sexta-feira, 1 de março de 2024

Bolívia e Peru 2024 - inicio e fim de uma viagem de moto...

Após quase 1 ano da última viagem de moto (abril de 2023), fechamos a data para a próxima aventura, de 28/Fev e 13/Março de 2024. A turma estava muito grande (8), e como resolvi não viajar mais em grupos grandes, acima de 3 a 4, e preciso voltar antes, saímos 3 dias antes do time feminino e bebuns (Nerso, Girso, Guilleme, Gygy e Gazela) rsrsrs... Eu, Max fivelinha e Binho fomos antes (time masculino). Essa é a idéia, até porque rende mais a viagem e facilita pra todo mundo. As rotas são parecidas (Sair do Brasil pelo Paraguai (Porto Murtinho), já conhecer a tal da estrada Bioceânica, até Filadelfia. Depois entramos na Bolívia por Villamontes, Tarija, Uyuni, Oruro, e entramos no Peru por Puno, depois Cusco, Ollantaytambo, Machu Picchu, Abancay, Canions, etc... Nós 3 vamos visitar apenas o Perú e voltamos pela Bolívia mesmo. O grupo fêmea, depois de visitar Machu Picchu, vai descer até o Chile, e voltar pela Argentina, o Gygy como guia, quer ir lá ver a mão do deserto, tá certo, e pau na máquina!
Perdi eu acho 90% da vontade de andar de moto, de um tempo pra cá (uns 2 anos), e devo ficar bem mais seletivo, indo a lugares que já fui novamente mas com outras pessoas ou com outro foco. São as fases da vida, focos diferentes, novos desafios. Vamos mudando, mas andar de moto ainda é uma das coisas que mais gosto de fazer, que fiz nos últimos 15 a 20 anos, e que ainda me dá muitas alegrias, além das amizades sempre muito boas. E bora boraaaaaaaa!!
Nos últimos 2 a 3 anos, o corpo começou a reclamar a idade, acima de 50 anos, com algumas dores, coluna, ombro, perna, manguito, e isso não acaba... Será a idade mesmo? Bora pra academia e enfrentar isso então! Após emagrecer mais de 20 kg na Low Carb, o meu desafio agora é perder mais 10 kg, mas sem perder massa magra e força. Ai que é o desafio! Digo isso, pois no contexto de andar de moto, passei a ficar mais cuidadoso e menos corajoso com os desafios... Acho que é da idade mesmo!
Malas arrumadas, motos revisadas, pneus e baterias trocadas, bora subir a cordilheira novamente!

