segunda-feira, 2 de março de 2009

Resistencia - Ponta Porã: no Brasil!




Acordamos em Resistencia no sábado às 9 hs da manhã, do horário local! Estávamos muito cansados do dia anterior, pois havíamos andado mais de 1000 km, além do horário de Resistencia ser uma hora a mais do que Córdoba. Descemos, tomamos o café, e eu fui atrás de uma casa de cambio para trocar dólar por peso, já que a multa tinha furado o meu caixa, e não iria dar para abastecer mais duas vezes. A vantagem é que em todo lugar por lá tem casa de cambio, e pertinho do hotel tinha uma. Um dólar estava valendo $ 3,55 pesos argentinos. Foi o que me pagaram. Peguei os pesos, voltei para o hotel, nos arrumamos, e saímos com destino a Ponta Porã, já às 11 hs da manhã de lá, o equivalente a 9 hs da manhã daqui do MS. Ainda abastecemos, e saímos para pegar a RN11, que vem subindo de Santa Fé, no mesmo trevo que vai para Salta, só que à direita. Fomos indo por aquela estrada, aonde só tem fazendas de gado, em pleno chaco argentino, e a temperatura batendo nos 37 graus. Paramos para abastecer em Formosa, a 160 km de Resistencia. Depois continuamos, e depois de 100 km chegamos em Clorinda, na divisa com o Paraguay. Já eram 14 hs, e paramos para encher os tanques e os estomagos também. Comemos um lanche, e o GPS mandava a gente entrar logo à direita na primeira entrada, e passar dentro de Asuncion, para depois seguir pela estrada que vem de Cidad del Leste. Até Ponta Porã dava 550 km. Como eu já tinha ido para Asuncion no ano passado, e sabia do outro caminho, inclusive o Marco Tulio já tinha falado deste atalho, desprezei o GPS, perguntei para o pessoal do posto, e eles mandaram seguir em frente uns 9 km, que teria placa para Asuncion, e não precisaria passar por dentro da cidade. Às vezes o GPS erra, e por isto temos que rever os mapas, e ver se o mapa dele está devidamente atualizado. Neste caso, o Paraguay deixa a desejar, pois não tem mapas atualizados para baixar na internet. Andamos os 9 km, e já começamos a ver as placas, e logo chegamos na aduana. Assim que apontamos a cara perto da aduana, já surgiu um monte de ajudantes, um tipo de despachante, oferecendo serviços de ajuda, nos serviços aduaneiros, carimbo de passaporte, etc... Logo um me achou, e me levou até um guichê, com o passaporte e o documento da moto, só isto. O Gaudencio e o Hilton ficaram cuidando as motos, que foram cercadas por curiosos, perguntando tudo sobre a nossa viagem e as motos. Cambistas, turistas, guardas, etc... fiquei meio desconfiado, pois o lugar é muito feio, e o pessoal com aquela cara nada amigável... Aproveitei para fazer o cambio de U$ 50 por guarani, para abastecer no Paraguay. No último guichê, já na emigração paraguaia, o guarda me pediu tudo o que nem no Chile pediram, pra entrar no Paraguay: seguro contra terceiros, e até a carteira de vacinação internacional. Mas em uns 15 minutos já estava liberado, e assim foi com o Gaudencio e com o Hilton. Dei uns 10 pesos para o despachante, o equivalente a uns R$ 7,00 que era o que tinha me sobrado de pesos argentinos, e ele ficou reclamando que queria mais. O Hilton ainda deu mais U$ 2 pra ele. Fiz de besta, montei na moto, e fomos embora. Antes perguntei qual a rota mais rápida para Pedro Juan Caballero, e um cara disse que era só passar a ponte sobre o rio Paraguay, e na próxima "rotunda", ou rotatória, pegar pra esquerda e ir embora, sempre em frente. Seguimos, e quando chegamos na tal rotunda, já reconheci que era o caminho que havíamos feito no ano passado, com o Marco Túlio, que dá 450 km até Ponta Porã, economizando 100 km. Pelo menos esta acertamos! Seguimos viagem naquele calor de 38 graus, pelo chaco paraguaio, até o trevo de San Estanislao, aonde o GPS me fez errar de novo, entrando na cidadezinha, ao invéz de pegar à esquerda em um atalho. Meio