terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pelas curvas do sul do Brasil...

De 07 a 12 de outubro passado, fizemos uma viagem sensacional ao sul do Brasil. Fomos em 5 motos, eu com os amigos da Confraria: Capitinga, Jorge, Gilson e "Brima" Rezek.
Saída de Campo Grande
Saímos de Campo Grande na manhã de uma quinta-feira, para andar os primeiros 1.320 km da ida, rumo a Santa Maria/RS. Estava acontecendo o  Décimo Quinto Mercocycle, encontro de motos mais famoso da região, e iríamos prestigiar como prometido ao amigo Renato Lopez em janeiro deste ano, quando voltei de Ushuaia. O Renato mora lá, e acaba de chegar de uma mega viagem ao Alasca/Ushuaia, de 5 meses e 62 mil km!
No primeiro dia da viagem andamos cerca de 900 km e dormimos em São Miguel D'Oeste/SC. Chegamos em Sta Maria para o almoço, na sexta. Viagem muito boa e tranquila, todos tocando bem e firme, turma boa de estrada. Pegamos algumas curvas antes e depois de São Miguel, mas o restante foram quase só de retas. Em Santa Maria ficamos hospedados no ótimo hotel Continental, no centro da cidade. Fomos ao evento no final da tarde. Lá  encontrei-me com o Renato, conversamos rapidamente, vimos as motos da viagem, duas BMW G650GS, que eles deixaram exatamente como chegaram da viagem, para mostrar ao público do evento. Conhecemos alguns Gaudérios, e ali ficamos até a manhã de domingo, quando saímos para o retorno.
Com o amigo Renato Lopes e as motos da viagem ao Alasca!
Choveu no sábado, mas nada que atrapalhasse o evento, que é famoso e muito bem organizado. Ressalto o grande envolvimento e participação de todos os participantes do MC Gaudérios do Asfalto na organização. Desde a chegada, já fomos recebidos na rodovia por um grupo, com barraca, água, churrasco e escolta até o hotel. Parabéns a todos os Gaudérios pela dedicação!
Posto de recepção dos Gaudérios
No domingo, saímos do hotel por volta de 8 hs da manhã, rumo a Sta Cruz do Sul. O objetivo era dormir na Serra do Rio do Rastro, no hotel que tem lá em cima, aonde eu já havia feito reserva prévia. Paramos para almoçar em Gramado, cidade linda e maravilhosa, já faziam alguns anos que não passava por lá!
Em Gramado, parada rápida para o almoço...
Depois descemos a serra pela Rodovia do Sol, até o litoral. Seguimos pela BR-101 rumo norte, até a entrada de Criciúma, à esquerda. Entrei ali, seguindo o GPS, mas acabamos entrando dentro da cidade, e que cidade grande! Com alguma dificuldade, consegui sair rumo a Lauro Muller/Orleans. Chegamos na base da serra do Rio do Rastro às 17 hs, final da tarde, dia limpo e maravilhoso. Começamos a subir aquilo ali, a adrenalina alta, curvas e mais curvas. Um pequeno susto, havia um acidente com um motociclista que estava descendo a serra, estava bastante machucado mas aparentemente nada de mais grave. Seguimos subindo e subindo, devagar e sempre, pois as curvas são muito fortes, em aclive e em cotovelo, não dá pra fazer em alta. Saímos de 200 metros na base para chegar a 1.400 metros no topo da serra, em menos de 14 km. Paramos nos mirantes pra tirar fotos várias vezes, a serra estava limpa, e nem sempre isto acontece, estávamos com sorte!
A serra vista lá de cima, visual de arrepiar!
Os amigos, e ao fundo, a serra do Rio do Rastro
Chegando lá em cima, paramos um pouco no mirante, e já entramos no hotel, na verdade um hotel-fazenda chamado ECO RESORT RIO DO RASTRO. Recomendo muito, um dos melhores hotéis que já fiquei, um show. Parece uma fazenda. Na verdade era uma fazenda que foi transformada em hotel.
A turma toda reunida antes do jantar no hotel
Vista do hotel Rio do Rastro, um show de hospedagem!
São chalés ao pé da serra, à noite a temperatura marcava 14 graus. Isto acontece o ano todo, e no inverno despenca até para temperaturas negativas, já que fica na região mais fria do Brasil! Fomos jantar, uma refeição maravilhosa, mesmo acabando a luz do hotel! A conversa estava animada, quando chegou o dono do hotel para nos fazer companhia à mesa. O Sr. Ivan, gente boa e bom de papo, nos fez companhia no jantar, e depois ainda nos levou de carro pra ver a serra toda iluminada lá de cima. Logo depois, começou a garoar. Fomos eu, Rezek e o Gilson. Conhecemos alguns locais históricos do local, que o Sr. Ivan nos mostrou, mesmo à noite foi legal.