Dia 1 - 28/02/2024: Campo Grande/MS a Filadelfia/PY - 760 km
Saímos bem cedo, acordei as 4 da manhã, e as 5 o Max chegou lá em casa. Tomamos um café, e exatamente as 5:30 saímos rumo a Jardim, nossa primeira parada para abastecer e encontrar o Euclides, mais conhecido como Binho. Ai o Max: "Tenho que abastecer e calibrar os pneus da moto!" vamos parar em Sidrolândia então... E ai fomos! Lembrando que o ideal é sempre deixar tudo pronto, moto abastecida e pronta, no dia anterior. Uma regra de ouro: Sempre que chegar em alguma cidade, abasteça a moto na chegada, e deixe pronto para o dia seguinte! Vc ganha tempo e não precisa colocar e tirar capacete, luva, jaqueta, etc... Estrada boa e com pouco movimento, uns 24-25 graus, a vantagem de sair cedo é essa. Chegamos em Jardim as 8 da manhã, e o Binho não estava lá. Abastecemos, fui ao banheiro e tomar um café, e logo ele chegou. Conversamos um pouco e saimos de Jardim as 8:30 mais ou menos. A estrada pra Porto Murtinho tem bastante buraco, e não dá pra tocar igual a outra. Aliás a nossa tocada média sempre de 125-130 no máximo. Chegamos em Porto Murtinho era 10:15 por ai, fomos abastecer, e depois fomos no porto pegar a tal da balsa para Carmelo Peralta. Demoramos um pouco pra achar o lugar da balsa, que não estava lá. Demorou quase 1 hora e meia pra ela chegar de volta, e ficamos lá esperando. O preço por moto, é de R$10 mas só se tiver carro junto. Se não tiver carro, tem que pagar R$150 no total (R$50/moto). E assim foi feito. Quase chegando do outro lado, a balsa parou de repente, acabou o diesel, entrou ar, e demorou mais um pouco. Nisso já era meio dia e pouco. Chegamos no lado paraguaio, fomos direto na imigração, mas não tinha ninguém lá, a pessoa estava almoçando... Logo ela chegou, carimbou os passaportes, e saímos de Carmelo Peralta umas 14 hs horario do PY (1 hora a mais do que no BR). Nisso, ESQUECEMOS DE FAZER CÂMBIO DE GUARANI e de almoçar tbm, já que o calor estava muito forte. Tocamos naquela estrada deserta, nova, asfalto impecável, só retas, por uns 170 km mais ou menos e paramos para tomar água em um mercadinho que tinha na beira da estrada. A dona fez um câmbio pra mim de US$10 e comemos uns sanduíches, empanadas e tomamos umas águas. Nos salvou. Seguimos em frente, até Loma Plata, 290 km depois de Carmelo Peralta, uma cidade muito boa e organizada, achei melhor até do que Filadelfia. Após 22 km chegamos em Filadélfia, fomos direto para o hotel FLORIDA, o melhor da cidade, que tem piscina, o que é bom demais. Lembrando que de Carmelo Peralta até Loma Plata são 285 km, e SEM POSTO DE ABASTECIMENTO! Fizemos o check-in no hotel e fomos pra piscina refrescar um pouco. Na janta, ficamos por ali mesmo no hotel, tem restaurante bom, muitos brasileiros a trabalho. Esta região do Chaco está crescendo muito, cidade boa, muita agricultura e pecuária, na cidade dos Menonitas, que lembra muito uma cidade americana, aonde o trabalho é a maior virtude, povo organizado e que está sempre prosperando, mesmo em uma região de difícil acesso e longe como essa! Lugar muito bom!
Dia 2 - 29/02/2024 - Filadelfia a Tarija - 640 km - Será???
Acordamos as 6 da manhã, tomamos um café no hotel, e como não tinhamos feito câmbio de reais para guarani no dia anterior, fomos em uma casa de câmbio (na verdade um banco), perto do hotel, à pé mesmo, pra trocar uns guaranis (dólar em guarani, conversão 7.200). Trocamos US$150 para guarani, deu um mundo de dinheiro ($G 1.080), e fomos pagar o hotel, janta e tudo. Arrumamos as coisas, e saímos do hotel mais ou menos umas 8 da manhã. Tarde! Ainda paramos para abastecer, pois não tinhamos dinheiro para abastecer no outro dia! Acabamos saindo de Filadelfia era mais de 8:30 da manhã. O calor já começando, rumamos sentido Mariscal Estigarribia, que fica a uns 80 km de lá, abastecemos e tomamos mais um café e água. Ai rumamos para a fronteira com a Bolívia (Mayor Infante Rivarola), aonde fica a aduana boliviana. Antes passamos por La Patria, que tbm tem posto de combustível. Então, DE FILADELFIA até a fronteira com a Bolívia, são uns 300 km, mas tem posto para abastecimento tranquilo, até na aduana tem um posto, que é melhor encher sempre o tanque, pois na Bolívia é bem mais caro, e as vezes eles dificultam o abastecimento para estrangeiros. Chegamos na aduana era mais ou menos 11:30 horas, abastecemos, e não tinha nada pra comer lá! Só tomamos uma água mesmo e fomos fazer a aduana. Aliás a aduana me surpreendeu! Tinha passado por ali em outubro de 2022, e não tinha nada! Baita de um prédio novo, muito arrumado, atendimento bom e rápido, pois estava vazio! Mesmo assim, foi quase 1 hora pra passarmos. O Max, que a moto não está no nome dele, foi mais enrolado, mas deu tudo certo. Ali mesmo já fizemos câmbio de todo o guarani que sobrou, e mais US$400 em pesos bolivianos (cambio de 7,50), para pagar as despesas em pesos. Seguimos para Villamontes, que fica a 120 km dali. Tbm em 2022 quando passei ainda tinha uns 30 a 40 km de rípio, agora está tudo asfaltado, novinho! Olha a Bolívia! Chegamos em Villamontes umas 13 hs e pouco, e paramos para almoçar. Eu não quis almoçar, fui de Churrasquitos, e o Binho e o Max almoçaram em um lugar bem simples (BOL$ 10 cada um), mas estava bom. A gurizada e os motoboys cercaram as motos, com fotos e muita conversa. Dali fomos abastecer as motos (BOL $ 8,40 o litro, enquando os bolivianos pagam $3,40), o absurdo que o governo boliviano faz, cobrando mais que o dobro do valor, o combustível para os turistas e estrangeiros que vem passear no país deles... Vai entender! Saímos sentido a Tarija, já era passado das 14 hs horário local (horário de Brasília), pegando a direita no trevo da cidade, sentido El Angosto. Logo após uns 15 a 20 km de asfalto, começa a estrada de terra, beirando um rio (Picomayo), e começa uma cadeia de montanhas, beirando o rio, com precipícios, uma estrada turística chamada El Angosto (O estreito), muito bonita e diferente, só que tem que tomar cuidado, pois só passa um carro de cada vez, em algumas partes. A estrada estava com placa de INTERDITADA, mas era para os carros, moto passava, um cara que passou de moto nos falou, e seguimos. Realmente tinha um pessoal arrumando um desmoronamento na estrada, e carro não passava, as motos passaram bem apertadas! E curvas e mais curvas, por uns 20 km, até que passa por uma vila, e acabam as curvas, começando um rípio (cascalho), meio solto. E foi por ali, em uma curva, que a minha viagem acabou... Mas essa história eu conto depois, quando as coisas terminarem! Fui!

