Neste ultimo final de semana fiz uma viagem curta, de 1.800 km
ida e volta, para o interior de São Paulo, de moto, claro! Sai de casa na
sexta-feira e cheguei na segunda, embaixo de chuva torrencial.
Uma das coisas
que a grande maioria de amigos motociclistas evita – pelo menos os que eu conheço – é andar de moto com chuva, e confesso que quando acordei, na manhã de
sexta-feira, eu até pensei em ir de carro e deixar a moto na garagem... Mas passou rápido e logo depois resolvi encarar, e sai de casa
literalmente debaixo d’água, já devidamente bem equipado e preparado. O
engraçado é que, após a confirmação de que estava realmente bem protegido e não
ia me molhar, a pilotagem ficou muito boa e prazeirosa! A temperatura ambiente,
que uns dias atrás batia na casa dos 37 graus, com um calor insuportável, ficou
na casa dos 18 a 20 graus, pra mim a ideal para viajar de moto. Com uma música
no capacete, e uma tocada na faixa de 110/120, de boa, a viagem foi muito
bem. Quase meditando ou ainda "matutando" assuntos diversos comigo mesmo ali dentro do capacete, fiz uma bela de uma moto-terapia... Mas aonde eu parava, as pessoas perguntavam: “Andar de moto com este tempo é
ruim, né?” e eu concordava e com um pequeno sorriso respondia: “É. Mas
acostuma...” rsrsrs...
A máquina, um colosso chamado BMW R1200GS Adventure, que pra mim é muito melhor do que andar de carro, parecia não se importar com aquela água
toda, e andava até melhor, nesta tocada ela parece ronronar...
Engraçado também são as opiniões e
conselhos dos frentistas de postos e outras pessoas que conheci e conversei nas
paradas que fiz. Todas quase sempre pessimistas e um tanto exageradas! Um deles me disse que
deveria dar uma volta de 200 km a mais pra não passar no trecho entre Água
Clara e Três Lagoas, no MS, pois a estrada estava literalmente desmanchando, e
isto fora o perigo de cair em cima de mim toras de eucalipto dos treminhões que
infestam este trecho, transportando a matéria prima básica para as fábricas de celulose da Fíbria e Eldorado... Um outro me disse que havia tanta “panela” na rodovia, que
iria estourar a minha roda e pneu. Eu fiz que não ouvi, simplesmente segui adiante e passei o tão famigerado trecho, sem ver as
tais panelas (tem um pouco logo na saída, mas logo acabam), e nem as toras de
eucalipto na pista... Não tenho nada contra esta importante categoria de
trabalho, mas o tal do frentista de posto é um caso à parte! Já ouvi tanta
coisa, tantos exageros ou mesmo total desconhecimento, que nem parece que a pessoa mora ali
naquela cidade e conhece a região! Ou seja, se queremos seguir com a nossa viagem, não podemos
ouvir os conselhos negativos das pessoas...
Quanto a pilotagem, pra mim, o mais importante, principalmente na chuva, é a visão clara e total do ambiente que estamos trafegando. A visão da estrada, a visão do todo, você
precisa estar atento tanto para frente como para trás. Nas ultrapassagens, os
grandes caminhões e carros maiores soltam aquela neblina, ou “spread” de água,
que tira muito da visão do que vem pela frente nas ultrapassagens, e isto é um
perigo, pra mim o maior deles. Na verdade foi a única situação de risco que passei, por menor que seja. O resto é tomar cuidado, andar devagar, com
pneus novos e sempre atento.
Uma outra observação que eu quero fazer, é a respeito de
equipamentos, que é muito importante, e na chuva mais ainda. Só quem já sofreu
com um capacete embaçado em uma chuva, sabe do que eu estou falando... É por isso que ás vezes temos que pagar um pouco mais caro em coisa boa, pois quanto vale a sua vida??! A única
coisa que realmente evita do capacete embaçar na chuva ou no frio/neblina é
usar uma viseira dupla, ou pin-lock. Muitos capacetes já tem faz tempo, e
realmente vale a pena usar! Eu estou usando atualmente o Shoei Neotec, pra mim
o melhor capacete escamoteável que eu conheço. Recomendo! Em relação a roupa,
estou usando atualmente a jaqueta Badland, da marca americana KLIM, que garante 100% que
o piloto não vai se molhar, e realmente não molha! Impressionante, esta roupa
funciona muito bem! Sai e cheguei em casa totalmente seco, apesar de andar mais
de 1.000 km do total sob chuva intensa, sem colocar capa de chuva. Em 2015,
também usei esta roupa em uma viagem para a Carreteira Austral, pegamos chuva
por vários dias, e pude comprovar que realmente não entra água.
Enfim, pra quem tem medo ou receio de viajar de moto com
chuva, equipe-se e saia de casa, que vale a pena! Fiz uma ótima viagem, solo, e
pude curtir tanto a estrada quanto a moto, de maneira até melhor do que se não
estivesse chovendo. A única ressalva é a despesa pra lavar a moto e a roupa
quando cheguei em casa... Mas isto eu iria fazer de qualquer forma... E bora
viajar! Abraços!
Top....tbem gosto de viajae com chuva.....
ResponderExcluirMarcio otimas dicas. Estou programado a fazer ushuaia depois do dia 15/01/18 e com certeza irei ateavessar muitas chuvas. E pretendo por enquanto fazer a viagem solo. Pois nao vou mais viajar com programação antecipada. E as vezes nao achamos parceiros com esta proposta, pois sempre temos compromissos e prazos. Porem eu desta vez farei sem
ResponderExcluirMarcar nenhuma parada de pouso.
Grande abraço e novamente. Valeu as dicas. ������������