sábado, 13 de janeiro de 2018

Equador & Colômbia: Primeira etapa concluída!

Dia 10: Ibarra a Popoyan – 370 km – O PIOR DIA DA VIAGEM... EXISTE SIM COISA PIOR QUE AS ADUANAS DO BRASIL/BOLIVIA!
Os amigos MM, Nelson e Admilson, que estavam em Otovalo, a apenas 25 km de Ibarra, nos encontraram na praça da cidade, às 6:15 hs mais ou menos, ainda amanhecendo, como havíamos combinado. Temperatura fria, uns 15 graus, mas boa. Seguimos por uma estrada boa, como todas do Equador, até a divisa com a Colômbia, em Rumichaca/Epiales. Era por volta de 8:00 da manhã e estava lotada de gente. De cara já nos abordaram no meio da rua para fazermos câmbio e comprar o SOAT, o seguro contra terceiros da Colômbia. O câmbio fizemos logo, a $2.700 pesos colombianos por US$ 1,00 dólar americano. Fizemos em torno de US$400,00 mais ou menos, para 3 dias. O Guy pegou os documentos das nossas motos e foi fazer o SOAT, que nos custou $60 mil o que daria US$ 22,00 para 30 dias. O Nelson e o MM foram comer alguma coisa (Porco frito, arroz com frango, caldos, esse Nerso é um avestruz, come de tudo). E ali eu comecei a sentir que não estava muito bem, pois mesmo sem tomar café da manhã, não tinha fome alguma, e nem vontade de comer nada, a barriga acusava algum problema (o tal do piriri, como fiz o Guy...). Fiquei ruim o dia todo, até febre, deve ser a tal da virose! Tive que ir ajudar o Guy fazer o SOAT, pois faltou levar os passaportes, e enquanto isso pedi ao Nelson, MM e Admilson que já ficassem na fila de SAIDA do Equador, para depois irmos para as outras filas para ENTRAR na Colômbia. Logo voltamos com o SOAT pronto, e fomos encarar as “colas” (filas), intermináveis, que não andavam! Acho que ficamos quase 2 horas naquela fila ali, somente para carimbar o passaporte de saída... Depois pegamos as motos e fomos encarar a outra pedreira... Tinha uma fila para entrar em outro local, e pegar outra fila... Uma fila enorme para os estrangeiros, e outra menor para os colombianos... Bem, ficamos na fila dos estrangeiros por um tempo, e vimos que não andava! O Nerso, o espertão do grupo, foi lá dar uma olhada se tinha algum “jeitinho” de melhorar aquilo, e eu ruim demais, passando mal mesmo, fui atrás dele. E não é que pegamos a fila menor, e conseguimos entrar! Logo chamamos os outros amigos, e todos entraram também. Não havia controle algum. Mas ainda ficamos ali por mais de 2 horas, só para carimbar a entrada na Colômbia. Depois fomos para a aduana dar entrada nas motos, com cópias e mais cópias dos documentos, decalque do chassi das motos, e às 14:30 hs mais ou menos estávamos liberados, eu, o Guy e o MM. Eu estava muito mal, e sai na frente, com o Guy, com o objetivo de dormirmos em Popayan, a 250 km dali, mas sabia que seria um grande desafio, ainda mais do jeito que estava. Rodamos até depois de Pasto (uns 120 km, quase 2 horas), passando por uma serra muito bonita, aliás nem dá pra falar em Serra do Rio do Rastro, Serpente, etc... NÃO TEM COMPARAÇÃO, as serras aqui são muito maiores, e melhores, muito belas! Muita moto na estrada, brasileiros, colombianos, canadenses (havia um casal na aduana, descendo rumo ao Peru), etc... Só sei que andei até depois de Pasto, aos trancos e barrancos, com febre, dor de cabeça e ruim do estômago. Paramos em um “parador”, para irmos ao “baño” e comer alguma coisa, eu tomei uma coca-cola, e um coquetel motolov (Uma mistura de Dorflex, Floratil, estomazil, e Doril Enxaqueca), e saímos para tentar achar um hotel mais próximo, andar até perto de escurecer, pois ainda tínhamos uma hora e meia de sol. Só sei que o coquetel funcionou muito bem, fiquei zerado, e chegamos em Popayan (1.800 mts SNM), já escuro, as 19 hs mais ou menos... Pegamos uma serra danada, muita curva, muito caminhão, mas deu pra passar! Pegamos um hotel MUITO BOM (Hotel Monastério, $280.000 pesos colombianos/apto duplo), mas que valeu a pena! Jantamos lá mesmo, aliás tomei só uma sopa, e cama! Estava tremendo e com muito frio, acho que devido a febre. O MM, Nelsão e Recruta Gafanhoto demoraram quase meia hora pra sair da aduana, e dormiram em Pasto, a uns 150 km da gente. Ou seja, tínhamos 3 horas na frente deles! Com isto, podíamos dormir até mais tarde no outro dia! E foi o que fizemos! Hotel bom, descanso bom! Foi um dia muito ruim, por causa da aduana do Equador/Colombia, e porque também eu estava muito mal... Acho que juntou tudo! Mas conseguimos vencer, e agora só faltavam cerca de 600 km até Bogotá! E vamo que vamo!

