em Key West, conhecer finalmente a estrada que vai pra lá... Abraços a todos!
Microtel de Pearl River, hoje de manhã: 6 graus!

Hoje atravessei 3 estados: Lousiana, Alabama e Florida!

Minha protetora!

Close da companheira fiel!

Recepção chegando na Flórida, estrutura de dar inveja!

Lá dentro tem de tudo!

Os caras são organizados!


Cerveja muito boa daqui da Flórida!

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Rumo a Miami! Agora solo...

Dia 22: Houston a Pearl River - 600 km
Hoje acordamos mais tarde um pouco, as 7 da manhã, pois a concessionária Gulf Coast BMW só abre as 9:00 hs da manhã. Desci, tomei o meu café, trabalhei um pouco, e fomos arrumar pra sair do hotel, de mala e cuia. Chegamos na cc às 8:57 hs! Os funcionários estavam organizando as motos, abrindo tudo, e mandaram parar as motos na entrada da loja. Fui lá, expliquei para o Nick, o encarregado da oficina (Service), o que eu precisava: Revisão de 30 mil km, troca de pneu (Heidenau K60 Scout traseiro, troca da bateria, troca da buzina, troca de algumas peças da bolha que tricaram com o transporte das motos em Bogotá, etc... Fiz um cadastro lá, e às 10 hs eles me chamaram para levar a moto lá pra dentro. O Renato, amigo do Guy, logo chegou lá, e ficou conversando com a gente. O Guy vai deixar a moto em Houston, e em junho deve voltar pra pegar a irmos juntos até o Alaska. Então não tem tanta pressa assim, pra fazer a revisão, a pressa maior é minha mesmo... Fui lá na oficina ver a moto, e fui expulso pelo mecânico, um senhor com cara de poucos amigos... rsrsrs... Saí de fininho e fiquei esperando na recepção. Acabei comprando algumas "porcarias" de moto (luvas, camiseta, etc...) e algumas encomendas dos amigos. Acabei também comprando um Top Case original da BMW, que ainda não tenho, pois achei o preço interessante. Ás 12:30 hs fui almoçar ali do lado, um lanche na verdade, e as 13 hs voltei. Às 13:40 hs ele entregou a moto totalmente pronta! A revisão, com o pneu e a bateria, ficou em cerca de US$ 800,00. Tive que pagar a bateria nova. Se fosse somente a revisão, ficaria em cerca de US$ 400,00 tudo. Não é caro, igual ao Brasil mesmo...
Paguei, carreguei a moto, e saí de lá quase 14 hs, rumo a Beaumont/New Orleans, a cerca de 580 km. A saída da cidade, sem um GPS, seria impossível! Houston tem quase 6 milhões de habitantes, é muito grande! Mas deu tudo certo, fui saindo, pegando as rodovias, viadutos, troncos e mais troncos de estradas, até a rodovia para o sul, rumo a New Orleans. Na verdade o meu objetivo seria Slidell. Rodei direto por quase 340 km sem parar, pois o clima estava bom (18/19 graus), e a estrada muito boa, sem movimento grande. Parei para abastecer em Lafayete, comi alguma coisa, tomei um café, e continuei a rota. Esfriou bem quando escureceu, foi para 14 graus, e logo chegou nos 9-11 graus! Ainda bem que tinha colocado a capa, e ficou bom, conforto térmico legal! Cheguei em Pearl River (local do hotel que tinha reservado, Microtel Inn & Suites, US$55/apto individual), ás 20:30 hs mais ou menos. Bem ao lado do hotel tem um posto, abasteci e comprei algumas coisas pra comer, tem um Subway lá também, foi acertado! Agora é descansar que amanhã a pegada é de 1.000 km ou mais! Boraaaaaa! A turma de Jardim (MM, Nerso "Garropinto" e Recruta Zero 2 (agora promovido a sargento), estão perto de Lubbock, passando um friozinho básico, e amanhã já devem iniciar o retorno a Miami. Estão todos bem!
Abraços!
Almoço de hoje!

Despedida do amigo Guy


Gulf Coast BMW de Houston, bastante motos!

Painel das GSA 2018! Mudou bastante, mas não substitui o GPS!


Olha o tamanho das lanternas!
Agora virou um Bi-trem! E o Ted Bear Enduro junto! kkk

Olha ele ai!

Parada perto de Lafayete para abastecer, comer e colocar a capa... Frio!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Primeiro dia nos USA!

