sexta-feira, 1 de março de 2024

Bolívia e Peru 2024 - inicio e fim de uma viagem de moto...

Após quase 1 ano da última viagem de moto (abril de 2023), fechamos a data para a próxima aventura, de 28/Fev e 13/Março de 2024. A turma estava muito grande (8), e como resolvi não viajar mais em grupos grandes, acima de 3 a 4, e preciso voltar antes, saímos 3 dias antes do time feminino e bebuns (Nerso, Girso, Guilleme, Gygy e Gazela) rsrsrs... Eu, Max fivelinha e Binho fomos antes (time masculino). Essa é a idéia, até porque rende mais a viagem e facilita pra todo mundo. As rotas são parecidas (Sair do Brasil pelo Paraguai (Porto Murtinho), já conhecer a tal da estrada Bioceânica, até Filadelfia. Depois entramos na Bolívia por Villamontes, Tarija, Uyuni, Oruro, e entramos no Peru por Puno, depois Cusco, Ollantaytambo, Machu Picchu, Abancay, Canions, etc... Nós 3 vamos visitar apenas o Perú e voltamos pela Bolívia mesmo. O grupo fêmea, depois de visitar Machu Picchu, vai descer até o Chile, e voltar pela Argentina, o Gygy como guia, quer ir lá ver a mão do deserto, tá certo, e pau na máquina!
Perdi eu acho 90% da vontade de andar de moto, de um tempo pra cá (uns 2 anos), e devo ficar bem mais seletivo, indo a lugares que já fui novamente mas com outras pessoas ou com outro foco. São as fases da vida, focos diferentes, novos desafios. Vamos mudando, mas andar de moto ainda é uma das coisas que mais gosto de fazer, que fiz nos últimos 15 a 20 anos, e que ainda me dá muitas alegrias, além das amizades sempre muito boas. E bora boraaaaaaaa!!
Nos últimos 2 a 3 anos, o corpo começou a reclamar a idade, acima de 50 anos, com algumas dores, coluna, ombro, perna, manguito, e isso não acaba... Será a idade mesmo? Bora pra academia e enfrentar isso então! Após emagrecer mais de 20 kg na Low Carb, o meu desafio agora é perder mais 10 kg, mas sem perder massa magra e força. Ai que é o desafio! Digo isso, pois no contexto de andar de moto, passei a ficar mais cuidadoso e menos corajoso com os desafios... Acho que é da idade mesmo!
Malas arrumadas, motos revisadas, pneus e baterias trocadas, bora subir a cordilheira novamente!