domingo, 23 de abril de 2023

Dias 10 e 11 - Santiago del Estero - Assunção - Campo Grande! A chegada em casa!

Dia 10, 08 de abril, SDE/AR a Asunción/PY - 945 km:

Em Santiago del Estero, eu considero que 99% dos objetivos da viagem foi realizado, com o ponto alto sem dúvida a passagem pelo Paso Agua Negra, e o almoço em Catamarca com os amigos Amado e Amin! Eu e o Guy saímos de Santiago del Estero bem cedo, escuro ainda, às 6 da manhã, após o grupo se separar. O Capitinga e o Mano resolveram sair mais tarde, e voltar por Foz do Iguaçú/PR, em uma tocada mais forte. O restante do grupo manteve a mesma rota, voltando por Assunção. Encontramos o amigo Stefano Fachin na noite anterior, e fomos jantar juntos. Ele está indo rumo ao Paso Agua Negra, aonde quer acampar e curtir a viagem solo dele. VIAJAR DE MOTO É ASSIM, CADA UM GOSTA E TOCA DO SEU JEITO, e temos que respeitar! Um quer sair mais cedo, tocar a 110/120, curtir a paisagem e tirar foto. Outro quer sair mais tarde, tocar a 140, não parar para nada e curtir a estrada do seu jeito. Outro quer beber todas as noites. Outro não bebe. Na nossa idade, e se quisermos viajar em grupo, temos que ter respeito por essas diferenças. Somos um bando de velhos, nem sempre com muitas afinidades, com egos inflados, que poderiam viajar sozinhos, e que gostam e apreciam a moto, de alguma forma... Enfim, não é fácil agregar um grupo desse por muito tempo...