Dia 21: Laredo/TX a Houston/TX - 620 km
Ontem comemos uma comida típica americana, pedimos por telefone mesmo, comida chinesa com gosto de isopor com temperos... Pedi um frango xadrez e o Guy uma carne com brócolis. Acabou que deu um "piriri" no meu amigo, na madrugada, e ele teve que frequentar o "baño"... Coisas da viagem... Levantamos as 6 da manhã, e saímos do hotel já passado das 7, sem tomar café, pois era à parte, e muito ruim! A moto do Guy deu problema na embreagem de novo, e teve que ir engatando no "tempo" como se diz. Estava bem frio, cerca de 8 graus, e com muito vento. Um frio diferente do México, que mesmo com 3 graus ontem, hoje parecia mais frio, acho que devido ao vento norte. Logo após Laredo uns 15 km tem outro posto de parada e eles pediram o passaporte. O guarda foi muito amigável, perguntou da viagem, do frio, etc... Sem problema algum, nem abriram as malas nem nada. Até agora está muito tranquilo tanto entrar quando rodar por aqui. É exatamente como já sabíamos, se você não fazer nada errado, ninguém te incomoda nem para hora nenhuma! Mas experimenta fazer arte pra ver?! rsrsrs...
Paramos pra tomar o nosso "breakfast" (agora em inglês, né?!), em um restaurante típico aqui do Texas, feito todo de madeira, com cabeças de animais nas paredes, e muita gente de origem Mexicana. Todos se cumprimentando, e também a gente, pareciam amigos. Foi legal, comemos ovos fritos com bacon, torradas, batata, e café com leite. A minha moto quase "rateou" pra pegar de novo... Vai ter que trocar a bateria mesmo! Faço isso amanhã cedo! Seguimos pela estrada, toda em pista dupla, só retas e mais retas, velocidade máxima de 120 km/h. Paramos uns 180 km depois, para abastecer, e depois paramos de novo a uns 170 km, agora para o lunch, almoço mesmo. Abastecemos, nós mesmos, naquele esquema de ir no caixa do posto, pagar adiantado, a mulher libera a bomba que você está parado, abastece, e se tiver troco você volta lá pra pegar. Tranquilo! A melhor gasolina daqui, a premium, 92 octanas, está custando de US$2,90 a US$3,06 o galão (1 galão = 3,785 litros). As motos gastaram MUITO de Laredo em diante, fazendo cerca de 15 a 16 km/litro. Estavam fazendo 20 km/litro antes. Só pode ser o vento contra, pois a velocidade é a mesma. Só pode...
Almoçamos em uma Steakhouse, um Ribeye muito bom, a draga humana Guy de Ferran já estava esfomeado, diz ele que por causa do frio... Pensa no come-come... kkkk! Almoçamos, tomamos um café, e saímos, agora pra chegar em Houston, pois faltavam só 190 km. Chegamos em Houston, eu já tinha colocado o endereço da concessionária BMW (Gulf Coast), e fomos direto lá. Demos uma "volta" por fora da cidade de cerca de 70 km, pra ter uma idéia do tamanho da cidade! É muito grande! Mas aí foi um banho de água fria, pois chegamos na cc, e estava fechada! Não abre as segunda-feiras! Fazer o que, né?! Agora, viemos para um hotel, eu tenho um monte de pendências para entregar na empresa, responder e-mails, fazer pagamentos, etc... Foi até bom... Amanhã cedo estarei lá, pois saio para o sul, com destino a Miami, sozinho, de agora em diante. O Guy embarca daqui para Miami, e de lá para o Brasil na quarta. Eu sigo até Miami, e embarco no sábado pra casa.
O trio parada dura (MM "Xará", Nersão "Tracajá", e Admilson "Zero Dois", atravessaram hoje a divisa México/USA, e já estão indo rumo a Amarillo/Adrian, que é o destino deles, aonde o Nerso vai amarrar o umbigo dele, só pode... rsrsrs... Está indo tudo bem!
Amanhã conto as novidades, se der tempo... Abraços!

Steakhouse "Roberts" deve ser de algum parente... rsrsr... Muito boa!

Ribeye top!

