Dia 14: Chos Malal a
Mendoza: 740 km
Diário de Bordo
Ontem foi uma noite
diferente... Depois de nos instalarmos no hotel, banho tomado e bateu a fome,
caiu a ficha, de como praticamente tudo estava fechado na pequena cidade de
Chos Malal, já que era dia 01 de janeiro, não tinha como comprar comida
pronta... Então, conhecemos um casal de argentinos, de Buenos Aires, já na
faixa dos 60 anos, no hotel, que estavam de carro, uma Toyota SW4, e que nos
proporam comprarmos comida em um mercadinho local, e cozinharmos no hotel.
Fomos lá no mercado, e compramos tomates, cebola, mortadela, pão, alho, vinho,
cerveja e uma pizza pronta, só faltando assar. Pronto, estava feito! Voltamos
para o hotel, muito arrumado por sinal, e o atendente nos cedeu a pequena cozinha.
Enquanto o Pablo e a sua esposa preparavam uma deliciosa e muito bem temperada salada
de tomates, pães, mortadela, colocamos a pizza pra assar, e fiquei tomando
vinho ali ao lado. Logo chegou um cara, bem grande, com aquelas roupas de
pescar truta dentro do rio, com “Fly”. Era o Jerome, um francês que mora na
Argentina, e tem negócios no Brasil também, do ramo petrolífero. Chamamos ele
pra jantar conosco, ele subiu e logo voltou, e foi comprar mais vinho. E assim
foi! Ficamos ali, conversando muito, de assuntos globais como terrorismo,
economia, petróleo, etc... Até cerca de 22 hs ou mais, quando arrumamos ali
mais ou menos, e fomos dormir. Muito legal! Sempre é bom conhecer gente
diferente e outras culturas, nestas viagens!
Hoje acabamos perdendo
a hora, após a “cena” ou jantar, muito legal de ontem... Era para sairmos 8:00
hs e acordamos esta hora! Rsrsrs... Mas, estamos de férias, e o dia aqui é
muito longo, escurece quase 22 hs! Tomamos o desayuno, pagamos ($1020 pesos
argentinos/duplo, aguentando o Capitinga roncar...), e acabamos saindo as 9:15
hs da manhã do hotel, hora em que ainda vimos o Sr. Pablo e nos despedimos
dele. Grande pessoa!
Seguimos rumo a Malargue,
a 360 km de lá, já sabendo que haveria um trecho de 50 a 60 km de rípio no
meio, sempre pela ruta 40. Tem um ou dois vulcões logo depois de Chos Malal!
Deu pra ver a placa na estrada, não me lembro o nome, muito bonito! Tem águas
termais por lá também. O tempo estava fechado, mas sem chover, e a temperatura
na casa dos 18 a 21 graus, excelente! Depois de uns 160 km, já na província de
Mendoza, chegou o tal rípio, bem solto e novo, pois parece que acabaram de
consertar e passar a patrola. O Martin tinha falado que estava muito ruim, com
muita poeira, etc... Mas nada disso. Melhor assim... Mudamos as configurações
da moto para Enduro, e se fomos, a 60-80 km/h como sempre vou. Tinha um pouco
de poeira. Segui tranquilo, sempre de pé, com a moto sambando de vez em quando,
e passou rápido os 40 km que a placa dizia logo no começo do rípio. Mas não
acabou coisa nenhuma... rsrsrs... Continuou por mais uns 60 km pelo menos,
alternando pequenos pedaços de 100 a 200 metros de um asfalto velho, por 5 a 6
km de desvio de um rípio bom e mais firme, bem melhor do que os 40 km iniciais.
Foi legal!
Saímos do rípio na
cidadela de Bardas Blancas. Agora faltavam apenas uns 80 km para chegarmos em Malargue,
em um asfalto muito bom, cheio de curvas, fomos a quase 2 mil metros de
altitude, o clima meio nublado, mas foi abrindo e o sol veio com força, e
esquentou bem. Chegamos em Malargue as 13 hs mais ou menos, e já pegamos a fila
para abastecer no posto YPF da cidade...