que nos perdemos, e apareceu um cara em uma suzuki GS750F velha, de cor vinho, sem placa, com uma cara amistosa, todo vestido de cordura. Pedi pra ele aonde era a saída para Yby Yau, e ele nos levou até a saída. Seguimos então até o trevo que deveríamos ter saído, e ali abastecemos as motos, e gastei uma parte dos guaranis que tinha comprado na aduana. Lá distribuímos adesivos da viagem, pois acabamos esquecendo de distribui-los. Todo mundo que parava lá queria um adesivo também! Seguimos em frente, na estrada cheia de gente tomando tereré, e muitas motos pequenas, igual uma biz, só que sem placa e sem farol, andando pela rodovia. Todos ficavam olhando a gente passar, parecia um desfile. Logo em frente passamos acho que um dos únicos perigos da viagem. O Gaudencio estava na frente, o Hilton estava no meio, e eu atrás. O Gaudencio passou, e surgiu um porco, já grande, de uns 40 kg ou mais, e entrou na frente da moto do Hilton, para atravessar a estrada. Ele se assustou, e freou de uma vez, alicatando. A moto deu uma rabeada, dançou na estrada, e queimou o pneu traseiro, e o porco acabou de atravessar. Se ele tivesse parado, teria batido e o Hilton iria cair. Eu vi o tombo acontecer! Ficamos assustados e nervosos, e o Gaudencio nem chegou a ver nada! A sorte é que estávamos a 100 km/h, justamente por causa dos perigos desta estrada, que já conhecíamos! Seguimos em frente, sempre na mesma estrada, e já perto do trevo de Yby Yau, uns 40 km antes, paramos em um posto bonito, um dos últimos, para a abastecida final, até chegar no Brasil. A gasolina paraguaia, igual a argentina, está custando uns $ 5000 guaranis, o que dá uns R$ 2,50. Ou seja, praticamente o mesmo preço do Brasil. Só que gasolina pura, com 95 oct. Andamos mais uns 40 km, e chegamos no trevo, pegando para a direita. Ali já estava praticamente escuro, já anoitecendo. O maior perigo que passamos foram as tais motos pequenas, iguais a uma Biz, que ficavam zanzando na estrada, sem farol! É um perigo! Fomos tocando devagar, sempre com o Gaudencio na frente, pois tem o melhor farol, os 110 km restantes até chegar em Ponta Porã, e tudo deu certo. Entramos no Brasil, por Ponta Porã, exatamente às 19:45 hs de sábado, dia 28/02/2009. Fomos direto para a aduana paraguaia, e carimbamos os passaportes. Ali já liguei o meu celular, liguei para a esposa, e passei uma mensagem avisando os amigos que tínhamos adiantado o roteiro, e iríamos almoçar domingo em Campo Grande. Logo me ligou o Jorginho, avisando que iriam nos esperar para almoçar na Água Rica, um monte de gente, etc... Muito bom a gente sentir os amigos felizes com o nosso retorno! Seguimos felizes da vida para o hotel Barcelona, olhando os carros com a placa do Brasil! O Hilton conseguiu um bom desconto pra nós na diária, para aquele banho, cada um com um quarto só pra ele, para o merecido descanso. O calor daquele dia foi o que mais nos cansou! Chegar no quarto, ligar o ar condicionado, e ver a TV brasileira, é muito bom! Tomamos um banho, e descemos para jantar, no hotel mesmo. Lá tomamos uma boa cerveja Original, gelada, e conversamos sobre a viagem, e prós e os contras, etc... Incrível, mas em toda a viagem, não chegamos a sentar para tomar uma cerveja hora nenhuma, pra valer. Ou a gente iria sair cedo no outro dia, ou alguém estava mal do estomago, etc... E assim foi, conversamos bastante, jantamos um bom filé com arroz, salada e fritas, e fomos dormir, para no outro dia chegarmos em casa.
Fotos:
-No trevo de San Estanislao, aonde abastecemos e distribuimos adesivos da viagem;
-Na aduana paraguaia em Pedro Juan Caballero, na chegada no Brasil.

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Quem sou eu

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
51 anos, casado, zootecnista, empresário, carnívoro convicto e motociclista.