Olha ele ai! Esse é o cara! Meu amigo...

domingo, 21 de janeiro de 2018

Cruzando o México

Dia 19: Coatzacoalcos/MX a Querétaro/MX– 830 km
A cidade de Coatzacoalcos (Nem sei como se fala isso... rsrsrs), é grande, fica no Golfo do México, e tem fama de ser perigosa, controlada por grupos que atuam com o Narcotráfico. Não gostei nem um pouco da cidade, as ruas esburacadas (Pior que Campo Grande!), bagunça pra todo lado e muita sujeira. Ficamos em um hotel bom, o Holliday Inn (US$56,00/apto duplo), e acordamos cedo, 5 da manhã, pra sair logo após o café, que começa às 6:00 hs. Estava ventando muito, parecendo que ia chover. Aqui amanhece as 7:00 hs. Saímos, e logo o Xará me falou que o pneu dele tinha murchado novamente, e que teria que encher. Fomos atrás de um posto, e achamos um logo à frente. Pra sair da cidade, foi bem mais fácil do que entrar, e logo estávamos na rodovia, pista dupla, rumo ao norte/centro (Querétaro). Na primeira parada que fiz, a uns 180 km à frente, que seria para o Guy abastecer, tomarmos um café e irmos no “baño” o Nersão já me disse indo pro banheiro que iria para Vera Cruz fazer a revisão na moto, pois todos nós estávamos com a quilometragem estourada, já tínhamos passado dos 10 mil km. Pra mim isto não representa nada, já passei um pouco dos 10 mil km sem problema. Só que das 5 motos, 3 ainda estão na garantia dos 2 anos, e por isso, é bom não passar de 1.000 km acima dos 10 mil a cada intervalo de revisão, no caso das motos da BMW, que são as nossas. Isto mudava todo o programa do dia, já que tínhamos que entrar à direita, andar mais 60 km até Vera Cruz, era sábado, 10 da manhã, não havíamos agendado nada, 5 motos de uma só vez... E o programa de irmos a Querétaro visitar a tia do Guy já ia por água abaixo também... Rodei uns km, e antes de entrarmos a direita sentido Vera Cruz, parei, desci da moto e conversei com o grupo, o MM e o Guy, que eu iria acompanhar o Guy até Querétaro, e que eles poderiam ir até Vera Cruz tentar a revisão, e depois seguiriam atrás da gente, rodando o que desse, ideal seria Puebla, na nossa rota, só que umas 3 horas antes. E assim foi... Eu e o Guy, que estávamos já sem $$$ local algum, paramos em Córdoba atrás de uma casa de câmbio. Logo vi um banco (Azteca), e com anuncio que trocava dólar. Paramos lá e fizemos cada um US$300,00 em pesos. Tinha um cara na fila do banco, que nos disse pra não ficar dando sopa com este dinheiro todo por ali, pois tem perigo alto de assalto... Saímos as pressas, montamos nas motos e “vazamos”... Paramos pra abastecer e já almoçamos uma pizza com suco, pois já era perto do meio dia. E dali rumamos para a tal de Querétaro... A rodovia, toda duplicada, tem partes muito ruins, tem partes muito boas e tem partes em construção, padrão americano, com 30 cm de concreto sobre o asfalto velho... Pra nunca mais estragar! Só que tem muito pedágios, alguns de até $95 pesos por moto, cerca de R$19,00 mais ou menos... A cada 100 km mais ou menos tem uma praça de pedágio, e quem for passar por aqui pode deixar separado uns $1.000,00 pesos Mexicanos por moto de sul a norte do México, que vai mesmo... Para efeito de controle, 1 dólar = $17,40 pesos. Subimos, fomos a 2,5 mil metros mais ou menos, e ficamos sobre este altiplano até quase sair do México, perto de Monterrey. Passamos por 2 vulcões, e muitas montanhas. A estrada passa por várias cidades, por fora delas, sempre, e algumas curvas apareceram nesta região dos vulcões. Mas tem muito caminhão, do tipo “Freghtliner” um caminhão estilo americano, muito grande e barulhento, aliás vimos destes caminhões desde o Equador, só que no México tem aos montes. O transporte de cargas no México pelo jeito é igual no Brasil, quase todo feito por caminhões. Achei o México muito parecido o Brasil. Muito parecido mesmo! Só que melhor, mais bem estruturado. Chegamos em Querétaro às 17:30 hs, sol alto ainda, e vimos uma bela de uma cidade, com cerca de 1 milhão de habitantes, muito bonita, limpa e organizada. Como sempre faço, abastecemos, e fomos procurar um hotel por perto. Nos perdemos dentro da cidade, e acabei pegando o primeiro que apareceu em uma avenida, que na verdade é a rodovia que vamos sair no outro dia, acabou dando certo... (Domus Hotel, US$84,00/apto duplo com desayuno e garagem fechada). Nos arrumamos, e às 8:00 hs a Jaqueline, tia do Guy, com o Jesus, o marido dela, foi nos buscar para jantarmos fora. Fomos em um restaurante de carnes argentino, tomamos um bom Catena Zapata, e comemos a melhor carne da viagem! E ainda o Guy pagou a conta! Olha que coisa boa! Kkkkk! Bom demais, conversamos muito, a tia do Guy é muito gente boa, fala português fluente, pois morou muito tempo no Brasil, e sabe de tudo por aqui. Nos explicou bastante coisa dos costumes locais, geografia, população indígena, zoneamento do país, narcotráfico, etc... Saímos do restaurante já passado das 22 hs e ainda fomos dar um passeio na cidade, tem um aqueduto de uns 400 anos, e tem uma parte colonial, bem antiga também. Muito legal a cidade! Fomos dormir tarde, nem tive forças pra mexer com o blog, por isso estou fazendo hoje... rsrsrs... Apaguei sem ver nada, sono dos melhores! No outro dia, nosso desafio era chegar nos USA, passar pela aduana, depois de rodar mais de 900 km. Vamos lá!