Meu pneu Heidenau K60, já com 14 mil km passados, já dava sinais de que estava no final, mas será que aguenta até o final? Vamos saber! Eu sai mais cedo, tocando de boa, a 110/120, com o amigo Guy, que aprecia uma tocada mais lenta. E SEMPRE O QUE TEM A TOCADA MAIS LENTA É QUE COLOCA O RITMO NA VIAGEM. A não ser que abandonemos a idéia de viajar em grupo... Na nossa primeira parada, em Quimili, o Binho/Max/Rezek já nos alcançaram, quando estávamos saindo do posto. Logo no outro abastecimento em Roque Saenz Pena já estávamos andando juntos. O bom de sair cedo é que a viagem realmente rende muito mais! Almoçamos já em Resistência, em uma Parrilha muito boa, no trevo para Corrientes, e seguimos para Formosa e Assunção. Paramos para o último abastecimento em Clorinda, e para gastar os nossos pesos argentinos, que estavam sobrando! Eu ainda comprei lembranças em Catamarca, vinhos, azeites, etc... Mas ainda sobrou bastante. Troquei de volta os meus pesos por dólares, pois ainda tinha muito Guarani que tinha guardado na ida. Após uma espera de mais ou menos 1 hora e meia na aduana, seguimos direto para o hotel, o mesmo que tinha ficado na outra viagem que tinha ido em outubro/22 (Paramanta Lifestyle Hotel), que fica bem localizado, bem em frente a uma galeria com um ótimo restaurante, que dá pra ir à pé. Tomamos um vinho no hotel, e fomos pra lá, jantamos todos juntos, uma ótima carne paraguaia (Pobre Juan), na nossa última noite da viagem.


Dia 11, 09 de abril, Asunción/PY a Campo Grande/MS - 771 km:

Acordamos as 6 e pouco da manhã, arrumamos as motos, tomamos o café e saímos. As ruas bem tranquilas, domingo cedo, não tinha movimento algum. Fomos direto até aquele posto Boi na Brasa do brasileiro, e abastecemos por lá, eu olhando o meu pneu, pra ver se aguentava até o final da viagem... Emoção! Chegamos na aduana de Pedro Juan Caballero já mais de 13 horas, paramos para dar a saída do Paraguai, abastecemos, e o Binho e o Max resolveram seguir direto para casa, sem almoço. Eu, Rezek e o Guy fomos na Casa China almoçar, e logo depois seguimos viagem pra acabar de chegar em casa. Perto de Vista Alegre, o Guy resolveu ir na fazenda dele, nos despedimos ali, e seguimos eu e o Brima pra chegar em casa. Ali vi que o pneu ia aguentar chegar em casa tranquilo, e tocamos bem legal até Campo Grande, aonde chegamos no final da tarde, quase 17 horas. Fomos direto no posto Tereré, abastecemos, e fomos para as nossas casas e famílias! Viagem encerrada, apenas esperando os amigos Nerso e Mano chegarem no outro dia, por Foz do Iguaçú, o que aconteceu de boa, chegaram todos sãos e salvos!

Mais uma viagem de moto realizada e finalizada com sucesso total! Esta viagem, comemorou os 10 anos da primeira viagem para a região de Catamarca, chamada CATAMARCA E PASOS ANDINOS, que fizemos em 2013, e que foi quando conhecemos os amigos Amado e Amin, através do nosso saudoso Marco Tulio Garcia - amigo que já se foi dessa vida terrena - e que até hoje dá bons frutos, não só pelas amizades que fizemos por lá, mas pelo grupo que foi criado, que depois chamei de BORA BORA INTERNACIONAL, que é um grupo de viagens de moto, com foco em grandes aventuras de Big Trail, inclusive Off-Road.

Creio que as prioridades dessa nossa curta viagem desta vida terrena, sejam a nossa própria saúde (física, psicológica e espiritual), a nossa família, e os amigos que fazemos durante essa trip. Os amigos! São tantos, cada um a seu jeito, a sua maneira, até porque para tudo há uma explicação nessa vida, cada comportamento, cada jeito de ser, cada personalidade. Por isso, viajar de moto em grupos maiores que 3 a 4 pessoas, é uma verdadeira aula de psicologia e comportamento humano, aonde todos tem que ter muita paciência e compreensão, para entender o seu parceiro, seja de quarto, de tocada, da viagem em si. Se a idéia e pensamento de grupo coeso acabar, o grupo se desfaz e as vezes até as amizades tbm... Por isso não é nada fácil!

Talvez essa seja a minha última trip com grupos grandes, até porque tenho andado bem menos de moto, minha média caiu pra menos da metade do que andava antes. Como eu disse, as minhas prioridades mudaram também... Mas sempre é gratificante e gostoso retornar de uma viagem dessa magnitude, sabendo que, de alguma forma, eu contribui para o crescimento e conhecimento de vários amigos, indo para lugares espetaculares, que nunca tinham ido, e puderam conhecer um pouquinho mais desse nosso mundo tão vasto e grande.