Dia 11: Popoyan a Bogotá – 580 km – FIZEMOS A SERRA DA SERPENTE IDA E VOLTA 2 VEZES...
Com a folga de tempo, acordamos quase 7 horas, tomamos um café, ainda trabalhei um pouco no computador, e saímos do hotel as 8:30 hs mais ou menos. Paramos em uma igreja pra tirar umas fotos, e acabamos saindo da cidade por volta das 9:00 hs. Popayan é uma baita cidade, muito boa, vale a pena passar aqui em outra ocasião! Boa mesmo! O trio parada dura tinha saído de Pasto as 5:30 da manhã, e estava vindo logo atrás! Mas para tirar 150 km destas serras, não é fácil... Seguimos, por serras e mais serras, por Cali, Palmira, Tulua, Armênia, Ibagué, Girardot, Bogotá. Esta é a rota, para quem interessar, e deu exatos 580 km de Popayan até a porta do hotel aqui perto do aeroporto (Hotel City Express Plus, $196.000 pesos colombianos/apto duplo, com desayuno e garagem). Tem alguns pedaços de pista dupla com retas, creio que cerca de 30 % desta quilometragem seja assim, e o resto só serras, com muitos caminhões, que vem no sentido contrário e te fecham nas curvas, pois “abrem” para fazer as curvas, e tem que ficar atento! O clima é doido, variou de 14 a 35 graus, pois fomos a 3 mil metros, depois descemos a 600 metros, depois voltamos a 2,6 mil metros aqui em Bogotá. Mas não pegamos chuva! Aliás, não pegamos chuva nem um dia nesta viagem, até agora! Muita sorte, pois viajar de moto com chuva, não é muito bom! Ainda mais com frio...
Enfim, paramos de 3 a 4 vezes, mas não abastecemos nas últimas, pois tínhamos que chegar em Bogotá com os tanques vazios, para o embarque das motos no avião. Eu só coloquei uns 5 litros na minha moto, que está fazendo 22 km/litro, média da viagem toda 19 km/litro, e com 30 litros no tanque, a autonomia é grande! A surpresa foi os três mosqueteiros (MM, Nersão e o agora soldado e aprendiz Gafanhoto), fizeram! Conseguiram sair de Pasto e chegar em Bogotá em um dia de viagem, cerca de 750 km, saindo as 5:30 hs e chegando as 9:00 hs no hotel, quase 14 horas de pilotagem! Parabéns pela coragem e dedicação! Grande tocada! Eu e o Guy ainda pegamos um Uber e saímos para jantar, e voltamos cedo. Quando chegamos soubemos que eles já tinham chegado e também saído para comer! Baita disposição!
Com isto, cumprimos o nosso objetivo de chegar em Bogotá até o dia 11, pois teríamos tempo de fazer o desembaraço das motos na sexta, e embarcar no sábado, pegando as motos no mesmo dia no Panamá. Com isto o nosso cronograma está 100% dentro do planejado! Bom demais! Estamos todos cansados, agora uns dias sem andar de moto, pelo menos uns 2 dias, e depois encarar a América Central!