Dia 20: Querétaro/MX a Laredo/TX– 940 km
Acordamos as 6 da manhã, arrumamos tudo, deixamos as motos na frente do hotel, tomamos café “de pé” e saímos de lá exatamente as 7 da manhã. O Guy “Maju Coutinho” tinha falado que ia fazer 7 graus na cidade, e por sorte eu coloquei a capa de chuva sobre a jaqueta, e a luva para frio... Rapaize... Pegamos a temperatura mais baixa de toda a viagem, chegou a marcar zero grau no painel da moto, e ficou em 3 a 4 graus por mais de uma hora. Foi esquentar um pouco lá penas 9 da manhã ou mais, parando em 15 graus. Muito frio! Rodamos sobre a “mesa” a 2 mil metros mais ou menos, por quase todo o dia. Paramos pra abastecer a cada 250 km, e na segunda parada almoçamos em um “Parador”, comida por quilo, um cordeiro assado muito bom, com legumes e salada. Seguimos até Monterrey, uma grande cidade, e fizemos a ultima abastecida para entrar nos USA, já em Nuevo Laredo, na divisa. A estrada, toda duplicada também, como no dia anterior. Só que hoje atravessamos o deserto, em uma vegetação totalmente diferente de ontem, cidades desérticas, no meio do nada. No final do dia chegou a fazer 29 graus, na maior amplitude de temperatura da viagem... Coisa do deserto, só pode! Chegamos na aduana, bem desconfiados, tinha uma fila de uns 2 km de carros, e sem saber aonde entrar, de cara já errei, pegando um atalho somente para carros credenciados... Como tinha guardrail dos dois lados, voltei pela contramão, pois de moto é fácil, só que a polícia de trânsito viu e me mandou parar logo à frente... Pegou os meus documentos, CNH e Docto da moto, e o guarda ficou me encarando... Pedi pra ele nos liberar, falei que não sabia da entrada, perguntei aonde faria a saída do México, e acho que ele ficou com dó da gente e nos liberou sem multar... rsrsrs... Graças a Deus! Fomos pelo caminho certo agora, que o guarda ensinou e fizemos a saída do México, recebemos de volta os US$400,00 que havíamos dado de garantia na entrada, na quinta-feira, trocamos todos os pesos por dólares de volta, e carimbamos o passaporte com a saída do país. Depois fomos lá encarar a fila de carros. Entramos na fila, tinha umas 4 ou 5 filas, e entrei na menor, da direita, que andava mais rápido. Alguns vendedores ambulantes me falaram que motos poderiam “furar” a fila e ir por fora. Mas o Guy achou melhor não irmos, e fomos pela fila da direita mesmo, a que ia mais rápido. Logo à frente, teve que pagar US$ 1,60 por moto/carro de não sei o que... Mas paguei com o restante de moedas mexicanas que havia no meu saco de guidão da moto. Rodamos um pouco na fila, e acabei pegando pela esquerda, por fora da fila, pois me pareceu que era o correto, para motos. Deu certo, e logo fomos atendidos, na aduana que mais nos meteram medo e disseram que iria demorar mais, foi justamente a que menos demorou, menos de 2 horas para sairmos já dentro dos USA! Não tem aduana aqui, só a imigração. A moto, eles nem querem saber, não fazem controle algum! Já tinham me falado isso antes, e eu perguntei se não teria algum papel da entrada da moto no país, e eles me disseram que não...
Bem, pessoal, só sei que estamos aqui, no último país da nossa viagem, o nosso objetivo final, os Estados Unidos da América! Ainda falta uma semana para concluir a viagem até Miami, mas não teremos mais aduanas! O restante do grupo, o Nersão, MM e o Zero 2, estão vindo aí! Ontem fizeram a revisão das motos deles em Vera Cruz, deu certo, trocaram até pneu lá, e dormiram em Pueblas. Hoje, tocaram bem, e estão em Monterrey, a 200 km daqui da fronteira. Amanhã vão fazer a aduana, e entrar nos USA, mas devem pegar para o centro do Texas, pois o Nerso sismou que tem que ir no meio da R66 enterrar o umbigo lá, e depois voltam para o lado de Miami. O grupo vai esparramar, o Guy deve embarcar na terça/quarta de avião para o Brasil, eu sigo solo até Miami, e chego lá na quinta. E o grupo de Jardim devem embarcar só dia 30/01 de volta pra casa. Mas o importante é que todos estão bem e realizando os seus objetivos. O meu objetivo e o do Guy é fazer o Alaska em julho, concluindo esta primeira etapa da viagem. Ainda não acabou... Amanhã é dia de irmos até Houston, eu e o Guy, e fazermos a revisão nas nossas motos, que já está passando da hora! As coitadas estão precisando de um agrado! Vou seguir atualizando o blog até o embarque para o Brasil, no sábado.
Continuem conosco! Abraços!
Rede de apoio nas estradas aqui do México, tem em todo canto... Muito boa!