A serra iluminada vale a pena ver!
No outro dia, plena segunda feira do feriadão do saco cheio, seguimos rumo a Blumenau, passando por Urubici. Ali começaram as curvas em alta, muito legal, desafiando os mais experientes a deitar a moto até o seu limite. Eu vinha na frente, dentro do meu limite, e confesso que quase que o ultrapassei por algumas vezes! Paramos em Urubici para tirar umas fotos, e seguimos para Blumenau.
Vista de Urubici, do mirante
A famosa catedral da cidade
A linda igreja de Urubici, agora de pertinho
Dali pra frente, sentido Blumenau, a estrada ficou MUITO movimentada, ruim de andar. Um trânsito infernal, ninguém passa ninguém, em uma pista simples cheia de caminhões e carros. Não sei porque não duplicam aquele trecho, é uma vergonha! Acabamos tomando uma multa, e foi CRÉÉÉUUU em todo mundo, não adiantou chorar nem reclamar. O Jorge passou ileso por pura sorte, pois estava logo a nossa frente. O Rezek também, pois abandonou o grupo para voltar a Campo Grande mais cedo, à partir de Urubici rumo ao litoral. Como era segunda feira, cedo ainda para pernoitar, muito calor e começava a garoar, resolvemos tocar e dormir em Curitiba mesmo, pra no outro dia fazer a serra Rastro da Serpente.
Chegamos em Curitiba debaixo de uma garoa fina e frio de 18 graus. Ficamos no Barigui Park Hotel, perto do parque de mesmo nome. À noite saímos para jantar, fomos ao Taj, um bar que serve comida japonesa, muito bom estava lotado.
No outro dia, café e saímos do hotel às 8:30 hs, com neblina, rumo a Bocaiúva do Sul, para dali seguirmos para Adrianópolis e Apiaí já em SP. Realmente é surpreendente a quantidade de curvas desta estrada! É uma atrás da outra, não dá tempo de pensar, é pra lá e pra cá, serpenteando o tempo todo. Praticamente não há reta. A pilotagem é tensa, vc não pode se descuidar da estrada nem por 1 segundo. Gastamos quase 3 horas pra andar 160 km, e ainda para piorar em alguns trechos estava garoando fino e com neblina. A técnica era andar na ponta dos dedos, e evitar de passar e frear nas faixas amarelas, pois é tombo na certa! O trecho dentro do Paraná, até Adrianópolis, está um tapete, mas quando entra em São Paulo, está um lixo! A estrada está totalmente abandonada, com crateras a cada 100 metros, e nas curvas, vc tem que cuidar se vem carro ou caminhão, pois eles pra escapar dos buracos andam na contra mão, um verdadeiro perigo! Chegamos em Apiaí quase meio dia, fomos direto ao posto no centro da cidade. Ali abastecemos, e o dono veio conversar com a gente, tem um certificado e um pin com o nome da serra "Rastro da Serpente" apelido que os PHD deram ao local, e estão aproveitando pra fazer um marketing. Bem em frente ao posto, tem a placa, foto obrigatória é claro!
A placa prova que vc passou por ali...


Dali fomos almoçar, em um simpático e agradável restaurante da cidade.
Saímos do restaurante, e seguimos até Capão Bonito, mais uns 120 km à frente, sentido norte. Mais curvas! Somente à partir de Capão Bonito, é que a rodovia é duplicada, até Itapetininga. Ali pegamos à esquerda sentido Ourinhos, a rodovia Raposo Tavares, ainda pista simples. Chegamos em Ourinhos debaixo d'água, paramos em um posto pra abastecer, só eu e o Gilson. O Capitinga e o Jorge estavam tocando um pouco mais forte, na frente. Encontramos os dois logo depois dali, na pista dupla, sentido Presidente Prudente. Dormimos lá, no ótimo motel do irmão do Jorginho, cortesia e atendimento de primeira. Na quarta cedo o Gilson nos abandonou e saiu bem cedo, pois tinha que almoçar em casa. Eu, Jorge e Capitinga saímos às 8:03 hs mas chegamos em casa ao meio dia. Viagem completada, nos restam as lembranças e experiências, que só quem vive sabe o que é! Abraços a todos!

Quem sou eu

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
51 anos, casado, zootecnista, empresário, carnívoro convicto e motociclista.