Abastecemos, paramos as
motos e fomos comer alguma coisa, pois já eram duas da tarde. Pedimos lanches (hambúrgueres
com papas fritas), eu como sempre o suco de maça de caixinha, e o Capitinga como
sempre o refrigerante dele. Hoje passamos algumas motos na estrada, uma KTM, e
um grupo de 3 motos com garupas. Logo encostou uma outra moto no posto, uma
BMW650 de dois cilindros, com um casal de Mendoza. Conversamos um pouco com
eles, que estão indo dar uma volta aqui por perto mesmo. Até Mendoza faltavam
agora cerca de 400 km. Saímos pela R40, e o tempo logo fechou à frente. Paramos
para colocar as capas de chuva e enfrentamos o vento e uma chuva de pingos
grossos, mas não muito forte. Mas logo parou. Depois de uns 200 km rodados, em
25 de Mayo, tinha um restaurante muito legal na beira da estrada, um tipo de
bodega, muito arrumado, e paramos lá pra tomar um café e dar uma descansada,
para enfim encararmos o trecho final deste dia, até Mendoza. Ficamos lá quase
uma hora. Muito legal o lugar!
Depois posto algumas
fotos. Nesta viagem, quase não estou postando fotos, pois a internet está muito
ruim, em todos os hotéis! Nunca vi isto! Hoje mesmo, não consigo nem conectar.
Saímos, e depois de uns
150 km pegamos a pista dupla (autopista). A guarda municipal nos parou, e pediu
documentos, pela primeira vez na viagem! E estava um calor de 33 graus...
Demorou, olhou tudo, e nos liberou. Observei no painel da moto que o meu pneu
traseiro estava murchando, desde Malargue. Estava com 40 libras, e agora estava
marcando 33 libras. Com certeza tinha algum furo ou prego! Paramos em um posto
YPF na entrada de Mendoza, pois rodamos quase 400 km direto sem abastecer as
motos. Quando olhei o pneu traseiro, já vi que tinha alguma coisa, um objeto
branco, parecia um pedaço de pedra ou mesmo um prego, pequeno. Coloquei água, e
saiu ar. Era ali mesmo! Chegamos no hotel Bonarda, nas margens da rodovia que
chega na cidade, que tinha pego o endereço no Booking mas não tinha reservado.
Tinha vaga, estava vazio ($920/duplo), e ficamos ali mesmo. Quarto bem grande,
estacionamento e desayuno incluso. Depois do check-in e de descarregar as
motos, parei no fundo, no estacionamento, e já fui mexer com o meu pneu. Peguei
as ferramentas para colocar o macarrão, e tentei retirar o possível prego, mas
cada vez que eu tentava pegá-lo com o alicate, ele quebrava, ou seja, não é um
prego. Não consegui retirar, e empurrei para dentro do pneu. Depois “alarguei” um
pouco mais o local do furo, coloquei a cola, e inseri o macarrão, lacrando
completamente o vazamento. Depois cortei o que ficou para fora, de excesso.
Muito prático e funcional isto! Isto tudo não gastei nem 5 minutos. Cheguei no
quarto, o Capitinga ainda estava com a roupa da moto, no celular, e disse “Mas
já?!” kkk!
Tomei um banho, e agora
vamos sair pra comer alguma coisa na rua.
Vai ficar pra trás um restinho da ruta40, que eu ainda não fiz, fora o trecho de El Calafate até o km1, perto de Rio Gallegos, e o trecho de Susques a La Quiaca. Vai ser o trecho de Mendoza a San José de Jachal. O resto, já fiz tudo! E que rodovia! Tem de tudo! Retas intermináveis, montanhas, frio, calor, vento, altitude, etc... São cerca de 5 mil km que vale a pena conhecer! Ainda quero rodar nela inteira, de uma vez só!
Vamos iniciar a volta para o nascer do sol amanhã (leste), pra tentar chegar em casa até quarta-feira pelo menos.
Amanhã não sei aonde
vamos dormir, se em San Luis ou Cordoba, pois nos disseram hoje que o Rally
Dakar está passando lá amanhã... Quem sabe? Vamos tentar ver isto!
Abraços a todos e um FELIZ ANO NOVO!
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