Eu só tenho a agradecer a todos! Obrigado Binho, Max, Guy, Rezek, Mano e Capitinga por me aturarem e participarem de mais esse sonho realizado! Um grande abraço a todos! Sem vocês a viagem não seria a mesma!








sexta-feira, 7 de abril de 2023

Dias 7, 8 e 9 de SPA a Catamarca! Paso Agua Negra!

Dia 07, terça-feira, de San Pedro do Atacama a Antofagasta - 310 km:

Saímos de SPA as 11 da manhã, após atualizar o blog e uma boa sessão de conversas entre os amigos, essas viagens de moto são quase uma terapia de grupo, isso fora as discussões sadias, risadas e boas histórias que saem... Saímos amigos e voltamos irmãos, ou será que voltamos inimigos?? Isso só vamos saber no final da viagem... kkkk Antes de irmos embora de SPA passamos no passeio VALE DE LA LUNA, que fica pertinho, pagamos $1.500 pesos chilenos cada moto, e entramos nesse lugar, que tem paisagens lunares, eu já conhecia, mas sempre vale a pena. Na foto da entrada do parque, o "Brima" quase fez um strike com as motos, mas era areia, só risada mesmo e bora pra frente... Ficamos por lá cerca de 1 hora mais ou menos, o véio Nerso Capitinga não quis ir no passeio e ficou esperando na portaria do parque, aonde tem uma recepção bem arrumada. Seguimos viagem, passamos em um mirante, e paramos após rodar 100 km mais ou menos em Calama para abastecer e comer alguma coisa. No posto apareceu um UTV com uns caras, que tem oficina de moto em Calama, gente boa, ofereceu os serviços dele para as motos, caso precise (Castilho Motos, em Calama). Almoçamos em um restaurante bem simples, um "Pollo ao Sugo" por S3.500 CL isso depois de ter pago $30.000,00 na noite anterior foi uma pechincha... Tem que fazer média mesmo, pois no Chile tudo está muito caro! Após descer de 2.500 mts para o nível do mar, com retas e mais retas, chegamos finalmente para ver novamente o oceano pacífico em Antofagasta, e fomos direto para o hotel, que ficava a beira mar (Hotel Antofagasta). Um hotel muito bom, antigo mas muito bom. Ficamos por lá mesmo, "tomando umas" e comendo empanadas, e depois fomos jantar ali ao lado, comer frutos do mar e essas coisas, um baita e caro jantar novamente... E vai que vai os pesos... Dormimos as 22 e pouco, o Chile mesmo horário do MS.

Dia 08, quarta-feira, de Antofagasta a Vallenar/Chile - 750 km:

Após reavaliarmos o roteiro, resolvemos tocar na quarta até Vallenar, que fica entre Copiapó e La Serena, para fazermos o Paso Agua Negra na quinta-feira, e com isso antecipamos o nosso roteiro em 1 dia, pois o Paso San Francisco está fechado, que era o nosso plano inicial. Saímos do hotel as 7:30 hs, abastecemos as motos e acabamos saindo da cidade era 8 e pouco. Seguimos pela R5 rumo a mão do deserto, mas o GPS mandava entrar a direita sentido Taltal... Fomos para a mão do deserto, um dos objetivos da viagem, pois com exceção de mim e o Guy, os outros todos ainda não conheciam. Paramos por lá um pouco, o Binho, Max e Mano resolveram subir um morro ali perto fazendo um Off leve, e eu tbm inventei de fazer outro morro mais perto, rapaz pensa na dificuldade pra subir aquilo, com pedras soltas e um pouco de areia, mas consegui subir e descer sem cair, só a adrenalina que subiu um pouco mas o objetivo era esse mesmo! kkkk Seguimos para abastecer em Taltal ou ali perto, e o Guy saiu na frente (ele tem essa mania... pra andar mais devagar diz ele), e o véio Nerso tbm, que são as 2 motos com tanques menores, e por consequência menor autonomia. Depois de quase 150 km tinha um posto pequeno antes do trevo para Taltal e paramos lá, mas cadê o Guy e o Nerso?? Seguimos mais uns 25 km e lá estavam eles... Mas o Nerso não tinha abastecido ainda, pois achou que era pra abastecer em Taltal. A sorte que o Brima Rezek tinha carregado um "bidon" galão com 10 litros e salvou a pele do Nerso, senão teríamos que rodar quase 50 km pra abastecer em Taltal... Mas é assim mesmo, e bora pra Bahia Inglesa, um pequeno balneário a beira mar, aonde chegamos quase 14 hs, eu e o Guy acabamos almoçando um peixe, e seguimos os 200 km restantes pra chegar no nosso destino do dia, Vallenar, por uma estrada diferente, a beira mar, fora da R5. Acabei não gostando muito, pois além de estar bastante frio, o tempo fechado e ventando, o asfalto era muito ruim. Não recomendo... A única vantagem foi passar por Huari Baixo, um lugarzinho bem legal, já chegando uns 30 km antes de Vallenar, fica em um tipo de vale, com muitas frutas, oliveiras, e azeites, queijos e essas coisas do Chile à venda na estrada. Chegamos direto no posto para abastecer, alguns já sem peso chileno, pois gastou demais, e fomos para o hotel De Marques, simples mas bom, pra fazer média... Banho e saimos à pé pra jantar alguma coisa. Nessa noite não bebi nada de alcool, e comi apenas um omelete, pois tenho dormido mal, acordado de madrugada, de tanto comer muito e tarde... Dormi bem! O combinado era sairmos BEM CEDO no outro dia, acordar as 5 e sair as 6 pois o destinho era LA RIOJA, na Argentina, quase 900 km de tocada, e ainda teríamos aduana e o Paso Agua Negra pra fazer! Um baita desafio! Boraaaaaaaaaaaa

Dia 09, quinta-feira, de Vallenar/CL a La Rioja/AR, 890 km com aduana e Paso:

Saímos na hora marcada, antes das 6 da manhã (No Chile amanhece as 6:30 da manhã, horário MS), o amigo Guy uma meia hora na frente, mas alcançamos ele em meia hora de estrada... rsrsrs Chegamos em La Serena quase 8 da manhã, e pegamos um trânsito bem lento, quase parado. Entramos na cidade sentido a cidade de Vicuña, abastecemos e seguimos, por uma estrada muito bonita e sinuosa, cheia de vinícolas, plantações de frutas, pousadas, até Vicuña, aonde o Guy abasteceu, e seguimos por uns 80 km até a aduana Chilena, tudo asfaltado. Não tinha ninguém na aduana, para entrar no Chile, só para sair. Fizemos tudo em menos de meia hora, bem diferente do Paso Jama... Enfim, saímos do Chile, e seguimos rumo ao Paso Água Negra e entrada na Argentina, que fica do outro lado, a uns 150 km. Este Paso, o Agua Negra, pra mim é o mais bonito de todos! Uma verdadeira maravilha da natureza, a grandiosidade daquilo tudo, a beleza, nos faz sentir o quanto somos pequenos perante a natureza e Deus! Tinha passado ali há 10 anos atrás, em abril de 2013, e tinha me esquecido do quanto é belo! A estrada vai serpenteando no meio de um vale, por uns 50 km, até acabar o asfalto e começar o trecho off-road, em um rípio muito bom, estrada batida com cascalho mesmo, quase sem movimento, praticamente nós subindo, e alguns carros descendo, mas bem poucos, com o andar da viagem iam aparecendo. Paramos várias vezes para tirar fotos, e fomos subindo e subindo... Até chegarmos a 4.850 metros no ponto mais alto, aonde tem o portal do Paso. O tempo ajudando demais, limpo e com sol, a temperatura chegou e 8 graus lá em cima, mas na maioria do tempo ficou em 12 a 13 graus. Estávamos todos com segunda pele de inverno, luva de inverno, e o tempo todo a manopla da moto aquecida, isso fora a altitude, que pega pra valer a partir de 3.5 mil metros, a cada descida da moto para tirar foto, roda tudo, vertigem mesmo, e falta de ar. Mas nada que eu já não tinha passado... Comecei a descer, já do lado argentino, e quase tomei um chão, em uma pedra solta, é um perigo, se bobear no rípio, cai mesmo... Mas ninguém caiu dessa vez! Vários carros estavam subindo nesse momento, e já era passado das 2 da tarde. Demoramos 3 horas mais ou menos pra fazer da aduana chilena a aduana argentina em Las Flores, aonde chegamos as 15 hs, não tinha quase ninguém, não demorou 15 minutos, e fomos abastecer e comer alguma coisa ali em Las Flores, que tem um posto YPF e um lugar bem legal pra comer, um tipo de RESTO BAR, o dono, Rodrigo, muito gente boa, fez uns sanduíches de carne, queijo, presunto, tomate e alface dos melhores que já comi na vida! Não sei se era a fome ou o lanche realmente era bom! Saímos quase 4 da tarde, para terminar os 380 km restantes até La Rioja, que era o ÚNICO LUGAR QUE TINHA HOTEL para as 7 pessoas que estávamos, nesta quinta-feira santa de feriado... Haja pilotagem e força pra chegar, não tinha aonde não doía! Depois de San José de Jachal (passamos uma serrinha horrível de fazer, com asfalto péssimo), vem Patchia aonde abastecemos, e depois La Rioja, aonde chegamos as 19:45 horas mais ou menos direto para o hotel CABANAS DEL SOL, aonde tinha reservado uma cabana tripla e uma quádrupla, que era a única opção que achei para esse dia. Dia bruto de bom, cansativo mas a paisagem do Paso Água Negra paga tudo isso! Para quem gosta de RODAR DE MOTO, como este seleto grupo de amigos, isso é o que importa! Esse é o objetivo da viagem! Tomamos um banho, tomamos umas e jantamos uma pizza por delivery mesmo pois a pousada tinha uma área de descanso excelente a beira de uma piscina. Esses momentos são impagáveis, cada um contando as suas histórias!