Dia 1 - 28/02/2024: Campo Grande/MS a Filadelfia/PY - 760 km
Saímos bem cedo, acordei as 4 da manhã, e as 5 o Max chegou lá em casa. Tomamos um café, e exatamente as 5:30 saímos rumo a Jardim, nossa primeira parada para abastecer e encontrar o Euclides, mais conhecido como Binho. Ai o Max: "Tenho que abastecer e calibrar os pneus da moto!" vamos parar em Sidrolândia então... E ai fomos! Lembrando que o ideal é sempre deixar tudo pronto, moto abastecida e pronta, no dia anterior. Uma regra de ouro: Sempre que chegar em alguma cidade, abasteça a moto na chegada, e deixe pronto para o dia seguinte! Vc ganha tempo e não precisa colocar e tirar capacete, luva, jaqueta, etc... Estrada boa e com pouco movimento, uns 24-25 graus, a vantagem de sair cedo é essa. Chegamos em Jardim as 8 da manhã, e o Binho não estava lá. Abastecemos, fui ao banheiro e tomar um café, e logo ele chegou. Conversamos um pouco e saimos de Jardim as 8:30 mais ou menos. A estrada pra Porto Murtinho tem bastante buraco, e não dá pra tocar igual a outra. Aliás a nossa tocada média sempre de 125-130 no máximo. Chegamos em Porto Murtinho era 10:15 por ai, fomos abastecer, e depois fomos no porto pegar a tal da balsa para Carmelo Peralta. Demoramos um pouco pra achar o lugar da balsa, que não estava lá. Demorou quase 1 hora e meia pra ela chegar de volta, e ficamos lá esperando. O preço por moto, é de R$10 mas só se tiver carro junto. Se não tiver carro, tem que pagar R$150 no total (R$50/moto). E assim foi feito. Quase chegando do outro lado, a balsa parou de repente, acabou o diesel, entrou ar, e demorou mais um pouco. Nisso já era meio dia e pouco. Chegamos no lado paraguaio, fomos direto na imigração, mas não tinha ninguém lá, a pessoa estava almoçando... Logo ela chegou, carimbou os passaportes, e saímos de Carmelo Peralta umas 14 hs horario do PY (1 hora a mais do que no BR). Nisso, ESQUECEMOS DE FAZER CÂMBIO DE GUARANI e de almoçar tbm, já que o calor estava muito forte. Tocamos naquela estrada deserta, nova, asfalto impecável, só retas, por uns 170 km mais ou menos e paramos para tomar água em um mercadinho que tinha na beira da estrada. A dona fez um câmbio pra mim de US$10 e comemos uns sanduíches, empanadas e tomamos umas águas. Nos salvou. Seguimos em frente, até Loma Plata, 290 km depois de Carmelo Peralta, uma cidade muito boa e organizada, achei melhor até do que Filadelfia. Após 22 km chegamos em Filadélfia, fomos direto para o hotel FLORIDA, o melhor da cidade, que tem piscina, o que é bom demais. Lembrando que de Carmelo Peralta até Loma Plata são 285 km, e SEM POSTO DE ABASTECIMENTO! Fizemos o check-in no hotel e fomos pra piscina refrescar um pouco. Na janta, ficamos por ali mesmo no hotel, tem restaurante bom, muitos brasileiros a trabalho. Esta região do Chaco está crescendo muito, cidade boa, muita agricultura e pecuária, na cidade dos Menonitas, que lembra muito uma cidade americana, aonde o trabalho é a maior virtude, povo organizado e que está sempre prosperando, mesmo em uma região de difícil acesso e longe como essa! Lugar muito bom!
Dia 2 - 29/02/2024 - Filadelfia a Tarija - 640 km - Será???
Acordamos as 6 da manhã, tomamos um café no hotel, e como não tinhamos feito câmbio de reais para guarani no dia anterior, fomos em uma casa de câmbio (na verdade um banco), perto do hotel, à pé mesmo, pra trocar uns guaranis (dólar em guarani, conversão 7.200). Trocamos US$150 para guarani, deu um mundo de dinheiro ($G 1.080), e fomos pagar o hotel, janta e tudo. Arrumamos as coisas, e saímos do hotel mais ou menos umas 8 da manhã. Tarde! Ainda paramos para abastecer, pois não tinhamos dinheiro para abastecer no outro dia! Acabamos saindo de Filadelfia era mais de 8:30 da manhã. O calor já começando, rumamos sentido Mariscal Estigarribia, que fica a uns 80 km de lá, abastecemos e tomamos mais um café e água. Ai rumamos para a fronteira com a Bolívia (Mayor Infante Rivarola), aonde fica a aduana boliviana. Antes passamos por La Patria, que tbm tem posto de combustível. Então, DE FILADELFIA até a fronteira com a Bolívia, são uns 300 km, mas tem posto para abastecimento tranquilo, até na aduana tem um posto, que é melhor encher sempre o tanque, pois na Bolívia é bem mais caro, e as vezes eles dificultam o abastecimento para estrangeiros. Chegamos na aduana era mais ou menos 11:30 horas, abastecemos, e não tinha nada pra comer lá! Só tomamos uma água mesmo e fomos fazer a aduana. Aliás a aduana me surpreendeu! Tinha passado por ali em outubro de 2022, e não tinha nada! Baita de um prédio novo, muito arrumado, atendimento bom e rápido, pois estava vazio! Mesmo assim, foi quase 1 hora pra passarmos. O Max, que a moto não está no nome dele, foi mais enrolado, mas deu tudo certo. Ali mesmo já fizemos câmbio de todo o guarani que sobrou, e mais US$400 em pesos bolivianos (cambio de 7,50), para pagar as despesas em pesos. Seguimos para Villamontes, que fica a 120 km dali. Tbm em 2022 quando passei ainda tinha uns 30 a 40 km de rípio, agora está tudo asfaltado, novinho! Olha a Bolívia! Chegamos em Villamontes umas 13 hs e pouco, e paramos para almoçar. Eu não quis almoçar, fui de Churrasquitos, e o Binho e o Max almoçaram em um lugar bem simples (BOL$ 10 cada um), mas estava bom. A gurizada e os motoboys cercaram as motos, com fotos e muita conversa. Dali fomos abastecer as motos (BOL $ 8,40 o litro, enquando os bolivianos pagam $3,40), o absurdo que o governo boliviano faz, cobrando mais que o dobro do valor, o combustível para os turistas e estrangeiros que vem passear no país deles... Vai entender! Saímos sentido a Tarija, já era passado das 14 hs horário local (horário de Brasília), pegando a direita no trevo da cidade, sentido El Angosto. Logo após uns 15 a 20 km de asfalto, começa a estrada de terra, beirando um rio (Picomayo), e começa uma cadeia de montanhas, beirando o rio, com precipícios, uma estrada turística chamada El Angosto (O estreito), muito bonita e diferente, só que tem que tomar cuidado, pois só passa um carro de cada vez, em algumas partes. A estrada estava com placa de INTERDITADA, mas era para os carros, moto passava, um cara que passou de moto nos falou, e seguimos. Realmente tinha um pessoal arrumando um desmoronamento na estrada, e carro não passava, as motos passaram bem apertadas! E curvas e mais curvas, por uns 20 km, até que passa por uma vila, e acabam as curvas, começando um rípio (cascalho), meio solto. E foi por ali, em uma curva, que a minha viagem acabou... Mas essa história eu conto depois, quando as coisas terminarem! Fui!

Quem sou eu

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
51 anos, casado, zootecnista, empresário, carnívoro convicto e motociclista.