Ao fundo os dois vulcões na estrada entre Vera Cruz e Queretaro

Estrada entre Queretaro e Monterrey

Parada para o almoço...


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Entramos no México!!

Dia 18: Isla de Flores/GT a Coatzacoalcos/MX - 630 km
Acordamos cedo, as 5 da manhã, arrumamos tudo, tomamos café (Pago à parte, $45 Guatemala), e saímos as 7:20 da manhã da cidade. A minha moto, com chance real de acabar a bateria a qualquer hora, sempre tem aquela emoção quando vai dar a partida. Tiramos algumas fotos da ilha, eu e o Guy. O Xará procurando um posto pra calibrar o pneu dele, que está murchando. E fomos... Erramos a primeira saída, o GPS nos levou por uma estrada de terra, com barro. Depois acertamos. A estradinha cheia de curvas, e a cada 15 km uma vila... Não rende muito. Rodamos uns 150 km, dos 180 até a divisa, e eu parei em um posto, para abastecermos antes de atravessar para o México, e gastarmos o resto de moedas da Guatemala que ainda tínhamos. Rodamos mais 30 km e chegamos na divisa, em El Ceibo. Quero aqui fazer uma homenagem ao meu querido amigo Givaldo Tenório, que já se foi e que temos tantas saudades! O meu amigo, você faz falta! Fizemos a saída da Guatemala, na Imigração e na Aduana. Depois fomos para o México. Fumigação ($65,00 pesos), imigração, e depois aduana. Fizemos um câmbio dólares/Pesos (1/16), e fomos para a aduana. Até então estava as mil maravilhas, não gastamos meia hora nisto tudo. Mas, quando foi na aduana... Só tinha um cara lá, e gastou meia hora pra fazer a aduana de cada um de nós! Pagamos US$460,00 cada um, de garantia da moto, mais a taxa pra entrar no México. Quando sairmos do país, receberemos de volta os US$400,00. Temos até o dia 25/01 pra sair. Gastamos 3,5 horas lá, por causa desta aduana demorada. Saímos, por uma estrada de pista simples, sem acostamento, muito parecido alguns lugares do Brasil, que eu conheço bem... Gado Nelore, fazendas, currais, pastagens, o México lembra muito o Brasil em vários aspectos, pelo menos nesta província de Tabasco, que entramos. Gostei do país! Muito policiamento nas estradas, mas não nos pararam hora nenhuma. Seguimos por uns 150 km, e paramos pra abastecer e comer alguma coisa. Depois pegamos uma pista dupla, e seguimos até depois de Villa Hermosa, que é aonde paramos pra dormir, uma cidade enorme, com muito movimento, asfalto muito ruim, no litoral do Golfo do México. Paramos na rede Oxxo pra abastecer novamente, e pegamos o Holiday Inn novamente, pois apareceu com preço bom, e já sabemos da qualidade deste hotel. Estamos aqui, jantamos aqui mesmo, tomamos umas tequilas. Amanhã vamos a Querétalo ver a tia do Guy que mora aqui, e depois vamos aos USA no domingo! Bora Boraaaaa! Abraços!
Tamo na cola do Renan & Celin!



Homenagem ao meu amigo Givaldo!

Primeiro "almoço" no México!

Pensa na cerveja TOP!


Quem sou eu

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
51 anos, casado, zootecnista, empresário, carnívoro convicto e motociclista.