Dia 12: Dia livre em Bogotá – Desembaraço e embarque das motos!
Hoje acordamos mais tarde, já passado das 7:00 hs, tomamos o café da manhã, trabalhei um pouco, e combinamos de irmos para o aeroporto, no terminal de cargas, as 9:30 hs. O Nersão e o recruta atrasaram um pouco pra sair, e chegamos lá as 10 hs mais ou menos. Demoramos um pouco pra achar a entrada correta do terminal, mas deu certo. Tinha um rapaz nos esperando na entrada do terminal, fizemos uma checagem com o pessoal Anti-Drogas, com cachorros, e depois entramos, e já fomos colocando moto por moto dentro do depósito, com as empilhadeiras. Minha moto pegou a bolha no suporte da empilhadeira, e quase quebrou a bolha! Quebrou uma proteção lateral, mas nada de grande coisa... Mas fiquei um pouco chateado, pois o pessoal tem muita pressa, e não cuida muito das motos. Uma dica, para quem vier de moto com bolha alta, tipo a GS1200 Adventure, é retirar a bolha ou abaixar ao máximo antes de carregar. Mas deu certo, carregamos todas as motos, e fomos ao escritório da AIR CARGO PACK para continuarmos os outros procedimentos. Ficamos ali por um tempo, e logo chegou o capitão John Agudelo, o proprietário da empresa, muito simpático, excelente pessoa, nos tratou muito bem, inclusive fez a compra das passagens aéreas da Avianca para amanhã, pois não podemos ir junto com as motos, temos que ir em vôo comercial. Pagamos cerca de US$440,00 nas passagens, e os US$1.000,00 por moto que havíamos combinado com o John. Pagamos as motos em cash e as passagens no cartão (Do Nerso, diga-se de passagem... rsrsrs).
Fomos almoçar ali perto, o John nos levou até um restaurante perto do aeroporto, e depois voltamos pra lá, já quase 14 hs. Ficamos esperando um despachante da Cargo Pack, que nos levou até a aduana, para preencher a documentação das motos, um por um. Depois voltamos ao terminal da Cargo Pack, para a revista da pessoa da aduana, e do pessoal do setor Anti-Tráfico, que revistou moto por moto, todas as malas, mandou abrir tudo, um por um, com um cão farejador. Que teve mais problemas foi o Guy, que teve que abrir as malas, e mais dificuldade de arrumar as coisas dele depois, pois tem pouco espaço. Mas deu tudo certo. Depois, fomos de volta na aduana, para pegar o documento que temos que levar para o Panamá, para pegar as motos lá! E lá ficamos até as 19:00 hs! Foi muito demorado, a senhora que nos atendeu, muito solicita, mas muito lerda, errou várias vezes os dados do condutor ou das motos, e tinha que alterar. Ficamos exaustos de tanto esperar, e saímos de lá direto para o hotel, para jantar e domir! E eu ainda fazer os relatos, senão acabo não fazendo mais! Rsrsrs...
Esta viagem é muito grande, não é fácil depois de um dia de pilotagem, ainda fazer os relatos, mas podem deixar que vou atualizando o blog sempre que dá!
Fiquem conosco, amanhã estaremos na Cidade do Panamá, para começarmos a segunda etapa da viagem, América Central até os USA!
Dados desta primeira etapa:
6.650 km em 11 dias, média de 19 km/litro, gasto total de US$1.000,00 até agora, ou menos de US$100 por dia, bem abaixo da média normal de viagem... Mas isto fora a despesa do envio das motos hoje, e da passagem para a Cidade do Panamá. Está indo tudo muito bem, apesar do cansaço todos estão com ótimo astral, estamos com certeza acompanhados por Deus, que está nos protegendo e cuidando!
Continuem conosco! Abraços!







Um comentário:

  1. Essa viagem é para registrar tudo mesmo Márcio. Parabens !!

    Estamos acompanhando, abraço a todos parceiros aí

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Quem sou eu

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
51 anos, casado, zootecnista, empresário, carnívoro convicto e motociclista.