Dia 10, sexta-feira, de La Rioja/AR a Santiago del Estero/AR, 380 km com passagem e almoço em Catamarca com os amigos Amin e Amado:

Acordamos tarde, quase 8 da manhã, para descansar do dia anterior! Tomamos o café da manhã da pousada, e após combinar o local de encontro com o Amin,  saímos da pousada exatamente as 9:30 hs. Pagamos o hotel, cerca de $8 mil pesos argentinos para cada um, isso incluindo as cervejas do dia anterior, muito barato, isso corresponde a mais ou menos R$120,00 tudo por pessoa! Saímos por dentro de La Rioja, uma cidade grande com mais de 300 mil habitantes, e seguimos para Catamarca. Passamos por belas montanhas à nossa esquerda, algumas poucas curvas, a maioria do trajeto em retas mesmo, eu andando a 120 km/h pois o meu pneu traseiro derreteu de uma vez (Heidenau K60 já com quase 11 mil km rodados...), aí uns 20 km antes de chegar em Catamarca vi umas motos paradas à esquerda na estrada, em uma curva, era o Amin e o Amado nos esperando na estrada! kkkkk Muito legal isso! Paramos ali, muitas risadas e abraços, rever esses grandes amigos daqui de Catamarca é muito bom! De lá, seguimos até o posto de combustível do Amado, aonde abastecemos, tomamos um café, e fomos almoçar no centro da cidade, perto da igreja principal, um excelente local, como é sexta-feira santa, comi um peixe muito bom, parece um pacú assado, com salada. Aproveitei pra comprar azeite de oliva, um vinho local e uns adesivos pra levar. Após um belo almoço e muita conversa, saímos de lá para a cidade de Santiago del Estero, aonde estamos hoje, para enfim chegarmos em casa no domingo! A viagem está quase terminando, a parte principal já passamos, agora é seguir de volta para casa, com calma e segurança! Rever os amigos de Catamarca foi o ponto alto de hoje, com emoção na despedida, o Amin sempre emociona, esse turco pelotudo, grande amigo! Amanhã nosso destino é Assuncion no Paraguai, quase 900 km, voltando pra casa! Bora Boraaaaaaaaa


















































Quem sou eu

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
51 anos, casado, zootecnista, empresário, carnívoro convicto e motociclista.